Antialérgicos podem ajudar a combater covid longa, sugerem pesquisadores

Pesquisadores norte-americanos identificaram uma possível forma de melhorar os sintomas da covid longa: o uso de antialérgicos. A descoberta ainda precisa ser validada em estudos científicos, mas foi possível identificar os efeitos positivos do tratamento em dois pacientes que sofrem com as sequelas da covid-19.

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Publicado na revista científica The Journal for Nurse Practitioners, o relato de caso foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), nos Estados Unidos.

“Os pacientes nos dizem que desejam, mais do que qualquer coisa, poder trabalhar e fazer as atividades mais básicas que costumavam fazer antes de adoecerem com a covid longa Eles estão procurando desesperadamente por algo para ajudá-los a se reerguer”, explicou Melissa Pinto, professora associada de enfermagem da UCI e uma das autoras do estudo, em comunicado.

Isso porque, atualmente, não existem tratamentos específicos para as sequelas da covid-19, mas, segundo os autores do relato de caso, os antialérgicos podem ser um caminho de pesquisa promissor. Afinal, o uso tende a ser seguro e apresenta baixo risco de efeitos adversos indesejados.

Entenda os dois casos

No relato de caso, os pesquisadores descrevem o quadro de duas mulheres, com mais de 40 anos, que enfrentaram sequelas da covid-19. Nas duas ocasiões, as pacientes tomaram antialérgicos para tratar outras condições de saúde, enquanto enfrentavam a covid longa.

Uma delas tomou um antialérgico de venda livre após ingerir queijo, já que é alérgica a leite. Curiosamente, após o uso da medicação, identificou a melhora de sintomas do quadro, como a fadiga e os problemas de cognição.

Agora, no outro caso, a paciente tomou um antialérgico sem prescrição médica e de venda livre. Após iniciar o uso da medicação, identificou que sintomas da covid longa foram atenuados, como a névoa cerebral e fadiga.

Antialérgicos podem ser um tratamento para a covid longa?

“A possibilidade de que um medicamento de fácil acesso e sem receita possa aliviar alguns dos sintomas [da covid longa] deve oferecer esperança” para novas potenciais terapias, explica a pesquisadora Pinto.

No entanto, mas investigação em busca de dados robustos é necessária, para além das evidências anedóticas citadas no relato. “Os próximos passos para esta pesquisa sobre o tratamento anti-histamínico são a realização de ensaios de base ampla para avaliar a eficácia e desenvolver esquemas de dosagem com diretrizes para a prática clínica”, completa a cientista.

Fonte: The Journal for Nurse Practitioners e UCI