Twitter deve facilitar o ato de esconder o seu passado na rede social
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 03 de Setembro de 2021 às 12h35
O Twitter parece estar disposto a apagar a fama de rede social tóxica. O site aposta em novos recursos desde o início do ano e agora pretende adicionar ferramentas relacionadas à privacidade e à segurança dos usuários, como possibilidade de remover seguidores, restrição de quem pode ver postagens e curtidas e até a ocultação automática de postagens antigas.
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Segundo a Bloomberg, essa incursão teria sido apelidada pelos executivos do Twitter de "privacidade social", já que a ideia é permitir uma melhor gestão de reputação no serviço. Uma das novidades seria a capacidade de organizar a lista de seguidores e uma ferramenta para arquivar tuítes mais antigos, para que eles não fiquem mais visíveis após um tempo designado pelo usuário.
Até então, a única maneira de ocultar posts era com a exclusão manual, nada prática para postadores assíduos da rede. No entanto, essa é uma alternativa bacana para você deixar para trás aquelas publicações de quando era mais jovem ou expressou um pensamento inadequado no passado — muitos empregos foram perdidos e personalidades famosas foram criticadas por postagens polêmicas.
Será possível predeterminar nas configurações a opção de tempo para o arquivamento automático: 30, 60, 90 ou até 365 dias. Quando configurado, apenas o proprietário da conta teria acesso aos posts mais antigos. Como isso ainda está em fase de conceituação, não há uma data de lançamento estipulada.
Para entender o alcance
Muita gente deixa de usar a rede porque não entende os princípios básicos de privacidade, sem compreender o alcance público das postagens, conforme explica a integrante da equipe de pesquisa da empresa Svetlana Pimkina. “Quando as necessidades de privacidade social não são atendidas, as pessoas limitam sua autoexpressão. Eles se retiram da conversa”, disse Pimkina em entrevista à Bloomberg.
A profissional antecipou que o Twitter começará a solicitar que as pessoas analisem se suas contas são públicas ou privadas a partir de setembro. A ideia é mostrar que o usuário pode usar a rede sem precisar se expor de modo amplo, apenas para conversas com seus amigos próximos ou familiares.
A equipe de privacidade também deve trazer alguns produtos para amenizar as incertezas dos usuários, além do arquivamento:
- Remover seguidores: a ideia seria excluir haters, robôs e pessoas indesejadas. Em vez de bloquear uma pessoa, como ocorre hoje, você apenas teria o poder de removê-la da sua lista. Esta novidade deve ser testada já em setembro.
- Esconder likes: nem sempre você quer que os outros saibam quais posts curtiu recentemente, por inúmeras razões. A rede deve possibilitar isso no futuro, porém ainda sem data prevista.
- Desmarcações de posts: essa é um dos recursos mais esperados, afinal as pessoas podem acabar envolvidas em conversas públicas sem querer. Com a novidade, seria possível se desmarcar das conversas em precisar excluir ou bloquear ninguém. Essa adição deve chegar até o fim de 2021, mas sem data certa.
Empresas com soluções rivais, como o Snapchat e o Instagram, tiveram sucesso com uma ferramenta de publicações temporárias: os stories. O Twitter seguiu por esse mesmo caminho com os Fleets, mas não teve a receptividade esperada, provavelmente pela mesma razão do temor quanto aos tuítes, e descontinuou a ferramenta.
Desenvolvimento lento
A rede social de Jack Dorsey tem feito muitos testes recentes para dar uma necessária repaginada no serviço. Algumas seguem em fase de testes há anos, como a avaliação de postagens, que aparece de tempos em tempos, mas nunca desembarcou oficialmente. O próprio SEO da plataforma disse que os planos futuros são de se mover mais rápido, afinal os concorrentes são fortes e não brincam em serviço.
O objetivo disso tudo é trazer de volta usuários do passado e cativar novas pessoas, o que contribuiria para o crescimento das receitas da plataforma, que hoje dependem muito da verba publicitária. Após o baque do Facebook, com a mudança da política de privacidade da Apple, implementada com a chegada do novo iOS, a rede social do passarinho viu o quanto o seu modelo de negócio estava atrelado a decisões de outras empresas.
Essas medidas farão você retornar ao Twitter ou usar mais a ferramenta? Se não, o que poderia ser implementado para que as pessoas usassem mais a rede? Use o campo de comentários e deixe sua opinião.
Fonte: Bloomberg