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Instagram insiste em forçar conteúdo exclusivo para o Reels

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 22 de Abril de 2022 às 15h40

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Divulgação/Instagram
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O chefe do Instagram, Adam Mosseri, anunciou nesta semana uma série de mudanças nos recursos do Instagram, como a possibilidade de marcar produtos para qualquer tipo de conta e um suposto "ranking de originalidade". Esse segundo tópico chamou muita atenção porque vai além da proposta de "dar o crédito" a quem merece, como anunciou o executivo no começo da fala.

Foram três recursos anunciados:

  • Marcação de produtos por qualquer conta
  • Rótulo de criadores (além do nome, a profissão aparece abaixo, como atleta, criador de conteúdo ou músico)
  • Ranking de originalidade
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Esses dois primeiros recursos já foram adotados pelo Instagram, ainda que de modo restrito, portanto não chegaram a surpreender. O último item, contudo, ganhou destaque por reforçar algo que as pessoas já suspeitavam: a rede social pune quem reaproveita conteúdos de outras mídias, como o TikTok?

Redução do alcance de posts é real

A fala de Mosseri sobre o recurso deu a entender que sim. "Se você cria algo do zero, deve receber mais crédito do que se estivesse compartilhando algo que encontrou de outra pessoa. Vamos tentar fazer mais para valorizar o conteúdo original, principalmente com o republicado", explicou.

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Tal afirmativa não é exatamente uma novidade, mas preocupa quem é influenciador digital. É comum que pessoas famosas tenham perfis em três ou quatro redes sociais diferentes, com aproveitamento do mesmo conteúdo para todas. Você cria um vídeo curto voltado para o TikTok, mas republica no Instagram, no Kwai e no Twitter, por exemplo.

Até então, muitos especialistas recomendavam criar tudo no Instagram e reutilizar nas outras plataformas, justamente para não sofrer punição, mas não havia nenhuma manifestação oficial da empresa sobre isso. Agora, parece que tudo foi oficializado (ou será em breve).

Melhores ferramentas x maior público

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Muita gente passou a usar o TikTok como plataforma principal para criar vídeos, porque há mais ferramentas e opções exclusivas que o rival da Meta não tem. Além disso, o mecanismo de edição integrado ao app da ByteDance (e do próprio CapCut) é mais fácil de lidar do que os disponíveis no Reels. Forçar as pessoas a criar tudo pelo Instagram, com uma possível redução de alcance na entrega, pode deixar muita gente insatisfeita.

As redes sociais da Meta ainda são as mais relevantes do planeta em termos de usuários ativos — o Instagram já pode ter ultrapassado a barreira de 2 bilhões, por exemplo. Mesmo assim, ambas não são as preferidas do público mais jovem, razão pela qual parte da verba publicitária começou a migrar para outras fontes.

Mais crédito para o autor

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Por outro lado, a medida por ajudar no combate ao "roubo de conteúdo", prática muito comum na qual pessoas pegam vídeos de outras e republicam indiscriminadamente, sem autorização e crédito devido. Exigir a completa originalidade, contudo, pode ter efeito oposto: sem conteúdo do TikTok, o Instagram ficaria restrito às práticas dos criadores exclusivos, que não têm o mesmo apelo junto a determinadas parcelas da audiência.

Será que usar o CapCut para criar um vídeo voltado para o Reels seria considerado "falta de originalidade"? Ou bastaria apenas remover a tag do TikTok do final do vídeo para ficar tudo certo?

Ainda é cedo para tirar conclusões, porque nem o próprio Mosseri sabe como o algoritmo da rede determinará o que é original do que foi meramente importado. O jeito é acompanhar e torcer para que essa pressão por conteúdo original seja apenas de quem tem compromisso financeiro com a empresa — cujos repasses foram reduzidos —, caso contrário as pequenas empresas e os criadores de conteúdo em ascensão seriam os maiores prejudicados.

Fonte: Adam Mosseri