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Ex-funcionária da Cambridge Analytica diz que usuários afetados passam dos 87 mi

Por| 17 de Abril de 2018 às 15h16

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Redes Sociais/LinkedIn
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Uma ex-funcionária da Cambridge Analytica foi ao parlamento inglês para falar sobre fake news e a denúncia de que a empresa teria usado dados de usuários do Facebook para promover propagandas que poderiam ter influenciado a votação do Brexit, eleição que culminou na saída do Reino Unido da União Europeia. Em sessão que aconteceu nesta terça-feira (17) na Inglaterra, Brittany Kaiser explicou o processo de coleta de dados. Ela trabalhou até janeiro deste ano para a Cambridge Analytica.

“Meu trabalho na Cambridge Analytica era principalmente para atender clientes em potencial, ouvir o que eles queriam e exigiam, e informar a equipe de operações para produzir uma proposta de vendas, geralmente sob a orientação de gerentes seniores e executivos como o CEO Alexander Nix, o CFO / COO Julian Wheatland e o Diretor de Dados Alex Tayler. Eu tinha acesso a materiais da empresa sobre produtos e serviços, gerenciamento de contas e a potenciais e atuais clientes”, explica Kaiser.

Em pronunciamento, ela se diz conhecer uma gama maior de pesquisas que foram feitas pela Cambridge Analytica e que o número de contas do Facebook, cujos dados foram resgatados, é maior que 87 milhões. Ela explicou na apresentação que questionários sobre orientação sexual eram geralmente usados para obtenção dos dados de dados privados de usuários. “Nas minhas apresentações, costumava dar exemplos, mesmo para clientes, de que, se você for ao Facebook e vir esses quizzes de personalidade viral, nem todos eles teriam sido criados pela Cambridge Analytica, pelo SCL Group ou por nossos afiliados, mas essas aplicações foram projetadas especificamente para colher dados de pessoas usando o Facebook como ferramenta ”, disse ela.

As primeira informações divulgadas pelo jornal The Guardian diziam que dados de 50 milhões de usuários foram adquiridos e usados de forma indevida pela Cambridge Analytica. Semanas depois, auditoria do próprio Facebook chegou ao número de 87 milhões de contas. A empresa teria acesso a estes dados via um aplicativo criado pelo pesquisador Aleksandr Kogan de um centro de pesquisas ligado à Universidade de Cambridge. O Facebook já descobriu, e baniu, outro aplicativo que seguia o mesmo padrão.

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“Acredito que é quase certo que o número de usuários do Facebook cujos dados foram comprometidos por meio de rotas semelhantes às usadas por Kogan é muito maior que 87 milhões; e que tanto a Cambridge Analytica quanto outras empresas e campanhas não conectadas estavam envolvidas nessas atividades”, denuncia a ex-funcionária.

Kaiser ainda informa que deve falar mais sobre o fato nos próximos dias e tem uma agenda cheia para responder perguntas específicas sobre o assunto.

Fonte: UK Parliament