Professor X deixa oficialmente de ser o líder dos X-Men
Por Claudio Yuge |
Desde o início da Era Krakoana, em 2019, temos visto uma diferente faceta do Professor X, e, aos poucos, aquela desconfiança cínica se tornou em realidade com o degradê moral daquele que foi o fundador dos X-Men e o maior comandante da equipe durante os mais de 60 anos de trajetória dos mutantes da Marvel Comics. E, agora, acompanhamos o fim de uma era, com Charles Xavier deixando seu cargo por tempo indefinido.
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Atenção para spoilers de X-Men Forever #2!
Antes de falar sobre essa “desistência” oficial, vamos lembrar que, nos últimos meses, o Professor X tem mostrado suas verdadeiras cores após viver seu pior pesadelo. Depois de ter manipulado o Conselho Silencioso, Xavier se viu caindo nas garras do Senhor Sinistro e foi incapaz de deter o Massacre de Mutantes do Hellfire Gala, que praticamente varreu a ilha-nação Krakoa e milhões de mutantes do mapa.
Em seguida, ele tentou matar uma versão bebê de Maira MacTaggart, agora conhecida como Moira X; assassinou Rachel Summers e, para completar, confessou a Ciclope que fez um acordo justamente com os inimigos, a organização Orchis, para poupar Krakoa em troca do genocídio da raça humana.
Agora, na prévia de X-Men Forever #2, que chega às bancas gringas nesta semana, o Professor X aparece se comunicando com os mutantes presos na Sala Quente Branca (uma dimensão de bolso que existe fora do tempo e do espaço).
Charles realiza tal façanha por meio da cópia da “boneca vodu” de Mother Righteous (ou Mãe Justa, também conhecida como um clone do Senhor Sinistro chamada Rebecca Essex), que se viu presa na Sala Quente Branca junto com alguns dos principais X-Men.
Através de Rebecca, Xavier implanta psiquicamente planos para tirar os X-Men da Sala Branca Quente dentro de suas mentes e de como eles podem ajudar a reconstruir o mundo que a Orchis destruiu. Quando a cópia de Mother Righteous se dissolveu, vieram as palavras finais do Professor X: “Os X-Men que morreram nos expurgos da Orchis. Trata-os de volta. Lidere-os. Alguém tem que fazer isso. Meu tempo já passou.”
É o fim de Xavier?
Sabemos que nos quadrinhos nada acaba de uma vez para sempre. Raramente vemos um personagem tão forte e clássico como o Professor X deixar para sempre o Universo Marvel. Mas certo é que ele é uma figura bastante desgastada atualmente.
Para ter uma ideia, a instabilidade de sua liderança, a falta de carisma ou até de mais complexidade do personagem, e até mesmo a ausência de períodos realmente poderosos frente ao seu comando, fizeram com que Xavier estivesse bastante ausente, pelo menos em algum grande período em cada década, desde os anos 1980 — veja bem, até no revival da animação X-Men '97 não o vemos por ali.
Pelo contrário, todas as vezes que Xavier reapareceu, tudo aparentemente poderia “voltar aos trilhos”, mas, na verdade, seu sonho morreu faz muito tempo e nem tem quem consiga traduzi-lo realmente para os tempos atuais.
Além disso, a missão dos X-Men já mudou faz tempo, em um mundo em que a diversidade tem sido normalizada em vários meios. Então, embora os mutantes continuem sendo bastante vocais sobre as diferenças, os inimigos dos Filhos do Átomo tão deuses que nasceram a partir da evoluição de inteligência artificiais malignas criadas pela própria humanidade.
Ou seja, em mundo em que os X-Men buscam seu espaço frente àqueles que eles protegem e os temem, a maior ameaça é a própria evolução. Então, pelo menos por enquanto, não deveremos ver tão cedo a figura do Professor Xavier como líder dos mutantes — quem sabe se ele voltar a ser relevante depois de um certo filme bastante aguardado pelos fãs…