Homem-Aranha cansa de ser bonzinho e pretende detonar seus vilões
Por Claudio Yuge | 15 de Setembro de 2023 às 17h30
O Homem-Aranha, embora sempre trágico e solitário, nunca se corrompeu ao ponto de agredir deliberadamente os vilões. Mesmo sendo derrotado e apanhando muito, sua diretriz principal nunca o deixou cair em desgraça ou exercitar seu lado mais sombrio — por isso seu apelido mais comum é Amigão da Vizinhança. Mas… isso pode mudar agora, com suas emoções e seu estado psicológico dominado pela essência de um de seus piores inimigos de longa data: o Duende Verde.
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Atenção para spoilers de Amazing Spider-Man #33!
Já faz um tempo que o Homem-Aranha vem escalando um comportamento mais defensivo com os amigos e até hostil com a comunidade de heróis da Marvel — o Canaltech chegou a fazer uma matéria especificamente sobre isso. E os acontecimentos recentes envolvendo o retorno do Duende Verde aparentemente vão piorar isso.
Antes de falar sobre essa mudança, vamos contextualizar o que rola atualmente na vida de Peter Parker. Norman Osborn, o Duende Verde, tornou-se um vilão reformado, depois de ter seus “pecados metafísicos” apagados pelo vilão Devorador de Pecados, que expurgou seu lado sombrio do interior de sua alma. Mas o “peso psíquico” de todos os crimes não se dissiparam assim facilmente, e, posteriormente, infectou a psiquiatra Ashley Kafka, transformando-a na Rainha Duende.
Em Amazing Spider-Man #32, lançado no mês passado, a Rainha Duende, em parceria com Kraven, o Caçador, iniciaram um plano para trazer o Duende Verde de volta. Ambos conduziram um ritual mágico para converter o mal dos pecados de Osborn em uma lança imbuída com essa energia maligna, com a ideia de transferir a essência de volta ao seu lado sombrio por meio de um ataque com a arma amaldiçoada.
Só que, no final da trama, em vez de Kraven acertar a lança em Osborn, ele atinge o Amigão da Vizinhança, transferindo a essência do Duende Verde para o interior do Homem-Aranha.
Como o Homem-Aranha vai atormentar os vilões como o novo Duende Verde?
Em The Amazing Spider-Man #33, lançado recentemente, começa com um monólogo de Peter, no qual ele revela ainda ter seu infame uniforme preto depois de todo esse tempo. E, embora esse traje esteja sempre ligado a uma fase mais sombria de sua trajetória, Peter reflete sobre isso de uma maneira duvidosa.
Peter não está ciente que foi atingido pela lança que transferiu a essência maligna do Duende Verde para seu corpo, e apenas tem certeza de que Kraven fez “alguma coisa” com ele. Em seguida, ele reflete sobre pensamentos sombrios, e uma vontade crescente de liberá-los, principalmente ao lembrar que o caçador já o feriu gravemente e chegou a enterrá-lo vivo — como visto no clássico Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven.
O Homem-Aranha é tomado, então, por um comportamento mais agressivo, que projeta uma diferente possibilidade caso tivesse agido de forma mais contundente contra Kraven. “Se eu fosse tão… amigável”, reflete, com um olhar raivoso. Embora nunca tenha se mostrado assim de forma tão clara como nesta história, Peter sabe que muitos vilões o derrotam e abusam de sua vida por conhecerem sua fama de Amigão da Vizinhança.
E, justamente quando ele fala sobre o fato de ser “bonzinho”, Peter esmaga uma aranha e pensa: “Chega disso”, como se declarasse o fim da impunidade dos vilões que recorrentemente atormentam sua vida.
Como dito anteriormente, Peter já vinha em uma escalada ainda mais trágica e solitária nos últimos meses, com um comportamento que vem colocando a comunidade de heróis, que nunca foi assim tão próxima dele, ainda mais avessa a ele. Fica claro que o decadente estado emocional e psicológico do Homem-Aranha foi turbinado pela essência do Duende Verde, mas muito do que ele sente já vem de um desgaste acumulado.
Já vimos um Homem-Aranha mais agressivo e ambicioso com a versão possuída pelo Doutor Octopus, mas essa fase que combina suas frustrações e a essência do Duende Verde pode realmente mudar as coisas. Talvez seja a Marvel realmente amadurecendo Peter, reposicionando o herói em seu panteão. Vamos acompanhar.