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Dark Crisis | Morte da Liga da Justiça e vilões da Dark Army no novo evento DC

Por| 13 de Fevereiro de 2022 às 11h00

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DC Comics
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Qual é a melhor forma de mostrar para as pessoas como um herói ou um supergrupo faz tanta falta nos quadrinhos? Mostrando como fica o mundo na ausência desses salvadores. A estratégia não é nova no mercado editorial, mas já se provou bastante eficiente quando bem executada. Várias franquias da Marvel Comics e da DC Comics usam constantemente esse recurso para revitalizar seus ícones. E a DC vai fazer isso de novo, mas de uma maneira nunca realizada com a Liga da Justiça, conforme vem sendo anunciado o próximo grande evento decenauta, Dark Crisis.

O que vem sendo chamado de “uma carta de amor ao Universo DC” foi anunciado durante a semana pela editora e é o primeiro grande capítulo após a reformulação causada por Noites de Trevas: Death Metal, que estabeleceu infinitas Terras e Multiversos no atual Omniverso DC.

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É também o próximo passo, após Future State, que mostrou a próxima geração de heróis a substituírem os ícones da Liga da Justiça; e Infinite Frontier, que deu exemplos de como a nova continuidade pode abrigar heróis de várias Terras e períodos em uma mesma história, em um mesmo Omniverso.

Só para resumir um troço complicado de explicar, a DC tem usado todo o seu cânone em histórias em formato semelhante a "temporadas" de TV. A editora escolhe os personagens e ambientações de determinadas eras e Terras, como se fossem peças de um tabuleiro, de maneira que cada um tem uma função bem específica no motor da trama.

A ideia é poder dar a liberdade aos artistas, que assim não precisam ficar presos a detalhes cronológicos de mais de 70 anos de histórias. Além disso, assim fica mais fácil para os roteiristas estabelecerem diferentes tons de enredo; e diminui o uso desnecessário de personagens — ou seja, o leitor sabe que as fases prediletas de seus heróis continuam fazendo parte da continuidade, mesmo que elas não sejam as protagonistas de cada temporada.

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Outra coisa importante que essa mudança traz é a possibilidade de a DC fazer corretamente a transição do legado de cada herói icônico. O legado é o grande charme da editora, mas nas últimas décadas ela tem tido dificuldade de passar o bastão para a próxima geração sem ofuscar os clássicos ou já apresentar os próximos Superman, Batman e Mulher-Maravilha com peso inferior às criações originais.

Por exemplo, no ano passado, o foco era a atuação da equipe multiversal Justiça Encarnada, e o reposicionamento de Darkseid e da Sociedade da Justiça. A Liga da Justiça também apresentou mudanças, e a Trindade já vinha preparando os leitores para o que vem por aí.

Superman assumiu uma missão mais ampla, protegendo a liberdade em todo o universo, deixando seu filho Jonathan Kent como o Homem de Aço da Terra; Bruce Wayne perdeu sua fortuna e sua empresa em uma investida do Coringa e virou persona non grata em Gotham City, abrindo espaço para o novo Batman, Tim Fox; a Mulher-Maravilha se tornou uma entidade cósmica, sendo substituída por Núbia e Yara Flor; e por aí vai.

E, fora do evento principal, a DC segue criando arcos especiais e sagas paralelas menores, que podem comportar várias outras versões de sua continuidade, mantendo a oferta de histórias para diferentes perfis de leitores.

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Dark Crisis é a “nova Morte do Superman”

Antes de a DC revelar que se tratava de Dark Crisis, havia uma certa expectativa sobre algum evento relacionado à Morte do Superman, que aconteceu em 1992. Muita gente lendo esta matéria pode não saber ou se lembrar como foi. Resumidamente, mesmo todo mundo sabendo que o Superman voltaria, houve uma comoção mundial na era pré-internet.

Pela primeira vez em décadas de publicação mensal, não havia uma revista do Superman nas bancas, e a sensação era de melancolia. E, depois que o herói venceu a morte, ninguém nunca mais se foi para sempre nos quadrinhos. Ao que parece, a atmosfera que o escritor Joshua Williamson e o artista Daniel Sampere querem criar é a mesma com Dark Crisis, que seria como uma “nova Morte do Superman”, mas, desta vez, com os mais icônicos personagens da Liga da Justiça.

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A própria descrição da DC afirma que minissérie mensal em sete edições, com lançamento previsto para junho, está “30 anos em produção” — reforçando a teoria de que a trama deva mesmo se inspirar em elementos de Morte do Superman.

Os detalhes da trama são escassos. Williamson estabeleceu em Future State os jovens substitutos dos heróis clássicos; e mostrou em Infinite Frontier um pouco de como as histórias devem “flutuar” com personagens de todas as Terras. Em Dark Crisis, veremos como o mundo vai reagir na ausência de Batman Bruce Wayne, Superman Kal-El e Mulher-Maravilha Diana Prince, entre outros da formação mais conhecida.

Como a história deve se concentrar em legado, a DC deve reposicionar o que o heroísmo clássico da Liga da Justiça significa nos tempos atuais; e como a nova geração pode contribuir para levar esses valores à frente.

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Para isso, é necessário que hajam grandes ameaças. E elas se materializam na forma da chamada Dark Army.

Reunião de vilões casca-grossa em escala cósmica em Dark Crisis

No final de Infinite Frontier, os leitores foram apresentados a uma ameaça chamada de Great Darkness, que, aparentemente, é algo tão grande e onipresente que parece afetar todas as Terras e Multiversos do novo Omniverso DC. Ainda não dá para saber muito mais sobre isso, contudo, parece ser daquelas coisas que sempre estiveram ali desde a criação dos mundos; e, sabe-se lá por que razão, acordou agora para alimentar os vilões mais casca-grossa da editora.

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Não há confirmação oficial da DC, contudo, a Dark Army já foi praticamente toda apresentada nos teasers do evento. E, olha, é um grupinho bem barra-pesada, que teria sob suas estruturas a força destrutiva da tal Great Darkness. A equipe teria os seguintes integrantes:

Pária

Todo evento da DC com “Crise” no nome de certa forma remete ao grande evento original disso tudo: a Crise nas Infinitas Terras. O Pária, que esteve conectado à destruição causada pelo Antimonitor no enredo oitentista, é quem evoca a Crise do passado. Só que, desta vez, do lado dos vilões.

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Pária foi visto em Infinite Frontier em uma versão destruída do Multiverso-2, o que teria sido afetado na Crise nas Infinitas Terras, onde o Flash Barry Allen foi encaixotado recentemente em uma espécie de “prisão psíquica” — vale destacar que isso envolve elementos de diversas eras de quadrinhos, inclusive do Flash da Era de Prata.

Pária teria dominado o poder da Great Darkness para montar a Dark Army. O objetivo seria restaurar sua Terra e seu Multiverso de origem, destruindo a nova Terra primária do Ominiverso DC, a Terra-0, no processo.

Eclipso

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O vilão não era assim tão importante no passado, mas recebeu mais atenção mais recentemente, quando a DC começou a reposicionar melhor seu lado mágico e sobrenatural. Como a Mulher-Maravilha e John Constantine são muito populares e atuam justamente nesse canto, a companhia decidiu definir também algumas regras e peças de forma mais clara.

Eclipso, então, tornou-se um dos maiores vilões desse lado da editora — ele até apareceu como o maior inimigo dos heróis na segunda temporada da série Stargirl. Ele é a personificação original da “Ira de Deus”, posição ocupada mais tarde pelo Espectro.

Atualmente é ligado a um Diamante Negro, que alimenta os pensamentos e sensações mais sinistras dos seres vivos. Seus poderes vêm justamente dessas vibrações malignas, o que inclui possessão de indivíduos, projeção astral, teleporte e os mais diversos tipos de manifestações físicas dessas energias ruins.

Espectro

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Normalmente, o Espectro, que é a atual entidade que personifica a “Ira de Deus”, costuma ficar do lado dos “mocinhos”. Mas já vimos, em diversas ocasiões, o personagem questionar os heróis que “saem da linha” do “caminho do bem”, de acordo com os conceitos de sua missão espiritual.

Como o Espectro também teve grande participação na Crise nas Infinitas Terras original, pode ser que sua conexão com o Multiverso destruído seja uma das grandes motivações para se juntar à armada criada pelo Pária.

Apocalypse

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Bem, já comentamos ali no começo que Dark Crisis pode ser considerado também um evento que faz reverência à Morte do Superman, certo? Então, seria até injusto a Dark Army não incluir maior causador da queda do Superman na edição de 1992 no novo evento da DC.

E, embora Apocalypse não seja assim um vilão tão complexo, ele vem sendo usado como uma ameaça física de grande potência há muito tempo pela DC — inclusive nas animações e filmes. Veja bem, ele foi a ameaça central que também consumiu as forças do Homem de Aço no filme Batman vs Superman: A Origem da Justiça, de Zack Snyder.

Mão Vazia

Este é um ser de destruição cósmica que apareceu como vilão da Justice Incarnate, a Liga da Justiça Multiversal de Grant Morrison, em 2015, que agora ganhou mais destaque em Infinite Frontier. Ainda não sabemos muitos sobre suas motivações e planos, apenas que está obcecado em possuir o controle sobre as forças da Great Darkness.

É uma das maiores incógnitas na Dark Army reunida pelo Pária.

Nekron

Mais relacionado aos Lanternas Verdes, é a antiga entidade da morte e da entropia que utilizou as energias da Bateria Sombria para criar os zumbis da Tropa dos Lanternas Negros. Nekron foi o grande inimigo na saga Noite Mais Densa.

O conceito de ressurreição no novo Omniverso DC tem passado pelos elementos mostrados na saga Noite Mais Densa, especialmente na trajetória do Arqueiro Vermelho, Roy Harper, que atualmente vive graças ao poder do anel dos Lanternas Negros. Nekron e Harper devem ter importante participação para a trama de Dark Crisis definir melhor o que é considerado morte e vida no atual Omniverso DC.

Neron

Este personagem pode ser considerado um equivalente do Mefisto da Marvel para o Omniverso DC: um ser de poder infernal que governa sua própria realidade e que usa várias estratégias de manipulação para oferecer barganhas em troca de almas.

Neron já apareceu em tramas dos anos 1990 e vem sendo reposicionado de forma semelhante a Eclipso, para que faça sentido no cantinho mágico/sobrenatural da DC nesse novo status quo dos Multiversos. O personagem pode ser uma forma de ligar incongruências cronológicas do passado para explicar o presente, incluindo eventos recentes de Noites de Trevas: Death Metal.

Darkseid

O vilão sempre foi a maior ameaça de nível cósmico para a Liga da Justiça. Contudo, sua nova faceta abrange a busca pelo domínio de poder além da já datada Equação Antivida. Agora, Darkseid também está de olho no comando do Exército das Trevas com a energia dos Lanternas Negros e nas forças da Great Darkness.

Ainda estamos vendo como o grande vilão da DC vem se posicionando com novas fontes de poder, inclusive com uma postura muito mais tática e racional.

Ares

O Deus da Guerra da mitologia grega sempre fez parte da galeria de vilões da Mulher-Maravilha e da Liga da Justiça, com poder para incomodar não somente as Amazonas como também o próprio grupo superpoderoso da Terra.

Como a Mulher-Maravilha Diana Prince está virando uma entidade cósmica e há um crossover envolvendo suas substitutas no crossover Trial of the Amazons, a participação de Ares deve também ajudar a reposicionar o vilão no novo Omniverso DC.

Exterminador

De todos os integrantes da Dark Army, este é o menos poderoso. Mas como ele tem grande importância entre os vilões, digamos, mais mundanos, sua presença aqui também parece estar conectada ao reposicionamento de sua força entre os heróis e inimigos “de rua”.

Ou seja, pode ser que o Exterminador seja “promovido” a uma força humana que se conecta às vibrações malignas de estatura cósmica no novo Omniverso DC. Assim como o Espectro, sua presença e posição na Dark Army podem mudar, já que a participação de ambos os personagens muitas vezes mudam a perspectiva em um conflito — nem sempre a trama é somente sobre “mocinhos contra bandidos”, principalmente quando há questões mais complexas envolvidas.