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O que a Samsung precisa fazer para voltar a empolgar

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Rafael Damini/Canaltech
Rafael Damini/Canaltech
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A Samsung domina o mercado global de smartphones há muitos anos, e não é diferente no Brasil. Por aqui, a empresa é responsável por quase metade dos celulares ativos atualmente. Mas sua participação está caindo pouco a pouco.

Em dezembro de 2020, 44,59% dos telefones ativos foram produzidos pela empresa, segundo o StatCounter, que faz a análise dos aparelhos pelo tráfego em sites da internet. Um ano depois, a sul-coreana viu sua fatia cair para 42,77%. Em fevereiro, já ficou em 40,54%.

Como a análise é feita por smartphones ativos, isso pode significar duas coisas: ou o público brasileiro está trocando seus Samsung por modelos de outras marcas; ou as concorrentes estão ganhando mais espaço que a sul-coreana.

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Mas o que a Samsung pode fazer para voltar a empolgar o mercado brasileiro? A empresa tem feito um trabalho excelente em diversas áreas, mas há alguns pontos que podem melhorar. Eu vou apontar cada um nos próximos parágrafos.

Casa organizada

Vamos começar com os pontos de vantagem, como a organização do catálogo. É verdade que a Samsung ainda lança bastante celular no mercado, mas ao menos as linhas estão organizadas e fáceis de entender.

Os modelos da linha Galaxy A52s são todos intermediários, e quanto maior o número, mais funções e potência tem o aparelho. A linha Galaxy S é a mais poderosa, ao lado dos modelos dobráveis Galaxy Z.

A única confusão que pode acontecer está na linha Galaxy M, que se entrelaça com os modelos da linha Galaxy A. Mas a ideia da primeira é dar foco maior nas especificações, sem descuidar muito do design, mas deixando-o em segundo plano. Além disso, são modelos com venda exclusiva pela internet.

Ou seja, você tem uma ordem simples nas linhas. Um Galaxy A02 está abaixo de um Galaxy A72, e entre eles estão todos os outros Galaxy A e quase todos os Galaxy M. E aí temos a linha Galaxy S, com design em barra, e a Galaxy Z, com tela dobrável.

Fácil de compreender, e quase não gera dúvidas. E isso valeu pelos últimos dois anos, e espero que assim continue por muitas gerações ainda.

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Diferenciais para os concorrentes

Além da facilidade para o consumidor compreender onde cada aparelho se encaixa, a Samsung também entrega alguns diferenciais em relação aos concorrentes. Claro que não em todos os modelos, mas ao menos nos principais.

Por exemplo, os intermediários mais avançados, como Galaxy A52 e A72, têm certificação IPxx. Ou seja, são protegidos contra poeira e água.

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Além disso, boa parte da linha tem entre três e cinco anos de atualizações do sistema Android. Não é apenas update de segurança, mas mudança de versão do SO do Google. Os novos Galaxy A33 e A53 vão até o Android 16, assim como os topo de linha mais recentes.

São dois pontos em que os concorrentes ainda engatinham. E nem todos correm atrás de oferecer esses extras.

O que a Samsung precisa fazer para voltar a empolgar?

Dito isso, há também pontos que podem melhorar nos celulares da Samsung. A empresa já correu atrás e, ao menos para a geração 2022 de seus topo de linha, trouxe modelos com o chip Snapdragon, um pedido recorrente dos fãs.

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Mas a linha Galaxy S não é a mais vendida da companhia aqui no Brasil. O segmento topo de linha é dominado pela Apple, que praticamente só oferece modelos para a categoria mais avançada. O alvo da Samsung por aqui está nos modelos mais baratos, que são justamente aqueles que precisam de mais melhorias.

A primeira delas é a presença de tela OLED em todos os celulares. É verdade que o Galaxy A22 já tem display Super AMOLED, mas ficou faltando essa característica nos aparelhos mais de entrada, como os Galaxy A02 e A12. O IPS LCD é mais acessível, mas já é uma tecnologia que deveria estar superada no mercado mobile.

Mas ok, quem compra esses aparelhos mais baratos não costuma se incomodar muito com a tela. Então podemos relevar esse ponto.

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Vou partir para alguns mais genéricos, que se aplicam a todo o catálogo da companhia.

Eficiência energética

A Samsung tem oferecido baterias de boa capacidade na maior parte de seus celulares, principalmente os intermediários. Mas eles ainda ficam aquém dos concorrentes com características semelhantes no tempo de uso, e isso se deve a um problema de eficiência energética da One UI, interface da empresa.

Não é de hoje que os smartphones da companhia sul-coreana ficam devendo neste ponto. E não chega a ser uma questão ruim deles, mas quando um Galaxy com 5.000 mAh e tela Super AMOLED entrega tempo de uso menor que um Moto G com a mesma carga, mesmo chip e tela IPS LCD, é porque algo está errado.

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A boa notícia é que, em tese, esse é um problema que a Samsung pode resolver com uma atualização de software. Ou seja, não precisa nem desenvolver novos modelos, apenas aparar algumas linhas de código e inserir outras para resolver.

Preço mais competitivo

Já deixo claro que, apesar de os preços de lançamento dos celulares da Samsung assustarem, em poucos meses eles atingem valores aceitáveis no varejo online. E, considerando o conjunto entregue, são geralmente um custo-beneficio melhor que os concorrentes diretos.

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Mas a companhia sul-coreana pode melhorar ainda mais esse ponto. Reduzir o preço de lançamento é uma ideia. Se os celulares ficam bem mais em conta em poucos meses, não vejo razão para não lançá-los a preço mais próximo do que realmente é possível vendê-los desde o início.

Dobráveis intermediários e a preço competitivo

Por fim, a Samsung tem uma boa carta na manga para atrair mais consumidores para seus celulares: os dobráveis. Mas, para eles se tornarem populares no Brasil, precisam chegar a preços mais acessíveis. E a solução para isso é apostar em modelos com hardware intermediário.

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Claro que não adianta lançar um Galaxy Z Fold Lite com um Snapdragon da série 600 e preço de Galaxy S22.

A Samsung precisa, antes, conseguir que as telas fiquem com preço mais competitivo. Mas há um modelo que pode aparecer com hardware mais modesto e valor acessível: o Z Flip.

Um ponto de partida

Claro que sempre haverá detalhes para uma companhia se atentar nos produtos que lança, e não dá para agradar todo o mundo. Mas, ao passo que a Samsung tem feito um bom trabalho — que rende elogios da mídia especializada — está claro que a fatia de mercado no Brasil tem diminuído.

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Assim, mesmo que a empresa agrade com recursos avançados, boa qualidade no conjunto de câmeras, celulares potentes e tela acima da média, está faltando algo para reconquistar consumidores.

Acredito que preço mais acessível, aposta em diferenciais em que a empresa é especialista e melhoria na interface vão ajudar bastante e servem como um bom ponto de partida para a Samsung.