Comparativo Edge 30 Pro x Galaxy S22: qual leva a melhor?

Dois dos celulares mais potentes do Brasil atualmente, o Motorola Edge 30 Pro e o Samsung Galaxy S22 podem ser encontrados por preços e configurações bastante próximos. Mas qual é o melhor? Eu testei ambos e conto tudo neste comparativo.

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Tanto o Edge 30 Pro quanto o S22 são equipados com o novo Snapdragon 8 Gen 1, plataforma para Android mais veloz do momento. Além disso, ambos possuem uma câmera principal de 50 MP — mas já adianto que um se sai muito melhor que o outro na qualidade das fotos.

São muitas particularidades e semelhanças, por isso preparei este artigo para explicar todas as diferenças e ajudar você a decidir qual dos dois é a melhor opção. Vamos nessa?

Construção e design

Comecemos pelo design. O Edge 30 Pro e o Galaxy S22 são celulares premium que custam mais de R$ 5.000, portanto ambos entregam construção robusta e ótimo design — convenhamos, era o mínimo que eles deveriam oferecer.

Mas há algumas diferenças importantes para comentar que devem fazer a diferença para aqueles usuários mais exigentes. Por exemplo, o Edge 30 Pro vem com vidro Gorilla Glass 5 na traseira, solução da Corning já antiga e pouco utilizada nos flagships mais atuais.

Por outro lado, o smartphone da Samsung traz o vidro para celular mais resistente do momento, o Gorilla Glass Victus+. Para comparação, a tecnologia equipada no S22 está a duas gerações a frente da presente no rival.

O material usado na moldura também é outra discrepância: plástico no Edge 30 Pro e alumínio no Galaxy S22. Pode não ser um detalhe tão importante para alguns, mas a pegada se torna pior no celular da Motorola, algo que não gostaria de sentir em um topo de linha.

Vale mencionar, ainda, que ele não conta com certificação IP para resistência contra água e poeira, característica presente em todos os modelos Galaxy S desde o Galaxy S7. Outros aparelhos de mesma categoria também são resistentes a líquidos, como o iPhone 13.

Com relação ao visual, sabemos que se trata de algo mais subjetivo, então vou compartilhar a minha opinião. O Edge 30 Pro é muito bonito, e a Motorola oferece as opções de cores mais elegantes atualmente — o modelo que testei veio com um furta-cor espetacular com tons de azul e roxo maravilhoso.

Mas o Galaxy S22 também tem seus pontos altos, e acho que um deles seja a originalidade da linha nas últimas duas gerações. A Samsung apenas refinou o que já era bom, ajudando a diferenciar a linha S em meio a muitos celulares parecidos visualmente.

Isso não acontece com a família Edge, que vive mudando completamente de design a cada ano — o primeiro chamou muita atenção pelas bordas curvas, enquanto o segundo veio totalmente reto, e o terceiro foi uma junção das primeiras gerações. Essas mudanças tornam a linha um pouco perdida na sua proposta estética.

Se você ainda não estiver convencido, talvez o tamanho de cada um seja um fator decisivo para escolher entre um e outro. O Galaxy S22 é um dos menores flagships da nova geração até o momento, perdendo apenas para o iPhone 13 mini. É muito compacto e agradável de usar com apenas uma mão.

Já o Edge 30 Pro é grande e deve agradar quem possui mãos avantajadas. Nos meus testes, não me incomodei em utilizá-lo com as duas mãos porque ele até consegue ser leve considerando seu tamanho e a bateria de 4.800 mAh.

Tela

• Motorola Edge 30 Pro: 6,7 polegadas, pOLED, resolução Full HD+, 144 Hz, HDR10+;
• Galaxy S22: 6,1 polegadas, AMOLED Dinâmico 2X, resolução Full HD+, 120 Hz, HDR10+.

A principal diferença na tela é o tamanho. O Galaxy S22 é consideravelmente menor com suas 6,1 polegadas, contra 6,7 polegadas do Edge 30 Pro. Então a primeira coisa a se considerar é se você curte aparelhos grandes ou compactos.

Independentemente da sua escolha, você terá uma ótima qualidade de tela, com ambos apresentando cores bastante vivas, pretos profundos e contraste adequado. O brilho máximo do S22 é ligeiramente superior ao do rival, mas, no geral, o desempenho é sólido nos dois.

Tanto o S22 quanto o Edge 30 Pro também possuem alta taxa de atualização. O celular da Motorola atualiza a tela 144 vezes por segundo (144 Hz), enquanto o da Samsung tem frequência de 120 Hz. Essa diferença não deve fazer muita diferença na prática, mas pode ser um ‘plus’ quando chegarem mais jogos compatíveis.

Configurações e desempenho

• Motorola Edge 30 Pro: Snapdragon 8 Gen 1, 12 GB de RAM, 256 GB de armazenamento interno;
• Samsung Galaxy S22: Snapdragon 8 Gen 1, 8 GB de RAM, 128 GB de armazenamento interno.

São dois dos smartphones mais velozes da atualidade, então dizer que ambos rodam todas as tarefas da Play Store é “chover no molhado”. Mas dá para apontar algumas vantagens e desvantagens de cada um.

O Galaxy S22, por exemplo, só tem uma opção de 128 GB de armazenamento interno. Essa quantidade pode ser pouca para alguns usuários, principalmente considerando não haver entrada para cartão microSD. Já o Edge 30 Pro oferece o dobro, 256 GB.

Outra diferença está na quantidade de memória RAM: 8 GB no S22 e 12 GB de Edge 30 Pro. Na prática, o celular da Samsung deve “sofrer” mais rápido em certas tarefas em alguns anos, enquanto o rival trabalhará com mais folga.

Se, no hardware, o Edge 30 Pro leva a melhor pela maior quantidade de RAM e armazenamento, é no software que o Galaxy S22 mostra sua força.

A modificação da Samsung em cima do Android é a melhor, na minha opinião, por entregar uma experiência única, como se fosse um sistema operacional próprio, recursos extras úteis e navegação extremamente fluida.

A versão da interface disponível no Galaxy S22 é a One UI 4.1, baseada no Android 12. Todas as propriedades do Material Design do Google estão presentes, agora com muito mais opções de personalização.

Além disso, a Samsung é a empresa que mais oferece suporte aos seus aparelhos. O S22, por exemplo, deve ganhar upgrades geracionais do Android até 2026, tempo impressionante se você pretende passar muitos anos sem trocar de celular.

Nesse quesito, a Motorola decepciona ao prometer apenas dois anos de atualizações do Android, ou seja, até o futuro Android 14.

A modificação da Motorola sobre o Android também é muito boa principalmente por se aproximar da interface dos Pixel. Mas ela não deixa de lado alguns recursos já conhecidos dos Moto G, como os gestos para ligar a lanterna e ativar a câmera.

Bateria e carregamento

• Motorola Edge 30 Pro: 4.800 mAh;
• Galaxy S22: 3.700 mAh.

Pelo tamanho dos dois aparelhos, já dá para perceber que o Edge 30 Pro tem uma bateria maior. São 4.800 mAh, contra 3.700 mAh do S22. Na prática, dá o óbvio, e o celular da Motorola se sobressai quando o assunto é autonomia de bateria.

No nosso teste padrão de Netflix, com três horas de reprodução de vídeos, brilho e volume em 50%, e conectado apenas ao Wi-Fi, o Edge 30 Pro consumiu 22%, enquanto o seu rival ultrapassou os 30%.

No dia a dia, o celular da Motorola também se saiu melhor. Nos meus testes com os dois aparelhos, reproduzindo um dia normal de uso, com muitas redes sociais, vídeos no YouTube, fotos, vídeos e jogos ocasionalmente, cheguei ao segundo dia tranquilamente, diferente do S22.

O Edge 30 Pro não só ganha na autonomia de bateria, como também na velocidade de carregamento. Ele suporta 68 W de potência, e o carregador compatível vem na embalagem. Seu rival, por outro lado, suporta apenas 25 W e não oferece o acessório.

Há algumas semelhanças entre os dois para comentar, como a presença de carregamento sem fio e reverso, este último para recarregar outros dispositivos.

Câmeras

O Edge 30 Pro veio com um conjunto fotográfico bastante robusto. As câmeras principal e ultrawide têm 50 MP, enquanto a terceira tem lente macro e apenas 2 MP. A frontal, por sua vez, tem incríveis 60 MP, resolução inédita para fazer selfies.

Embora os números sejam impressionantes, a qualidade das imagens não é tão surpreendente. O sensor ultrawide deixa muito a desejar para o segmento, apresentando cores geralmente distorcidas, nitidez e ruído muito exagerados em ambientes ensolarados.

Não dá para deixar de comentar que o Edge 30 Pro também não grava em 4K na lente de ângulo mais aberto, alcançando apenas Full HD a 30 fps. Para um aparelho que custa tanto, essa limitação é inaceitável porque até celulares intermediários já suportam a resolução.

A lente macro de 2 MP é outro grande problema, não só pela baixa qualidade das imagens, como também porque ela substitui a boa câmera telefoto do Edge 20 Pro.

A câmera frontal de 60 MP também não me agradou tanto quanto eu esperava. Com 60 MP, as imagens têm definição, mas o pós-processamento da Motorola exagera no contraste.

A melhor coisa do conjunto fotográfico do Edge 30 Pro é a câmera principal de 50 MP. O software da Motorola, nesse sensor, faz um bom trabalho em destacar cores quentes e elevar um pouco o contraste, mas sem exagerar. As imagens ficam bem chamativas, ideais para publicar direto nas redes sociais.

Fotos da câmera do Edge 30 Pro

Se o Edge 30 Pro decepcionou nas câmeras, o Galaxy S22 faz jus ao preço e entrega resultados surpreendentes. Não houve uma evolução significativa em relação ao S21, mas isso está londe de ser um problema, porque a geração passada já oferecia uma ótima qualidade.

Todos as câmeras, seja a principal de 50 MP, a ultrawide de 12 MP ou a telefoto de 10 MP, fazem fotos de ótima qualidade, cores extremamente vibrantes e longo alcance dinâmico. O software da Samsung, o qual geralmente exagera na saturação e no contraste, está mais equilibrado e não soa mais tão artificial.

Em vídeos, o S22 também faz bonito, gravando em 4K a 60 fps com todas as câmeras, mas também alcança o 8K com a principal.

Fotos da câmera do Galaxy 22

Comparativo de ficha técnica

Edge 30 Pro x Galaxy S22: qual leva a melhor?

O Edge 30 Pro é muito competente em alguns departamentos, mas ainda é um pouco difícil recomendá-lo frente ao Galaxy S22 por ainda oferecer uma experiência de Moto G em muitos aspectos, algo que considero negativo em um aparelho de R$ 6.499.

A pegada mais simples e a qualidade das câmeras são os maiores defeitos do flagship da Motorola, mas também dá para mencionar o suporte medíocre de atualizações da empresa, muito abaixo dos quatro anos disponibilizados pela Samsung.

E o preço maior que o do Edge 30 Pro também não ajuda — afinal, quem gostaria de gastar mais para ter um conjunto menos premium?

Já o topo de linha da Samsung, com exceção da bateria ruim, tem tudo o que um celular acima de R$ 5.000 deve oferecer: construção premium, câmeras muito competentes e até cinco anos de atualizações do Android. Além disso, se você curte tela pequena, ele é a melhor opção atualmente.

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