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Celular intermediário tira boas fotos ou devo comprar um topo de linha?

Por| Editado por Léo Müller | 31 de Março de 2022 às 11h10

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Erick Teixeira/Canaltech
Erick Teixeira/Canaltech

Muitas pessoas se questionam sobre a necessidade de comprar um celular topo de linha quando há aparelhos intermediários muito competentes e bem mais acessíveis. De fato, estes modelos se aproximaram dos smartphones premium em muitas frentes, como câmera e desempenho geral.

Inclusive, meu colega Pedro Cipoli preparou um vídeo bastante interessante defendendo justamente a ideia de que você não precisa de um celular topo de linha tendo modelos intermediários com tecnologias mais avançadas e custando bem menos. Deixarei o vídeo abaixo para você conferir.

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Mas o meu recorte é um pouco mais específico. Ultimamente, com o lançamento de muitos smartphones chamados “intermediários premium”, a distância em relação aos aparelhos topo de linha ficou cada vez menor, principalmente quando o assunto é câmera.

Mesmo que não apresentem uma qualidade de imagem tão superior se comparado aos aparelhos mais caros, eles têm ganhado cada vez mais opções de lentes, sensores maiores e recursos geralmente vistos em modelos premium, como estabilização óptica de imagem em vídeos e modo noturno aprimorado.

E, com essa ponte mais estreita a cada ano, surge a dúvida: vale a pena comprar um celular intermediário se meu objetivo for tirar boas fotos? O que eu ganho e perco ao optar por um celular mais barato em vez de um top?

Pensando em responder a essas e outras perguntas, usei dois smartphones, um intermediário e um topo de linha, por alguns dias para ver se há diferenças reais nas câmeras que vão além dos números e da quantidade de recursos.

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Para este artigo, usei um Galaxy A52s 5G e um Galaxy S21 Ultra 5G como base. Mas também colocarei exemplos de outros smartphones que testei ao longo dos meses.

Experiência no dia a dia

Câmera principal

Bom, vamos à prática. A câmera principal é a que mostrar menos diferenças gritantes entre o intermediário e o topo de linha, a menos que você use o intermediário em condições de iluminação ruins ou cenários mais desafiadores.

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Por exemplo, em fotos de paisagens com luz ideal, o pós-processamento da Samsung age basicamente da mesmo forma tanto no A52s quanto no S21 Ultra, apresentando saturação e contraste mais exagerados para fazer as imagens saltarem aos olhos.

Há quem goste dessas alterações que os celulares Galaxy fazem porque, na maioria dos casos, nem precisa passar por edições antes de publicar em redes sociais — eu, pelo menos, curto bastante. Na imagem abaixo, por exemplo, você tem cores vivas, definição impecável e balanço de branco acertado.

Caso você seja mais do time que gosta de editar as fotos antes de divulgá-las, smartphones intermediários deixam a desejar por não suportar o formato de imagens RAW.

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No meu caso, a ausência não foi um problema, mas é importante deixar isso claro para o caso de você ser fotógrafo ou goste de editar fotos antes de divulgá-las.

Uma coisa que não gostei do Galaxy A52s 5G, e que geralmente acontece em outros intermediários, foi a inconsistência no alcance dinâmico.

Por exemplo, na imagem abaixo, o intermediário apresentou céus completamente estourados e regiões escuras mais claras, algo que não aconteceu com o S21 Ultra.

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E foi curioso perceber que, mesmo oferecendo um HDR mais limitado — o que já era de se esperar por conta do hardware mais modesto —, o software de câmera do intermediário geralmente foi mais rápido em processar as imagens — pelo menos na minha experiência com esses dois aparelhos específicos.

Modo retrato

O modo retrato dos intermediários melhorou bastante ano a ano, e atualmente temos modelos muito competentes nesse quesito. Mesmo que ainda inferior se comparado a smartphones topo de linha, é possível ter ótimos registros com fundo desfocado.

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No exemplo abaixo, o A52s (da esquerda) apresentou um excelente recorte de fundo e priorizou a tonalidade natural das cores. O resultado pode parecer um pouco tímido em relação ao da direita porque não tem tanto brilho, mas é bom e pode agradar a algumas pessoas.

Além do Galaxy A52s 5G, outros smartphones mais simples que fazem bons retratos são o Redmi Note 11 e suas variantes 11S e 11 Pro 5G, Motorola Moto G71 e Realme 9i.

Algo que você perderá nesse campo do modo retrato é o Vídeo em Retrato, que, como o nome já diz, permite gravar com o fundo desfocado. Essas funcionalidades demandam muito do smartphone, portanto é compreensível que não estejam em um intermediário.

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Câmera ultrawide

Muitas empresas investem na câmera principal e esquecem do restante do conjunto, e uma das afetadas é a lente ultrawide. Em muitos aparelhos intermediários mais básicos, você recebe imagens com muita distorção e cores lavadas.

Mas em alguns modelos do segmento que são um pouco mais completos, até que temos sensores de ângulo aberto um pouco melhores.

O Galaxy A52s 5G é um desses aparelhos. O sensor de 12 MP tem ângulo de 123° e oferece o mesmo pós-processamento da principal, com boa saturação e contraste para chamar atenção.

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Comparado com as fotos do S21 Ultra, não há nada para comentar, exceto que, no celular mais potente, as cores são puxadas para o quente, enquanto no intermediário temos tons mais frios — sinceramente, prefiro a do A52s.

Câmera macro

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Os celulares topo de linha já possuem soluções mais interessantes para fazer fotos macro — o iPhone 13 Pro, por exemplo, utiliza a câmera ultrawide, assim como o Edge 30 Pro e o Galaxy S22 Ultra. Mas muitos smartphones de gama média ainda precisam de uma lente dedicada para fotografar objetos mais próximos.

Felizmente, com o avanço do departamento fotográfico nesses aparelhos, as empresas foram esquecendo os terríveis sensores de 2 MP que inundaram o mercado há alguns anos, e atualmente já conseguimos resultados melhores em muitos celulares mais simples.

Xiaomi e Samsung são duas as marcas que mandam relativamente bem quando o assunto é foto macro. Pelo menos nos intermediários um pouco mais avançados, as imagens são decentes para a categoria, com boas cores e definição agradável. Alguns até se arriscam em desfocar o fundo como em celulares premium.

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Alguns modelos que se destacam nesse modo: Galaxy A52, A52s 5G, A72, M52 5G e Redmi Note 10 Pro.

Modo noturno

Fotografia noturna ainda é um desafio para muitos celulares, tanto é que ultimamente os chipsets mobile mais premium têm focado bastante nesse campo com melhorias em seus ISPs (Processamento de Sinal de Imagem).

Nos intermediários, fotografar à noite ou com iluminações mais desafiadores é ainda mais complicado porque sofrem com hardware e software limitados. Mas, se você não for muito exigente, dá para conseguir resultados agradáveis com eles.

Os celulares da linha Galaxy A geralmente mandam bem nesse quesito. Eu testei basicamente toda a linha de 2021, incluindo os baratinhos A12 e A02s, e as imagens noturnas são boas desde que você não exija demais deles — afinal, são mais simples em tudo.

Ou seja, em algumas ocasiões, dependendo da intensidade da luz, o software tentará compensar a falta de iluminação com mais nitidez e brilho, consequentemente gerando mais ruídos. Mas você consegue aproveitá-las em redes sociais.

Além dos Galaxy A, outros celulares intermediários com modo noturno interessante são: Motorola Edge 20, OnePlus Nord 2 5G e Redmi Note 10 Pro.

Onde os smartphones mais baratos ainda decepcionam quando a noite cai é na gravação de vídeo. Infelizmente não dá para recomendar nenhum modelo nesse quesito porque a qualidade cai bastante, apresentando ruídos excessivos, baixa estabilização e cores prejudicadas.

Gravação de vídeos

Já que eu toquei no assunto vídeos, devo admitir que tenho me surpreendido positivamente com o desempenho de intermediários nesse departamento, principalmente os modelos da Samsung.

Não só o Galaxy A52s 5G, modelo que usei como base para este artigo, como também os Galaxy A52 e A72 gravam em até 4K a 30 fps tanto com a câmera principal quanto com a ultrawide, mas também entregam 1080p (Full HD) a 60 fps.

Estabilização óptica de imagem, o famoso OIS, há muito tempo presente somente em aparelhos premium, também está presente nos aparelhos citados acima, o que é uma ótima notícia para quem gosta de gravar vídeos sem tremedeira.

Infelizmente, ainda não vi outras linhas de celulares intermediários que possuem uma qualidade de gravação tão boa quanto a Galaxy A. No portfólio da Motorola, por exemplo, você precisaria gastar cerca de R$ 3.000 para conseguir vídeos em 4K.

Como foi usar a câmera de um celular intermediário

Depois de alguns dias fazendo muitas fotos e vídeos com um celular intermediário, cheguei à conclusão de que eu não preciso de um smartphone topo de linha para ter bons registros em qualquer ambiente ou condição de iluminação.

Para uso mais básico como o meu, como publicar fotos em redes sociais ou apenas guardá-las como lembrança, o desempenho das câmeras do Galaxy A52s 5G foi mais que suficiente. Todos os sensores performaram muito bem e quase não senti falta dos recursos extras presentes no Galaxy S21 Ultra 5G.

Se eu tivesse que dizer uma coisa que poderia estar mais presente em celulares intermediários, seria uma lente telefoto. O Galaxy A72 foi o único da categoria que testei com essa lente e gostei bastante dele. Infelizmente, a Samsung tirou ela da nova geração.

Claro, se você trabalha com fotografia ou tem um olhar mais crítico para fotos, ainda recomendo optar por um celular topo de linha por algumas sutilezas que só eles possuem, mas aí se justifica no preço mais alto.

Por exemplo, imagens RAW são melhores para um ajuste manual mais preciso. O pós-processamento também não é tão agressivo e o modo profissional oferece muito mais opções de configurações — não é à toa que o iPhone é a melhor opção para fotógrafos.

Se você tiver um perfil parecido com o meu, no entanto, felizmente há um leque de opções mais amplo no mercado. Atualmente, já é possível encontrar smartphones mais acessíveis que entregam uma qualidade equivalente ou até melhor que um topo de linha — inclusive, confesso que tive uma experiência melhor com o Galaxy A52s 5G do que com o Edge 30 Pro, que custa três vezes mais.

Os aparelhos mais robustos da linha Galaxy A, a partir do A52, são os melhores em câmera que você pode encontrar nessa categoria aqui no Brasil. Mas também posso citar o Edge 20, intermediário premium da Motorola.