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Apple usará menos peças de terceiros no iPhone; isso é bom?

Por| Editado por Léo Müller | 17 de Fevereiro de 2023 às 16h25

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Ivo Meneghel Jr/ Canaltech
Ivo Meneghel Jr/ Canaltech
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A Apple tem um plano de longo prazo para controlar ainda mais a produção dos componentes do iPhone, do MacBook e de seus relógios. E esse movimento vai além de simplesmente aumentar alguns dólares no lucro das vendas, tendo potencial para também beneficiar os usuários dos produtos da Maçã.

A Gigante de Cupertino quer depender cada vez menos de outras empresas para produzir seus dispositivos. Além dos chips M1, M2 e variantes para os MacBooks, a companhia busca também desenvolver suas próprias telas, baterias, modems e mais.

Como isso beneficia a empresa? A resposta vai além do simples aumento no lucro e redução no custo de fabricação. O Canaltech analisa as possibilidades e explica como a Apple deixar de comprar componentes eletrônicos de terceiros pode ser bom para o usuário.

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Ainda mais controle no ecossistema

Engana-se quem pensa que o objetivo da Apple é apenas aumentar seus lucros. Claro que este é um efeito que faz parte de todo o movimento, mas não é a única motivação da companhia — ao menos oficialmente.

Com o controle de cada vez mais etapas e componentes de seus produtos, a Apple também ganha maior liberdade de projeto. Em vez de ficar refém de terceiros para conseguir as tecnologias que pretende oferecer, a Maçã acredita que pode entregar ainda mais ao usuário.

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Isso fica evidente se pensarmos nos chips próprios utilizados em MacBooks, iMacs e computadores diversos. Os chips M1 e M2 são mais velozes do que qualquer processador da Intel de mesma categoria, e são desenvolvidos pela Apple, que pode projetá-los para fazer o que ela precisa.

Ou seja, além de ter chips mais poderosos, a Apple não depende do suporte de processadores de terceiros para incluir outros componentes no conjunto. E isso vai da bateria aos alto-falantes, além de modems e vários outros drivers que o usuário final sequer imagina que está dentro de um computador.

E não para por aí. Atualizar o sistema também fica mais fácil, já que a Gigante de Cupertino controla todo o processo desde a concepção do chip que é o cérebro da máquina. Isso fica evidente quando os novos MacBooks recebem updates em frequência maior que os modelos com processadores Intel.

Apple ficará com toda a produção do iPhone?

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Os chips de computador são apenas o primeiro passo. A companhia ainda estaria desenvolvendo um modem próprio para o iPhone e uma tela microLED para o Apple Watch. Se a estratégia continuar funcionando, a empresa não teria porque parar por aí.

O chip do smartphone da Apple já é desenvolvido pela Maçã há bastante tempo, mas só agora a companhia conseguiu levar a experiência para a produção do MacBook. Modem e tela são os próximos passos conhecidos.

Se a microLED do Apple Watch funcionar bem, nada impede que o processo seja levado para o display dos celulares. O modem — chip responsável pela conectividade 5G dos iPhones — está previsto para os modelos de 2024, e o display não deve demorar depois de chegar ao relógio.

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Alguém poderia argumentar que isso aumenta o custo de fabricação, pois exige investimentos na linha de produção. Mas a verdade é que a Apple não vai abrigar toda a produção de seus dispositivos eletrônicos. A ideia é desenvolver a tecnologia dos componentes e terceirizar a fabricação.

É o que já acontece com outras partes do iPhone, por exemplo. O chip é todo projetado em Cupertino, mas a fabricação fica a cargo, geralmente, da TSMC. A Apple comanda todo o processo e tem um controle de qualidade, mas são outras empresas que ficam com a linha de produção.

Ou seja, a Maçã quer comandar o desenvolvimento para ter maior controle na compatibilidade dos componentes entre si. Mas a linha de produção ainda será terceirizada, até porque isso exigiria um investimento muito maior.

Por que a Apple controlar a produção do iPhone pode ser bom?

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Claro que todo este movimento vai aumentar a lucratividade da companhia com a venda de cada unidade. Afinal, a Apple não precisaria mais pagar propriedade intelectual a terceiros sobre cada peça que usar em seus dispositivos.

Hoje, a Apple pode até dizer para suas parceiras que tipo de tela quer em seus iPhones, mas a tecnologia usada para fabricar os painéis é da Samsung, da LG e de outras empresas. Por conta disso, elas cobram um preço alto da Maçã.

Se a Apple fosse a dona da tecnologia, ela poderia pagar muito menos por essas telas. E ainda teria mais opções de parceiras que poderiam fabricar esses displays, já que as terceirizadas não precisariam possuir propriedade intelectual sobre a tecnologia para fazer a peça. A própria Apple daria isso tudo para elas só colocarem em produção. Isso garantiria uma certa concorrência e baixaria ainda mais o preço.

Além disso, desenvolver os componentes do iPhone e outros dispositivos eletrônicos dará à empresa um controle maior no projeto e até na pós-produção. Atualizar o sistema operacional fica mais fácil, pois toda a compatibilidade e complexidade de firmware estará em casa.

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E o usuário também é beneficiado porque, em teoria, a Apple teria produtos ainda melhores e mais longevos. Os chips de MacBook são melhores que os concorrentes, e a compatibilidade total com todos os componentes ali dentro ajuda muito.

Imagina quando o iPhone tiver ainda mais componentes próprios da Apple. Modem é o próximo passo, que deve melhorar a conectividade. Depois, tela, para ter display ainda melhor que os concorrentes.

Fonte: Yahoo! Finance