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Qualcomm anuncia Snapdragon 410 de 64 bits – o que isso significa?

Por| 10 de Dezembro de 2013 às 14h04

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A Qualcomm está presente em praticamente todo smartphone top de linha de todas as plataformas (com exceção do iPhone), e recentemente anunciou seu primeiro chip com arquitetura de 64 bits: o Snapdragon 410, ou MSM8916, para os mais técnicos. Após o lançamento do iPhone 5s com o primeiro SoC ARM de 64 bits, muitos fabricantes de chips prometeram lançar seus próprios modelos, e a Qualcomm foi o primeiro deles.

Os mais desavisados podem achar que um chip ARM de 64 bits não faz sentido, afinal, nenhum smartphone atualmente vem com mais de 4 GB de memória RAM, correto? Isso é uma meia verdade, já que a transição para o 64 bits nos processadores móveis é, além de uma evolução natural, mais sutil do que parece à primeira vista. Os benefícios vão além da possibilidade de desenvolver modelos com mais de 4 GB de memória, algo ainda desnecessário atualmente mas que pode começar a fazer sentido dentro de pouco tempo.

A verdadeira mudança por trás dos 64 bits é a alteração do conjunto de instruções para o ARMv8, atualmente disponível apenas no iPhone 5S. É uma mudança semelhante ao que acontece no mundo dos desktops, como é o caso da inclusão do conjunto de instruções TSX nos processadores Intel de quarta geração (Haswell), que melhoram a eficiência de aplicativos que utilizam vários núcleos simultâneos.

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Ou seja, o Apple A7 de 64 bits, SoC do iPhone, é puro "marketing" (o departamento mais criativo da Apple, diga-se de passagem). O que beneficia o usuário não é a mudança para os 64 bits em si, mas como o conjunto de instruções ARMv8 pode tirar proveito disso. A verdade é que ele não vai malhorar a performance de apps e games que estejam codificados em 32 bits (afinal, esses aplicativos não "sabem" que há uma opção de 64 bits), mas faz sentido caso os aplicativos sejam desenvolvidos em 64 bits, algo que irá ocorrer naturalmente com o tempo.

Voltando, o Snapdragon 410 será compatível com instruções ARMv8 de 64 bits, sendo o primeiro modelo não-Apple disponível no mercado. Mas as novidades não param por aí. Ele será baseado em um novo tipo de core, o Cortex-A53, uma evolução dos Cortex-A5 e Cortex-A7 utilizados atualmente e que trazem melhorias de eficiência por clock e um menor consumo de energia (algo como 130 mW por core, valor baixo mesmo para os padrões atuais).

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Ele será fabricado com uma litografia de 28 nanômetros (já utilizada atualmente), em que seu projeto original promete no máximo 4 núcleos rodando a até 1,2 GHz (ainda que fabricantes normalmente utilizem velocidades maiores nos projetos finais), interface de memória de 64 bits (Low Power DDR2/DDR3) e GPU Adreno 306, uma atualização da Adreno 305 já utilizada em vários smartphones como o Moto G e o Galaxy S4 Lite. E, claro, será compatível com o modem 4G.

Pelas especificações, claramente o foco da Qualcomm, pelo menos inicialmente, são os modelos básicos e intermediários. Faz sentido, já que esses dois segmentos representam a maior parcela de smartphones vendidos mundialmente, e, segundo o Anandtech, o Snapdragon 410 provavelmente será o chip que equipará a atualização do Moto G recém lançado, previsão que faz bastante sentido.

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Não vamos entrar em detalhes sobre as mudanças técnicas entre os chips utilizados atualmente e o que o novo conjunto de instruções ARMv8 faz, já que certamente não queremos deixar vocês com sono. De qualquer forma, a transição para os 64 bits e os benefícios inerentes de arquiteturas compatíveis já estão acontecendo, algo excelente para o consumidor. Infelizmente, a Apple fez uma propaganda feroz sobre os 64 bits e isso convenceu muitos usuários, ainda que ainda não traga benefícios diretos. Mas, pelo menos, outros fabricantes começaram a fazer hora extra para não ficar para trás.