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5 marcas brasileiras de TV e áudio que caíram no esquecimento

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Léo Müller/Canaltech
Léo Müller/Canaltech

Se hoje o mercado de TVs e áudio está tomado por empresas asiáticas e americanas, no passado, o Brasil tinha suas próprias potências, que muitas vezes criavam e adaptavam tecnologias para o gosto local.

Entre os anos 70 e 90, as pessoas reuniam a família em frente a uma Telefunken colorida para ver a novela, ouviam música num som Gradiente poderoso, sintonizam a rádio num aparelho Philco — isso era parte do dia a dia.

Mas o tempo passou, e a maioria sumiu do mercado ou pivotou para outros segmentos. Mas o que aconteceu com essas empresas que um dia foram sinônimo de qualidade no Brasil? Vamos relembrar.

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1. Gradiente

Gradiente era quase sinônimo de “som de qualidade”. Suas caixas acústicas, receivers e toca-discos eram objeto de desejo — e suas TVs, um passo à frente para a época.

Hoje, a marca segue presente no mercado nacional, focada em áudio e, mais recentemente, investindo também em eletrodomésticos como fornos e fritadeiras elétricas. Ela tenta surfar a onda da nostalgia e reconquistar o público que lembra da qualidade de seus produtos.

2. CCE

CCE (Comércio de Componentes Eletrônicos) apostava em preços acessíveis e popularizou os aparelhos “3 em 1” e os videocassetes, que cabiam no bolso da classe média.

Atualmente, a CCE faz parte do grupo Lenovo e deixou a produção própria de TVs e som. A marca segue ativa no Brasil em notebooks e tablets de entrada, mantendo a proposta de oferecer produtos simples e baratos.

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3. Telefunken

Telefunken (Brasil), embora fosse uma marca alemã, produzia localmente TVs coloridas que foram sonho de consumo e marcaram a transição da imagem em preto e branco.

Nos dias de hoje, o nome Telefunken existe apenas como licenciamento da marca original. No Brasil, há alguns produtos importados que utilizam o selo, mas a produção nacional e a forte presença que a empresa teve no passado não existem mais.

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4. Philco

Philco viveu uma era dourada aqui no Brasil, com rádios, vitrolas e TVs que conquistavam pelo visual e durabilidade.

Atualmente, a marca continua firme no mercado nacional, mas com outro foco: eletrodomésticos como batedeiras, liquidificadores, aspiradores e ventiladores. Ela aposta no preço competitivo e na distribuição em grandes redes varejistas para seguir relevante entre o público brasileiro.

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5. Semp

Semp (Sociedade Eletro Mercantil Paulista), que depois virou Semp Toshiba, foi pioneira e montou o primeiro rádio nacional — além de contribuir muito para a formação da própria indústria.

Hoje, a Semp segue em atividade como Semp TCL, uma joint venture com a chinesa TCL. Ela se especializou em TVs e soundbars, apostando em modelos com Android TV e tecnologias como 4K e QLED, além de continuar fabricando eletroportáteis mais baratos com a marca Semp.

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Por que essas marcas sumiram?

Se essas empresas foram fortes um dia, o que mudou para que desaparecessem? Foram vários fatores que criaram um novo cenário para a tecnologia nacional:

  • Abertura do mercado nos anos 90: fim das barreiras alfandegárias, chegada de empresas globais com preços agressivos e inovações constantes;
  • Evolução tecnológica veloz: da fita VHS ao DVD, do tubo à tela plana (LCD, plasma, LED), o salto foi rápido e caro. Nem todas as empresas daqui tinham capital para investir tanto;
  • Dificuldades de gestão: crises internas, dívidas e a dificuldade em se reinventar num mercado cada vez mais competitivo pesaram contra essas marcas;
  • Globalização e escala: empresas internacionais, com produção massiva e cadeias globais, entregavam o mesmo produto por menos — e o consumidor notou;
  • Novos desejos do público: o consumidor brasileiro começou a priorizar design, qualidade de imagem, conectividade e recursos que essas empresas nem sempre conseguiam acompanhar.

Legado que resiste

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Mesmo que boa parte dessas marcas tenha desaparecido das prateleiras, a influência delas segue viva.

Elas foram fundamentais para a própria formação da indústria nacional — treinaram engenheiros, criaram fornecedores e tornaram a tecnologia mais presente no dia a dia.

Além disso, elas ficaram marcadas na memória afetiva do brasileiro. Muita gente lembra até hoje da primeira TV colorida que viu ou da música que tocava num som Gradiente.

E isso tem valor: algumas dessas empresas tentam se reinventar por meio de licenciamento da marca, mostrando que o nome que um dia foi sinônimo de qualidade ainda pode ter apelo num mercado movido tanto por preço quanto por nostalgia.

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Ao relembrar essas empresas que foram gigantes da tecnologia nacional, percebemos que a história delas segue como parte da própria história do país — uma trilha sonora que, embora distante das prateleiras, nunca saiu da memória.

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