Review Motorola Edge 30 Neo | Um bom celular compacto
Por Diego Sousa | Editado por Léo Müller | 09 de Novembro de 2022 às 17h42
O Edge 30 Neo chegou ao Brasil prometendo estilo e opções de cores estonteantes em virtude da parceria com a Pantone. Particularidades à parte, se trata de um celular intermediário com câmeras básicas e Snapdragon 695 5G por R$ 3.499. E aí, surge a dúvida: vale a pena pagar isso tudo só pelo design?
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O Canaltech recebeu uma unidade do Edge 30 Neo 5G para testes e eu conto, nos próximos parágrafos, se ele agrada em outros quesitos além da aparência.
Construção e design
O Edge 30 Neo é o irmão mais simples da família Edge 30 e naturalmente traz alguns cortes na produção para diminuir o custo final. A construção é toda de plástico, passando uma sensação mais frágil ao aparelho, mas não acho que seja um ponto muito negativo considerando a sua categoria.
O grande destaque do smartphone intermediário é o seu acabamento fosco com cores seguindo a tendência da Pantone, autoridade mundial em matéria de cor. Ele chega com quatro novas opções de cores, sendo a Very Peri (próximo do lilás) a principal e eleita cor do ano de 2022.
Esta, inclusive, foi a unidade que passou pela nossa bancada de testes e gostei bastante do resultado: o lilás clarinho é muito simpático, enquanto o módulo fotográfico não chama tanta atenção como o dos seus irmãos — posso afirmar que foi um dos celulares mais agradáveis visualmente que já testei.
Tela
Com tela de 6,3 polegadas, o Edge 30 Neo certamente deve agradar aos usuários que não curtem celulares grandalhões. Não deve haver muitas inconveniências em utilizar o aparelho com apenas uma mão, dando para acessar quase todas as extremidades do aparelho, exceto os superiores.
A qualidade dos displays da Motorola tem melhorado bastante nos últimos lançamentos, e o Edge 30 Neo é mais um bom exemplo desse elogio. O painel pOLED Full HD com 120 Hz possui ótimo nível de brilho e cores vivas, assim como os Edge 30 Ultra e Fusion.
No geral, é uma ótima tela para um intermediário. O único ponto negativo vai para as cores padrões do painel, que são muito quentes — também percebi esse problema no Edge 30 Ultra. Dá para alterar a temperatura da cor nas configurações, mas achei que ficou superficial.
Configurações e desempenho
- Sistema operacional: Android 12;
- Plataforma:Qualcomm Snapdragon 695 5G (6 nm);
- Processador: Octa-core (2x2.2 GHz Kryo 660 Gold & 6x1.7 GHz Kryo 660 Silver);
- GPU: Adreno 619;
- RAM e armazenamento: 6 GB e 256 GB.
Nos últimos Moto G, a Motorola saturou a plataforma básica Snapdragon 680, mas, no Edge 30 Neo, a escolhida foi a competente Snapdragon 695 5G, chipset que, além de vir com 5G, tem um salto interessante no desempenho.
No geral, o Edge 30 Neo 5G tem uma ótima atuação em todas as tarefas; redes sociais, mensageiros e a interface MyUX rodam liso e sem engasgos, mostrando um bom gerenciamento dos 6 GB de RAM.
Se quiser, dá para arriscar alguns jogos que o smartphone lidará muito bem. Eu testei Sonic Forces e Free Fire, ambos gráficos no automático, e tive uma ótima experiência. Dead By Daylight Mobile, que é mais pesado, também rodou em 60 fps por aqui, mas com configurações reduzidas.
Interface e sistema operacional
Mesmo sendo mais simples, o Edge 30 Neo roda a mesma interface presente tanto no Edge 30 Fusion como no Ultra. E isso significa que, além de ter a aparência similar, há muitos dos recursos tops normalmente encontrados nos celulares tops da Motorola, como o Ready For.
O que o Edge 30 Neo perde em relação aos irmãos mais potentes é o chamado Tela Edge, que acende os lados da tela ao receber notificações — é aceitável a ausência, já que sua tela não é curva.
O único ponto realmente negativo do Edge 30 Neo é a quantidade de atualizações de software. A Motorola tem melhorado bastante sua política de updates, mas somente dois anos de Android para o Edge 30 Neo — e três anos de updates de segurança — são muito pouco para seu preço e categoria.
Câmeras
O conjunto fotográfico do Edge 30 Neo oferece apenas o básico para tirar boas fotos. Há uma câmera principal de 64 MP com estabilização óptica de imagem (OIS) e outra ultra grande-angular de 13 MP e foco automático. Já para selfies, um sensor de 32 MP com HDR automático.
No geral, os resultados do Edge 30 Neo são o que comentei acima: básicos. É uma atuação que atribuo a um smartphone intermediário mais simples, não um com o nome e preço do Edge 30 Neo. As fotos são bem inferiores em relação aos celulares equivalentes da Samsung, como os Galaxy A53 5G, A73, M53 e S20 FE 5G.
A câmera principal de 64 MP repete alguns erros e acertos dos Edge 30 mais caros, como a boa atuação em cenários urbanos e o péssimo pós-processamento ao tratar de pele. Por aqui, no entanto, o pós-processamento piorou muito o resultado, principalmente na imagem abaixo com excelentes condições de iluminação.
Vale comentar, inclusive, sobre a dificuldade de encontrar o foco ao fotografar a imagem acima. Minha teoria foi que a forte luz do Sol dificultou o foco, mas achei curioso porque outros celulares que testei, incluindo alguns bem mais baratos, se saiu relativamente bem nesse cenário.
O sensor ultrawide não tem a mesma definição da principal, mas faz bem seu trabalho em registrar cenários mais amplos. O foco automático da câmera faz com que ele também consiga efetuar fotos macro, e os resultados são aceitáveis para os padrões da Motorola. Nada excelente.
Em vídeos, o Edge 30 Neo alcança Full HD (1080p) a até 60 quadros por segundos (fps) com estabilização óptica de imagem. É boa, porém fica atrás de quase todos os intermediários da Samsung que já oferecem resolução 4K, mesmo que a 30 fps.
Bateria e carregamento
Um dos destaques do Edge 30 Neo é o carregamento rápido de 68 W, superior a todos os outros celulares intermediários à venda no Brasil. E, sim, é realmente impressionante a velocidade com o que o smartphone recarrega — de 0% a 100%, levou-se cerca de 40 minutos.
Com relação à autonomia de bateria, o Edge 30 Neo repetiu a atuação mediana do Edge 30 Ultra, isto é, teve um bom resultado no uso diário, mas não conseguiu manter o desempenho no nosso teste padrão de Netflix.
Reproduzindo três horas de Netflix, com brilho e volume em 50%, e conectado apenas ao Wi-Fi, o Edge 30 Neo consumiu 26%, bem acima da média de outros celulares intermediários. Por outro lado, no uso diário, consegui cerca de 1,5 dia tranquilamente, com redes sociais, mensageiros e vídeos ocasionalmente.
Recursos e conectividade
Com relação a recursos e conectividade, o Edge 30 Neo tem praticamente tudo o que é necessário para um funcionamento adequado. Isso inclui 5G, mais que obrigatório para a faixa de preço, NFC para pagamentos por aproximação, Bluetooth 5.1 e suporte para dois chips de operadora.
Sendo um integrante da família Edge 30, o Neo também suporta a plataforma Ready For, que permite conectar o celular em um monitor ou TV e consumir conteúdos numa interface de desktop.
Outro ponto positivo do Edge 30 Neo é o som estéreo, que oferece uma qualidade boa para os padrões intermediários. Embora não apresente graves tão profundos, o som é claro, alto e não distorce tanto em volumes mais altos. Quebra um galho assistir a vídeos sem fone de ouvido.
Concorrentes diretos
Particularidades à parte, o Edge 30 Neo não passa de um celular intermediário. Um dos seus concorrentes mais próximos é o Galaxy A53 5G, da Samsung, que é um dos melhores aparelhos da categoria e custa bem menos que o rival da Motorola.
Com exceção do design — onde o Edge 30 Neo se destaca, na minha opinião — e da autonomia de bateria, o A53 5G é melhor em tudo: corpo à prova d’água, tela Super AMOLED mais vívida, desempenho superior, conjunto fotográfico mais competente, e mais atualizações do Android.
Além disso, o celular da Samsung está bem mais barato no varejo brasileiro, até por conta do seu tempo de mercado. No comparador de preços Zoom, o A53 está custando cerca de R$ 1.800, enquanto o Edge 30 Neo pode encontrado na faixa dos R$ 2.700.
Vale a pena comprar o Edge 30 Neo?
O Edge 30 Neo é um celular compacto muito competente que não decepciona em quase nada. Nos meus testes, somente o conjunto de câmeras deixou muito a desejar, ficando aquém até mesmo de modelos mais básicos.
No mais, temos um bom desempenho para tarefas que demandem um pouco mais de processamento, design muito agradável, tela pOLED de qualidade e uma velocidade de carregamento incomum em smartphones da categoria.
É claro que, assim como os outros smartphones da família Edge 30, o preço acaba atrapalhando bastante. Não dá para recomendar o Edge 30 Neo atualmente porque seus diferenciais em relação à concorrência, como o visual diferente e o carregamento rápido, não valem mais que R$ 2.500.
No entanto, se você encontrar o Edge 30 Neo futuramente na faixa dos R$ 2.000, talvez valha a pena considerá-lo se você estiver procurando um celular Motorola competente e compacto.