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Análise | Dell XPS 13 2020 desbanca MacBook Air como melhor ultracompacto

Por| 24 de Setembro de 2020 às 10h19

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Sergio Oliveira/Canaltech
Sergio Oliveira/Canaltech

Para muita gente, falar em notebook ultraportátil ou é sinônimo de MacBook Air ou traz à tona lembranças desagradáveis dos finados e famigerados netbooks, que prometiam portabilidade, mobilidade e autonomia, mas nos davam mais raiva do que qualquer coisa. Por isso, notebooks ultracompactos de responsa acabaram virando sinônimo de produtos caros por causa da Apple. Mas calma aí!

Já tem um tempo que os Dell XPS vêm se apresentando como uma opção extremamente atraente para o público que quer um equipamento pau para toda obra. E é exatamente isso que o novo Dell XPS 13 é. Fininho, pequeno e elegante, o laptop de apenas 13 polegadas da fabricante domina o segmento de ultraportáteis com Windows focados em produtividade ao entregar desempenho, autonomia e experiência ímpares e de primeira linha.

Mas o que exatamente faz esse equipamento ser tão bom? Mais do que isso: vale a pena comprar um notebook Dell XPS 13? É isso o que você descobre neste review do Canaltech.

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Design

A Dell não esconde que seu objetivo com o XPS 13 é incomodar a Apple e chamar a atenção de quem é usuário do MacBook Air. Dito isso, é natural pensar que temos em mãos um equipamento premium e que exala requinte. Essa percepção é confirmada assim que pegamos a caixa do novo XPS em mãos: o design é minimalista e elegante, oferecendo uma excelente experiência de uso a partir do primeiro contato do consumidor com o equipamento.

Dentro da caixa, descobrimos um laptop prateado, com acabamento todo em alumínio. As dimensões e o peso também impressionam: o corpinho tem apenas 259,7 x 198,7 x 14,8 mm e pesa míseros 1,27 kg. Quem está acostumado a lidar com notebooks gamer pesados, até estranha quando pega o XPS 13 pela primeira vez e se surpreende que dá para levar ele para absolutamente qualquer canto, seja debaixo do braço ou dentro de uma mochila.

Quem se atém aos detalhes, nota que as bordas da carcaça têm um brilho diferenciado, cortesia do corte feito por diamantes para dar mais elegância ao acabamento. E esse tipo de esmero se espalha por toda a construção do equipamento. Na parte de dentro, por exemplo, vemos que a Dell fez de tudo para a tela ocupar o maior espaço possível. Para isso, ela abriu mão de colocar sua logo na borda inferior para reduzir sua espessura de 19,5mm para apenas 4,6mm. Dessa forma, não só conseguiu fazer o display ocupar 91,5% da tampa do XPS 13, como também conseguiu conferir um aspecto de 16:10 em vez do tradicional 16:9, oferecendo mais espaço para trabalhar e consumir mídia.

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As mudanças feitas na tela do novo XPS 13 também impactaram o teclado, que foi reformulado e passou a ser "edge to edge". Isso significa que ele ocupa toda a extensão lateral do equipamento, sem desperdiçar espaço e sem deixar aquele vão entre as teclas e a borda do laptop. Isso, no entanto, não significa que a Dell teve de espremer as teclas, pelo contrário: elas são 9% maiores em relação às da geração anterior e extremamente confortáveis, favorecendo até mesmo quem tem mãos e dedos grandes.

Também para ganhar espaço, a companhia decidiu incluir o botão liga/desliga no teclado, em vez de colocá-lo destacado à parte na estrutura, e colocou o leitor de impressões digitais embutido nele — um recurso que não só funciona muitíssimo bem, como também traz mais comodidade e segurança para os usuários. Acostumado a teclados mecânicos bastante espaçosos, não tive qualquer dificuldade para migrar para o teclado do notebook. Porém, fica o alerta: ele não segue o padrão ABNT 2, então é preciso se acostumar com o layout internacional.

A área de descanso para os pulsos também recebeu melhorias e agora é revestido em fibra de carbono, mais resistente e mais tolerante a altas temperaturas. O trackpad também levou um tapa e agora está 17% maior em relação à versão anterior — algo extremamente importante para um notebook ultraportátil que propõe poder ser usado em qualquer lugar. Então, nem enquanto estou escrevendo esta análise deitado numa rede, não tenho problemas de espaço para descansar meus pulsos, digitar ou mexer no trackpad, que responde muito bem e cumpre com aquilo que promete.

Tudo mil e uma maravilhas, zero defeitos, certo? Não exatamente. Se o Dell XPS 13 comete algum pecado, ele certamente tem a ver com a quantidade de entradas. São apenas duas USB-C, uma de 3,5mm para headphones e um leitor de cartões microSD. A oferta baixa está alinhada com a proposta de ultracompacto do laptop, mas ainda assim pode deixar muita gente na mão, sobretudo quando uma porta USB está ocupada com a fonte de alimentação e o usuário tem uma grande quantidade de dispositivos USB-A. Por "sorte" (ou misericórdia, quem sabe), a Dell incluiu um adaptador na embalagem; o ideal, porém, é que o usuário invista em um hub USB assim que tiver oportunidade.

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Especificações

OK, demos uma olhada no que o Dell XPS 13 tem a nos oferecer na parte de fora. E dentro da carcaça? Quais componentes dão vida a esse laptop?

Antes de tudo, é bom deixar claro que o novo XPS 13 está disponível no mercado brasileiro em três variações de configuração. São elas:

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  • Entrada: processador Intel Core i5-1035G1, vídeo integrado Intel UHD, 8 GB de memória LPDDR4-3733, tela Full HD de 13,4 polegadas, 512 GB de armazenamento em SSD NVMe M.2, bateria de 4 células e 52 Whr;
  • Intermediária: processador Intel Core i7-1065G7, vídeo integrado Intel Iris Plus Graphics, 16 GB de memória LPDDR4-3733, tela Full HD de 13,4 polegadas, 1 TB de armazenamento em SSD NVMe M.2, bateria de 4 células e 52 Whr;
  • Topo de linha: processador Intel Core i7-1065G7, vídeo integrado Intel Iris Plus Graphics, 16 GB de memória LPDDR4-3733, tela sensível ao toque Ultra HD 4K de 13,4 polegadas, 1 TB de armazenamento em SSD NVMe M.2, bateria de 4 células e 52 Whr.

O Canaltech recebeu da Dell a versão topo de linha do XPS 13, e um dos grandes atrativos dela é o processador Intel Tiger Lake de 10ª geração. O componente vem com quatro núcleos e oito threads e opera a um clock base de 1,3 GHz, embora possa chegar aos 3,9 GHz em boost. E isso chama atenção, principalmente porque o modelo é um ultra low voltage, com TDP de apenas 15W. Na prática, isso significa que ele consome pouquíssima energia e favorece a autonomia de bateria, que a Dell promete chegar a cerca de 18 horas com apenas uma carga.

Os 16 GB de memória RAM LPDDR4-3733 também são mais que suficientes para lidar com muitos aplicativos rodando ao mesmo tempo, alguns deles bem pesados como o Photoshop e Illustrator. Todavia, é importante ficar esperto para a ausência de uma placa de vídeo dedicada. Embora a Iris Plus HD integrada seja muito competente e já tenha se provado mais eficaz que a Radeon RX Vega 10, ela não é recomendada para tarefas mais complexas como renderização de vídeos grandes ou rodar jogos atuais.

Para dar vazão a todo esse desempenho, a escolha por um SSD NVMe foi muito acertada e deixa o trabalho do usuário fluir muitíssimo bem, sem gerar gargalos de desempenho nem tempo de espera entre o clique o carregamento do programa.

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Outro componente que merece destaque é o display. Não há dúvidas de que o 4K é um exagero por parte da Dell e, aliado à sensibilidade ao toque, parece apenas algo para cutucar a concorrência. Tirando isso, a tela de 13,4 polegadas conta com nada menos que 500 nits de brilho e 100% de fidelidade ao padrão sRGB, algo indispensável para quem trabalha com edição de imagens e não quer perder nenhum detalhe. Além disso, a compatibilidade com HDR400 garante mais fidelidade e imersão na hora de assistir a filmes e séries. E se você se preocupa com a durabilidade da tela, fique tranquilo: na versão topo de linha, ela vem revestida com Gorilla Glass 6 para resistir a impactos e arranhões.

Fechando o pacote, temos uma câmera minúscula, de apenas 2,25 mm, instalada na bordinha superior da tela e que quebra um galho na hora de fazer reuniões e videochamadas que não exigem nada muito requintado. Para captar sua voz, há dois microfones instalados na quina superior da tampa para fazer gravações estéreo. Quanto aos alto-falantes, eles são surpreendentemente potentes para um notebook desse porte, entregando bom desempenho para quem quer ouvir música ou assistir a alguma coisa em um ambiente mais calmo. Em lugares abertos e com muita movimentação, eles devem sofrer e o recomendado ainda é recorrer ao bom e velho fone de ouvido.

Desempenho

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Agora que já conhecemos todas as partes separadas do Dell XPS 13, vamos ver como elas trabalham? Para isso, realizamos uma bateria de testes automatizados e práticos para contar para você como o ultracompacto se comporta.

Nos testes automatizados, rodamos alguns benchmarks para medir o desempenho geral da máquina, sua autonomia de bateria, velocidade e outros comportamentos-chave na experiência de uso do equipamento. O primeiro deles foi o UserBenchmark, que executa rotinas distintas para montar um relatório compreensivo do desempenho do computador, indicando qual o perfil de uso mais indicado para ele, quais componentes se sobressaem e quais estão comprometendo o funcionamento do conjunto.

No caso do Dell XPS 13, ficou bastante claro que seu conjunto funciona muito bem quando o propósito é uso cotidiano e produtividade, alcançando nota 81 de 100. Esse índice poderia ser ainda maior não fossem os gráficos integrados, único componente que a ferramenta apontou com desempenho abaixo da média dentro da proposta do setup.

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Para reforçar esse apontamento, executamos o Cinebench R20 para avaliar o desempenho da Iris Plus Graphics isoladamente. A ferramenta renderiza uma cena em 3D e atribui uma nota baseada no desempenho da placa de vídeo, além de colocá-la num ranking comparativo. Aqui, o Dell XPS 13 recebeu 1.357 e 459 pontos nos testes multicore e single core, respectivamente, um resultado que o colocou próximo de processadores Intel de sétima geração para desktops. Dependendo de sua percepção, isso pode ser incrível ou decepcionante, mas não compromete a performance do laptop porque a proposta dele não inclui lidar com esse tipo de coisa. Então tenha isso em mente.

Também há outro fator que pode impedir o Dell XPS 13 de alcançar seu desempenho máximo. Lembra que falamos do fator de forma do dispositivo e do processador ultra low voltage da Intel, o Core i7-1065G7? Pois bem, mesmo sendo um processador de baixo consumo de energia, ele esquenta o suficiente para o sistema de refrigeração pedir arrego. Executamos o teste de estresse do AIDA64 para verificar como o ultracompacto da fabricante norte-americana se sai em situações extremas e nos primeiros minutos ele sofreu de thermal throttling. Isso acontece quando o processador atinge sua temperatura máxima de operação (100ºC) e as ventoinhas não dão conta de refrigerá-lo adequadamente. Para não danificar o componente, a própria CPU reduz seu clock e, consequentemente, sua temperatura para um nível gerenciável pelo sistema de arrefecimento.

Durante esse teste, o Core i7-1065G7 da Intel atingiu clock máximo de 3,5 GHz até bater os 100ºC. Quando chegou a esse patamar, o processador se manteve funcionando a uma média de 2,1 GHz e a 78ºC. Vale ressaltar que os testes foram conduzidos no calor incessante de Natal, por isso é muito provável que em cidades com temperaturas mais amenas esse comportamento não se repita. Em todo caso, mesmo com o thermal throttling, o XPS 13 não sofreu em absolutamente nenhum momento para executar nenhuma tarefa.

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Se tivemos algumas ressalvas sobre processador e placa gráfico, o SSD passou liso por todos os testes. O modelo da Kioxia empregado pela Dell mostrou-se competente tanto em testes de leitura e escrita sequencial (2,4 GB/s e 1,2 GB/s) quanto de leitura e escrita aleatória (885 MB/s, 1,3 GB/s). A adoção desse tipo de componente é de extrema importância, já que os discos rígidos são os principais geradores de gargalo nos computadores atuais. Em outras palavras: você não vai passar por nenhuma raiva na hora de abrir aquele programa mais pesado nem ao iniciar o sistema — inclusive, durante nossos testes, o tempo de boot foi de cerca de 3 segundos.

Leia mais:Tudo o que você precisa saber sobre SSDs e nunca te falaram

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A bateria é outro componente digno de elogios. Embora a promessa de Dell de 18 horas de autonomia se refira ao modelo com Core i5-1035G1 e tela Full HD, aqui no Canaltech o PCMark 10 Modern Office Battery Life Benchmark rodou no XPS 13 com Core i7-1065G7 e tela Ultra HD por 10h01 ininterruptos, totalizando 601 minutos de autonomia. É tempo suficiente para um dia inteiro de trabalho e um episódio da sua série favorita na Netflix. De longe, a melhor autonomia de qualquer notebook que já pude testar para o site.

OK, e nos testes práticos, como o laptop ultraportátil da Dell se saiu? Durante duas semanas utilizei o equipamento como minha principal estação de trabalho. Confesso que, a princípio, pensei que teria dificuldades para me adaptar com o tamanho da tela: meu desktop tem um monitor de 32 polegadas, então descer para 13 polegadas seria uma mudança drástica. "Seria", mas não foi. Fazendo os ajustes necessários de resolução, zoom e tamanho de fonte no Windows 10, o notebook se comportou bem e esbanjou qualidade de imagem e fidelidade de cores. O brilho é de primeira e a vivacidade e contraste das cores fazem qualquer um se sentir imerso, sobretudo quando está consumindo vídeos.

Outra característica que me agradou bastante foi a possibilidade de levá-lo para qualquer lugar da casa sem dificuldades e sem ter de me preocupar com o carregador. E o mais legal é que essa mobilidade e portabilidade provocaram uma mudança de rotina aqui em casa: em vez de ficar enfurnado no escritório o dia inteiro, pude me juntar à minha esposa para escrever matérias e reviews enquanto ela jogava Fortnite e comentávamos uma jogada e outra; ou enquanto ela assistia a uma série e eu escrevia deitado na rede e conversávamos sobre como havia sido o dia. Com o fim da pandemia e a retomada completa de todas as atividades, é fácil imaginar que o XPS 13 será um excelente companheiro para trabalhar em cafeterias e espaços de coworking.

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Mas o mais incrível é que fiz tudo isso sem precisar me preocupar com desempenho. O Dell XPS 13 cumpriu absolutamente todas as tarefas que eu exigi dele, sem engasgar nem reclamar. De processamento de texto na nuvem usando o Microsoft 365 a codificação de GIFs animados em alta resolução, edição de imagem e programação utilizando o Microsoft Visual Studio, o pequenino se mostrou um grande guerreiro.

Quanto aos jogos, ele é capaz de rodar jogos indie sem deixar o jogador frustrado. Ainda é possível executar um e outro emulador para passar o tempo e até mesmo alguns títulos com uns bons 5 anos ou mais de catálogo. Apesar disso, não adianta ir além e exigir que ele rode um Fortnite, PUBG, League of Legends ou Overwatch da vida porque essa não é sua proposta. Para atender a esse perfil, há os notebooks da linha Dell G, já analisados pelo Canaltech.

Leia mais:Análise | Dell G5 5590 é o que há de mais avançado em notebook gamer de entrada

Dell XPS 13: Vale a pena?

Como falamos no início deste review, a proposta da Dell com o novo XPS 13 é incomodar o MacBook Air — e olha, ele faz isso muito bem. O laptop ultracompacto equipado com Windows não fica devendo em nada para seu rival e em alguns aspectos é até superior a ele. Talvez a melhor prova disso seja a tela Ultra HD 4K sensível ao toque que equipa a versão topo de linha — um exagero que pode ser considerado desnecessário por boa parte dos usuários, que devem ficar de olho no preço mais vantajoso da variante com display Full HD.

Fora isso, o conjunto funciona muitíssimo bem para tarefas do dia-a-dia e de produtividade, entregando desempenho condizente com um laptop que quer dominar o segmento de ultraportáteis de alta performance. Isso aliado às dimensões diminutas, a leveza e a autonomia do equipamento fazem dele um companheiro ideal para horas e mais horas de trabalho em qualquer lugar, seja em casa, no escritório ou ao ar livre. Esse, inclusive, foi um fator que me agradou bastante e que me fez querer comprar um Dell XPS 13.

E aqui vai um adendo importante: não adianta querer comprar um notebook como este se você só vai usá-lo para navegar na Internet, assistir a vídeos no YouTube e suas séries preferidas na Netflix. Se for esse o seu objetivo, há equipamentos mais em conta que lhe atenderão bem. É preciso dar um propósito ao laptop da Dell e empregá-lo em alguma atividade que justifique o investimento de pelo menos R$ 9 mil na versão de entrada.

Portanto, se você é jornalista, programador, designer, criador de conteúdo ou exerce alguma outra atividade que demanda um equipamento de alto desempenho e pode se beneficiar de sua portabilidade, mobilidade e autonomia, o Dell XPS 13 não só vale a pena como também é uma opção excelente, com ótimo custo-benefício em relação ao seu principal rival e especificações que darão conta do recado por pelo menos cinco anos sem dificuldades.