Para evitar impostos dos EUA, Google vai remover fábricas do Pixel da China
Por Wagner Wakka | 28 de Agosto de 2019 às 15h22
Mais uma empresa está tentando tirar sua produção da China. Segundo o jornal Nikkei, a Google estaria se esforçando ainda mais para mudar a fábrica dos seus smartphones Pixel para o Vietnã. O motivo seria evitar os altos custos da produção chinesa, além de fugir de variações de humor entre os governos de Donald Trump e Xi Jinping.
O jornal da região disse ter conversado com duas pessoas próximas ao projeto. A proposta da Google é criar uma fábrica de baixo custo no sudeste asiático para transportar a fabricação dos smartphones e outros hardwares ainda este ano.
A companhia vai aproveitar uma antiga fábrica da Nokia na região norte do Vietnã, em uma região chamada de Bac Ninh. A vila também já abraçou outras companhias no passado, como a Samsung. Com isso, a Google teria pessoal especializado para o trabalho.
A movimentação acontece por conta de pressões locais por leis trabalhistas. Além disso, a empresa também quer fugir de tarifas de importação para os Estados Unidos vindas da China. Os dois governos seguem em embates que não mostram bons sinais para o futuro. Trump prometeu segurar até o final do ano o aumento da tarifa de importação de produtos eletrônicos, incluindo smartphones, videogames e outros aparelhos.
No ano passado, 70% das vendas do Pixel foram nos Estados Unidos. Ou seja, um aumento na tarifa de importação teria um impacto grande para a empresa. Dentro do setor de alto-falantes inteligentes, 65% do total foi enviado também para o mercado norte-americano.
As fontes ainda informaram que a mudança faz parte, também, de uma expansão da Google. A empresa vai começar com smartphones, mas pretende levar para o Vietnã também outros aparelhos, como o Home e Chromecast. Por enquanto, as linhas de casa conectada da empresa devem ser transferidas para a Tailândia, segundo as fontes.
A expectativa é de que a Google fabrique e coloque no mercado entre 8 milhões e 10 milhões de smartphones Pixel este ano. O montante seria o dobro do número do ano passado, com 4,7 milhões de aparelhos. Segundo o IDC, somente no primeiro semestre deste ano, a empresa vendeu 4,1 milhões — mostrando que a estimativa de dobro é bastante possível.
A gigante faz o movimento junto a outras grande do mercado. A LG e a Dell também retiraram parte de suas produções, criando linhas de montagem de laptops no sudeste asiático. Neste ano, a Apple já começou a analisar outras regiões para produzir seus iPhones em parceria com a Foxconn.
Apesar das mudanças, a Google ainda vai continuar a produzir seus novos aparelhos na China, entre eles, o Pixel 4, esperado para 2019.
Fonte: Nikkei