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Dossiê Elon Musk e a manipulação mobiliária: entenda o caso

Por| 28 de Setembro de 2018 às 16h20

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Dossiê Elon Musk e a manipulação mobiliária: entenda o caso
Dossiê Elon Musk e a manipulação mobiliária: entenda o caso
Tudo sobre Tesla

No início de Agosto, Elon Musk conseguiu interromper por uma tarde a negociação das ações da Tesla ao publicar um tweet dizendo que pensava em fechar o capital da empresa e colocar o preço de US$ 420 em cada ação, o que representaria um aumento de 22% no valor. Isso causou um disparo por ações, fazendo com que os papéis da Tesla subissem numa taxa próxima de 11%, elevando os valores de cerca de US$ 340 para até US$ 379,57. Somando-se a isso, a notícia de um fundo soberano da Arábia Saudita ter comprado uma participação de US$ 3 bilhões, ou cerca de 5%, da Tesla, houve instabilidade e as negociações foram encerradas pela tarde de 7 de agosto.

Os 61 caracteres da publicação renderam tanta polêmica que até mesmo a artista Azealia Banks se envolveu no rolo, afirmando que Musk teria escolhido o valor das ações em referência ao termo 4:20, usado para se referir à maconha. Musk chegou a desmentir a rapper e afirmar, em entrevista para o The New York Times, que foi apenas uma coincidência e que ele não estava sob efeito da erva no momento em que escreveu o tweet, como a rapper havia afirmado em seu Instagram.

A polêmica foi alimentada quando, um mês depois, Musk participou do podcast do comentarista de UFC Joe Rogan e, ao longo da entrevista, acendeu um cigarrinho de maconha com tabaco, não sem antes perguntar se o consumo daquela substância era legal. O programa foi gravado na Califórnia, estado onde o uso recreacional da erva é liberado.

Acionistas e Comissão de Segurança e Comércio

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Além da questão comportamental de Musk, os acionistas não gostaram nada da história. Ainda em agosto, Musk foi acusado de ter manipulado as ações da empresa por meio do polêmico tweet, uma vez que o patrimônio líquido do CEO aumentou US$ 1,4 bilhão, tornando-o a 31ª pessoa mais rica do mundo.

Na última quinta-feira (27), foi anunciado que a Comissão de Segurança e Comércio (SEC, na sigla em inglês) abriu um processo contra a pessoa de Musk — e não a empresa Tesla — alegando que o CEO enganou investidores com seu tweet. Nele, a SEC pede não apenas que Elon Musk arque com uma multa, mas também que ele seja judicialmente impedido de assumir cargos de destaque em qualquer empresa de capital aberto.

Apesar de o processo deixar bastante evidente que se trata de uma ação contra Musk e não sobre a Tesla, também nesta quinta (27), as ações da empresa chegaram a cair 13%.

Musk afirmou, em entrevista ao Business Insider, que considera as alegações da SEC injustas, dizendo que se ofende por acreditarem que ele tenha agido de forma planejada visando enganar seus investidores. O rápido andamento processual tem feito apoiadores de Musk acreditarem que o caso se trata mais sobre perseguições ao CEO devido ao seu gênio excêntrico que uma genuína preocupação com a segurança e a justiça dos acionistas. Advogados que já prestaram serviço à SEC acreditam que, como o processo é baseado em publicações específicas de Musk, a compreensão judicial do caso pode ter sido facilitada, fazendo com que a ação já esteja em fase de análise mesmo que os comportamentos alegados tenham ocorrido há menos de dois meses.

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A SEC já estava no pé de Musk — e da Tesla — mesmo antes dos tweets e da maconha, investigando as projeções de vendas dos carros da marca. Além da Comissão, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos também investiga a legalidade dos tweets no contexto das ações da empresa e patrimônio de Musk.

Acordos e desacordos

A SEC já havia oferecido um acordo extrajudicial a Musk, que rejeitou os termos no último minuto, segundo informou na manhã desta sexta-feira (28) o Wall Street Journal. Os Comissários haviam entrado em consenso com o CEO e o acordo estava a caminho de ser apresentado ao tribunal na manhã de quinta-feira (27), quando os advogados de Musk ligaram para os representantes legais da SEC, em San Francisco, para desistir dos termos.

Segundo uma fonte, Musk supostamente recusou-se a assinar o contrato porque achava que não estava sendo sincero com ele mesmo, que vê as acusações de fraude como injustas. Ele teria dito que seria incapaz de viver consigo mesmo, caso aceitasse o acordo, uma vez que isso faria com que estivesse assumindo a culpa por algo que ele não reconhece como malícia contra seus investidores.

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Mais depoimentos, tanto da Tesla quanto de Musk, devem ser lançados à mídia em breve. Atualizaremos a notícia quando houver novas informações.

Fonte: Gizmodo