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BOMBA! Google, Intel e Qualcomm cortam relações com Huawei

Por| 20 de Maio de 2019 às 09h51

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BOMBA! Google, Intel e Qualcomm cortam relações com Huawei
BOMBA! Google, Intel e Qualcomm cortam relações com Huawei
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Em uma manobra que definitivamente pegou a empresa de surpresa, a Google suspendeu seus negócios com a Huawei após a gigante chinesa entrar para uma “lista negra” comercial, cortesia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Após a notícia ser veiculada neste final de semana, empresas como Intel e Qualcomm anunciaram medidas parecidas de paralisação.

A Google foi a primeira a tomar a atitude, segundo notícia publicada pela agência Reuters. Segundo a fonte do canal, porém, não haverá alteração na oferta de serviços da empresa para proprietários de dispositivos da marca chinesa:

“Nós estamos obedecendo à ordem e revisando as implicações”, disse a fonte, que pediu pelo anonimato devido à sua proximidade do assunto. “Para usuários de nossos serviços, o Google Play e proteções de segurança do Google Play Protect continuarão a funcionar nos dispositivos atuais da Huawei”, completou, sem oferecer mais detalhes.

As afirmações da fonte foram confirmadas pela equipe de desenvolvimento do Android em mensagem publicada em seu perfil oficial no Twitter:

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Apesar disso, a fabricante chinesa só terá acesso às versões públicas do sistema operacional Android e não receberá, segundo a fonte, atualizações e acesso a aplicações populares como YouTube e Gmail.

“A Huawei poderá usar apenas as versões públicas do Android e não será capaz de acessar apps e serviços proprietários da Google”, disse a fonte.

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Contra a parede

Depois do anúncio da Google, outras empresas do setor também anunciaram cortes no fornecimento de equipamentos e serviços à Huawei. Também citando fontes em anonimato, a Bloomberg relatou que as fabricantes de processadores Intel e Qualcomm, bem como Xilinx, Infineon e Broadcom, já comunicaram a seus funcionários que vão deixar, em graus variados, de trabalhar com a gigante chinesa.

As mais proeminentes — Intel e Qualcomm — são responsáveis, respectivamente, pelo fornecimento de processadores aos laptops e alguns smartphones da Huawei. A Infineon, especializada na oferta de semicondutores, viu suas ações caírem no mercado global após ter paralisado algumas ofertas para a chinesa. Entretanto, a empresa não disse se a mudança tem a ver com a ordem executiva da administração Trump e que ela não é obrigada a obedecer tal legislação (a Infineon é de origem alemã, fora da jurisdição americana).

O tiro, porém, pode acabar saindo pela culatra, como diz o ditado: diversas empresas americanas que atuam no setor de telecomunicações são vigorosamente dependentes de equipamentos da Huawei para operacionalizar e atualizar seus negócios. Na prática, isso pode colocar um novo obstáculo na implementação da tecnologia de conexão móvel de quinta geração — o popular “5G” — no país. Mas, sobre isso, ainda não há qualquer relato.

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Huawei se defende

A Huawei não ficou parada diante do desenrolar de toda essa situação, prometendo, via comunicado oficial em seus perfis nas redes sociais, que os serviços de atualização de segurança do Android vão continuar em funcionamento para os seus dispositivos móveis. O comunicado, porém, não faz menção às outras empresas e linhas de negócio.

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“A Huawei fez contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do sistema Android ao redor do mundo. Como uma das parceiras-chave globais do Android, nós trabalhos em proximidade com a sua plataforma open source para desenvolvermos um ecossistema que beneficie tanto o usuário como a indústria. A Huawei continuará a fornecer atualizações de segurança e serviços de pós-venda para todos os smartphones e tablets atuais da Huawei e Honor, cobrindo aqueles que já foram vendidos e aqueles ainda em estoques mundiais. Nós vamos continuar a construir um ecossistema de software seguro e sustentável, a fim de oferecer a melhor experiência aos usuários, globalmente”.

Vale citar: o lançamento do Honor 20 está programado para esta terça-feira, dia 21 de maio, em Londres. A Honor é uma empresa subsidiária à Huawei, mas quase que exclusivamente dependente da tecnologia da empresa para o desenvolvimento da interface de usuário EMUI — uma interface visual derivada do Android.

Entretanto, a luta pode estar longe de acabar: desde 2012 a Huawei vem dizendo que desenvolve, internamente, um sistema operacional próprio justamente com a finalidade de oferecer uma alternativa viável caso o Android deixe de ser uma opção. Em março de 2019, a empresa reforçou esse posicionamento ao mostrar que seguia desenvolvendo o sistema após ter sido barrada de fazer acordos comerciais em solo americano.

“Preparamos nosso próprio [sistema operacional]; se descobrirmos que não podemos mais usar o Android, estaremos prontos e teremos nosso plano B ”, disse o chefe do departamento mobile da Huawei, Richard Yu, em entrevista ao TechCrunch. O uso de software e hardware de empresas dos EUA, como a Google e a Qualcomm, em smartphones chineses levou ao aumento das tarifas em ambos os lados.

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Fonte: Reuters; Bloomberg; Huawei