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Review Samsung Odyssey Ark | Assustadoramente robusto

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Review Samsung Odyssey Ark | Assustadoramente robusto
Review Samsung Odyssey Ark | Assustadoramente robusto

O monitor gamer Odyssey Ark pode parecer intimidador com suas 55 polegadas e quase 42 kg — acredite, eu quase caí para trás quando o vi pela primeira vez. Mas, após um trabalhoso processo de montagem e adaptação, ele oferece uma experiência multimídia singular, mesmo que pouco conveniente para a maioria das pessoas.

Tive a oportunidade de jogar e trabalhar com o Odyssey Ark, monitor gamer mais robusto da Samsung que custa a bagatela de R$ 20 mil, e conto minhas impressões sobre ele nos próximos parágrafos. Vale a pena pagar tudo isso em um monitor como ele?

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Construção e design

É impossível não se impressionar com a construção e o design do Odyssey Ark — também pudera, estamos falando de um monitor de 55 polegadas com cerca de 42 kg. Para a montagem, foi preciso três pessoas e muita paciência porque, mesmo sendo muito robusto, não se deve brincar com um produto de R$ 20 mil.

A base tem formato de chapa, parecendo construída de chumbo de tão pesada. Ela aguentou o monitor grande perfeitamente sem balançar durante os testes, só tenha em mente que a dupla deve ocupar um espaço considerável na sua mesa. No modo de tela horizontal, só coube ele e o desktop lado a lado em uma mesa de 1,80 m.

Com relação ao design, o Odyssey Ark é nada menos que impressionante. É gigante e bem construído, com curvatura acentuada (1000R) e LEDs RGB em suas laterais. Diferentemente no núcleo de iluminação infinito do Odyssey G9 Neo, o Ark chama sua solução de Eclipse Lightning.

Funcionalmente, no entanto, não houve muita diferença entre a função Eclipse Lightning e o Infinity Core, mas achei os LEDs do Odyssey Ark menos intensos, quase não dando para percebê-los no setup porque a luz é direcionada para os lados e não para trás. Segundo a Samsung, essa posição melhora a experiência no modo cockpit (na vertical), o que não percebi muito.

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Conectividade

Embora o Ark seja robusto e grandão, todas as conexões e portas não ficam no monitor, mas no One Connect. Esse acessório, que a Samsung envia na embalagem, suporta entrada de rede, óptica (para áudio) e quatro HDMI 2.1, sendo uma delas compatível com eARC.

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Como o nome já indica, o One Connect envia ao monitor todas as informações de áudio, vídeo e rede por apenas um cabo de fibra. Na montagem, no entanto, esse cabo atrapalhou o fechamento da tampa do monitor, mesmo tendo todo um caminho dedicado a ele na tampa. No fim, tudo ficou organizado, mas a tampa permaneceu parcialmente aberta.

Nos meus testes, utilizei uma das portas HDMI 2.1 para conectar o Odyssey Ark no computador — e nem preciso dizer que o seu desktop precisa ser igualmente robusto para suportar toda a potência desse monitor, não é? Aqui, o companheiro do Ark foi um Dell Aurora R15, com processador Intel Core i9 de 13ª geração e GPU RTX 4070 Ti.

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No entanto, por se tratar de um monitor gamer definitivo, senti falta tanto de uma entrada DisplayPort (DP) quanto de uma USB-C. Seria bom tê-lo, também, como uma estação para carregar smartphones, notebooks e outros dispositivos, como o Samsung Smart Monitor M8.

Além das conexões por fio, o Ark tem Wi-Fi, o que faz dele uma espécie de smart TV, só que sem suporte ao cabo tradicional para antena. A Samsung já incluiu essa característica em outros modelos da linha como o Odyssey G6, que inclusive possui análise completa, então era mais do que obrigação levar ao monitor mais caro.

Resumidamente, o Ark consegue rodar Netflix, YouTube, Disney+ e outras dezenas de apps disponíveis na loja online do Tizen sem estar necessariamente conectado a uma fonte de vídeo. Ele também suporta o Samsung Gaming Hub, que permite acesso a milhares de jogos na nuvem através das plataformas Xbox Game Pass e GeForce NOW.

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Ainda não acabou. O monitor gamer da Samsung traz um workspace (estação) com muitas possibilidades de conexão sem fio, como Samsung DeX, AirPlay 2, Smart View e Tap View — o Smart View é interessante porque, virando a tela do Ark verticalmente, até parece um painel de celular gigante.

Controles… no plural mesmo

O Odyssey Ark não tem apenas um controle, mas dois. Além do tradicional SolarCell, o monitor vem com o Ark Dial, que tem acesso rápido a funções como Flex Move — sobre o qual falarei mais abaixo —, Multi View, Quick Settings e Game Bar. O design não é nada inovador, só bem diferente do normal.

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Tela robusta, mas pouco aproveitada

Em números, o Odyssey Ark é, de fato, assustador. Ele é maior que o Odyssey G9 Neo, com uma tela de 55 polegadas, e se diferencia pela proporção de 16:9. Aliado à curvatura de 1000R, uma das acentuadas do mercado, a experiência é de, basicamente, uma TV com display curvo — o que não é muito convidativo pelos motivos que citarei mais abaixo.

Mas, primeira, falemos das coisas boas. O painel 4K com 165 Hz de taxa de atualização e painel Quantum Mini LED é simplesmente incrível para jogos. Testei Forza Horizon 5, Resident Evil 4 Remake e Elden Ring em Ultra HD e a experiência foi uma das mais envolventes que já tive num monitor. É claro que a sua máquina precisa ser compatível para aguentar a potência máxima do Odyssey Ark, então se prepare.

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Um detalhe muito interessante do monitor da Samsung é o seu painel com acabamento matte (fosco), como a Samsung chama suas telas antirreflexivas. É o mesmo recurso visto nas smart TVs The Frame e The Serif, também da sul-coreana.

A tela 4K gigante do Ark abre um mar de possibilidade, como o Multi View, que permite dividi-la em até 4 partes no modo horizontal e até 3 no modo vertical. Infelizmente, esse recurso não é compatível com os serviços de streaming mais comuns, não suporta mais de 2 fontes HDMI simultaneamente — mas, enfim, dá para realizar mais coisas simultaneamente num espaço amplo.

No entanto, nem tudo são flores. Dentre algumas coisas que me incomodaram ao jogar, trabalhar e consumir conteúdos multimídia no Ark, a principal foi o seu campo de visão limitado. Por ter 55 polegadas e proporção 16:9, foi muito incômodo olhar para um painel tão grande de muito perto — isso se você estiver usando-o junto a um computador com teclado e mouse.

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Embora a tela grande e curva te abrace, não achei nada agradável ter que levantar o pescoço sempre quisesse ver algo mais acima. Essa foi uma crítica que fiz ao Odyssey G9, mas, diferentemente do Ark, que tem proporção 16:9, seu formato de 32:9 foi mais satisfatório para visualizar os conteúdos sem desenvolver um torcicolo.

Agora, se você cogita usar o Odyssey Ark junto a um PlayStation 5 ou Xbox Series X, provavelmente não terá problemas, já que o controle permite ficar a alguns metros de distância da tela.

Provavelmente, a Samsung sabia que esse problema aconteceria, já que trouxe um recurso de software chamado Flex Move, que permite “diminuir” o tamanho da tela para 27 polegadas, mover a sua posição e ajustar a proporção (16:9, 21:9 ou 32:9). Essa função é ótima, mas praticamente acaba com o principal diferencial do monitor, que é a tela grande.

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Ainda com relação ao campo de visão, nem preciso comentar que a tela curva, geralmente, é benéfica para quem experimenta de frente para ela — ou seja, se você for chamar alguns amigos para jogar ou assistir a algum filme diretamente do Odyssey Ark, saiba que alguém experienciará cores distorcidas.

O display do Odyssey Ark é IPS com painel de Mini LED, que oferece um brilho muito mais intenso que muitos monitores gamer. No entanto, ainda se trata de uma solução que necessita de um backlight para as cores, portanto não possui o contraste infinito nem as cores mais vivas do OLED, disponível em muitas smart TVs que custam quase um terço que o Odyssey Ark.

Outra coisa que, para o meu dia a dia, foi pouco útil foi o modo de tela na vertical, chamado pela Samsung de Cockpit mode. Mas vejo potencial nessa orientação de tela, principalmente para quem curte jogos como Flight Simulator, ou quem consome redes sociais como TikTok e Instagram. É só espelhar o display do smartphone e aproveitar.

Por ser um monitor com características de TV, o sistema de som deve ser igualmente robusto. Por aqui, quatro alto-falantes nos cantos e dois woofers centrais entregam 60 W de potência com graves fortes, volume muito alto e muita definição. Não substitui uma soundbar, mas deve servir para muitos usuários.

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Concorrentes diretos

Monitores da mesma escala do Odyssey Ark não são comuns no mercado, principalmente o brasileiro, portanto o mais próximo que você encontrará dele é o Odyssey G9 Neo, também da Samsung. No entanto, como o Ark tenta ser uma mistura de TV com monitor, dá para compará-lo com smart TVs que podem ser usadas no computador.

O melhor modelo que consigo pensar é a LG OLED Evo C2. Ela pode ser encontrada em diversas opções de tamanhos, inclusive de 55 polegadas, mas, devido ao seu formato 16:9, recomendo optar pela versão de 42 polegadas, que é muito mais agradável. Nós já a analisamos e concluímos que é uma das melhores opções do mercado atualmente, entregando resolução 4K, painel OLED, 120 Hz de taxa de atualização e 4 entradas HDMI 2.1.

Considerando os R$ 20.000 que a Samsung pede no Odyssey Ark, você compra uma excelente LG OLED Evo C2, que custa cerca de R$ 4.500 na opção com 42 polegadas, um PlayStation 5 com leitor digital, uma soundbar top de linha e diversos jogos. Parece uma troca justa?

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O Odyssey Ark vale a pena?

É difícil olhar para o Odyssey Ark e encontrar algum motivo para recomendar um monitor de R$ 20.000 que não seja perfeito. Apesar das configurações de ponta, como a tela 4K de 165 Hz, a curvatura de 1000R e a construção robusta, seus pontos positivos não sustentam o seu preço altíssimo.

Por exemplo, por que não ter entradas DisplayPort e USB-C, já que o One Connect é tão robusto? Por que trazer um painel com Mini LED, mesmo com o OLED entregando uma qualidade de imagem geralmente melhor e condizente com a categoria?

Além disso, a visualização em diferentes ângulos, com exceção da frontal, é bem prejudicada devido à tela curva, apresentando cores distorcidas. O modo Cockpit, por sua vez, não tem tanta utilidade além de exibir redes sociais em uma tela grande, sem falar do modo Multi View, que é bem limitado ao dividir os conteúdos.

Para o Odyssey Ark fazer sentido, poderia custar cerca de R$ 10.000, pois daria para tratá-lo como um monitor curvo gigante com diferenciais de smart TV, sendo uma possível alternativa para quem procura um produto diferenciado, tal qual o Odyssey G9 Neo.

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Agora, se você procura apenas por qualidade de imagem excelente para o seu PC gamer ou console de última geração, uma smart TV ou monitor com tela OLED já dá conta do recado, além de custar mais da metade do preço.