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Retrospectiva 2019 | Os maiores escândalos e fiascos do ano das empresas de TI

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Tech Crunch
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2019 foi um ano em que acompanhamos muitas coisas legais. Entre lançamentos de hardwares e softwares, poderíamos fazer aqui apenas uma retrospectiva “chapa branca”, mostrando só o que as empresas fizeram de bom.

Mas, como essas companhias são administradas por humanos, elas também pisam na bola. E pisam feio. E muitas de suas más decisões podem afetar a vida de milhões de pessoas dentro e fora dessas organizações. Logo, separamos aqui os 10 maiores micos (ou escândalos,se você preferir) do setor de Tecnologia em 2019. E vamos torcer para que no ano que vem, eles não voltem a se repetir.

Confira!

10 - Erro básico expõe milhares de clientes da maior corretora de bitcoins do mundo

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Muita gente - incluindo governos - já olha com desconfiança para as criptomoedas, principalmente por não entenderem muito bem como elas funcionam. E quando as empresas que as operam dão suas escorregadas, não podemos culpar os olhares tortos para as moedas digitais. E quando se trata de um erro primário vindo de quem deveria zelar pela proteção desses ativos, aí é que a coisa piora de vez.

A derrapada em questão aconteceu no começo de novembro e veio da BitMEX, considerada a maior corretora de Bitcoins do mundo. A companhia informou que um erro de segurança pode ter exposto e-mails de milhares de usuários. O pior é que o problema foi um simples erro humano, já que o responsável por encaminhar a mensagem esqueceu-se de colocar a lista de usuários em “cópia oculta”.

O responsável da BitMEX deveria ter listado todos os destinatários no espaço de “CCO”, ou seja, cópia oculta. Contudo, os endereços foram colocados na barra de envios. Com isso, todos os clientes tiveram acesso ao e-mail dos outros clientes, o que é considerado uma falha grave de segurança em se tratando de uma empresa financeira.

Ao saber disso, malandros de plantão podem buscar informações em bancos de dados vazados anteriormente e descobrir senhas do serviço. Segundo o pesquisador em criptomoedas, Larry Cermak, foram encontradas perto de 200 senhas de contas do BitMEX com este erro.

Cermak informou ainda que teve acesso a 3 mil e-mails somente com este recebimento, sendo que grande parte deles usa a combinação "nome.sobrenome" em seus endereços. Contudo, a estimativa é de que 30 mil clientes tenham sido expostos.

A BitMEX confirmou o erro e prometeu entrar em contato com todos os usuários afetados. Além disso, se você usa (ou usava, depois dessa trapalhada) os serviços da corretora, é recomendável que troque a sua senha o quanto antes. E, se tiver tempo, mande um tutorial para o pessoal da companhia, ensinando como se usa uma conta de e-mail.

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1 - A WeWork indo ladeira abaixo

Até o começo do ano, a WeWork - especializada no aluguel e gestão de escritórios compartilhados - era uma das queridinhas do mercado de startups. Sob o comando de seu cofundador, Adam Neumann, a companhia virou uma gigante do seu setor e atraiu aportes bilionários de fundos de investimento, principalmente do grupo japonês Softbank. No entanto, havia algo de podre no reino da Dinamarca.

Tudo começou a desandar quando a companhia resolveu fazer o seu IPO (Oferta Pública Inicial) na Bolsa de Valores de Nova York. Para que esse processo entre em funcionamento, é preciso fazer uma rigorosa diligência contábil da empresa que quer abrir o seu capital. E foi aí que o mercado passou a prestar atenção nas peripécias financeiras e administrativas da WeWork.

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Entre as bizarrices contábeis, descobriu-se que a empresa gastava demais: em 2018, seu prejuízo anual foi de US$ 1,9 bilhão, contra uma receita de US$ 1,8 bilhão. Além disso, Neumann pegava empréstimos da própria WeWork para comprar imóveis que seriam alugados para a...WeWork (!?). Ah sim, ele ainda tentou cobrar US$ 6 milhões da própria companhia pelo uso da marca “We”, sem contar os relatos de festas dentro da sede, regadas a bebidas e drogas, muitas vezes em horário comercial.

A cereja do bolo foi que, ao fazer a solicitação de abertura de capital, Neumann avaliou a WeWork em US$ 47 bilhões - coincidentemente, o mesmo valor de leasings imobiliários (leia-se passivos) que a empresa detém.

Resultado: o valuation inicial sugerido por Neumann caiu de US$ 47 bilhões para US$ 8 bilhões, o executivo foi afastado - mas levando uma indenização milionária no processo - e o Softbank tomou o controle da empresa, cancelou o IPO, mas prometeu demitir 2.400 funcionários (cerca de 25% de seu quadro) mundo afora para balancear as contas.

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De quebra, o fiasco da empresa vai virar uma série para a TV e também um filme, que será distribuído pela Universal. E, para completar, a era das startups, cujos cofundadores / CEOs têm poderes quase ilimitados chegou ao fim.

Sim, WeWork, você mereceu o prêmio de fiasco do ano com todas as honras. E olha que a competição era forte! "Parabéns!"