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"Pede pra sair": Musk dá ultimato para quem não se empenhar com o novo Twitter

Por| Editado por Claudio Yuge | 16 de Novembro de 2022 às 17h24

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AFP
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Nesta quarta-feira (16), Elon Musk deu um ultimato aos funcionários do Twitter: ou eles se comprometem com um novo Twitter mais “hardcore” ou devem “pedir para sair”. A empresa está passando por mudanças fundamentais desde que o bilionário concluiu a sua aquisição por US$ 44 bilhões (R$ 236,5 bilhões) e conta atualmente com menos de 50% da sua força de trabalho original — após as demissões em massa e a extinção do conselho administrativo.

Pela manhã, os empregados foram surpreendidos com um e-mail solicitando a assinatura de um compromisso de permanecer na empresa: “Se você tem certeza de que quer fazer parte do novo Twitter, clique sim no link abaixo”, dizia o e-mail que continha um link para um formulário online. Quem não assinasse o compromisso até às 17h do horário local nesta quinta-feira (17), seria dispensado com três meses de indenização.

Segundo o arquivo obtido pelo site The Washington Post, o novo diretor diz que o Twitter “precisará ser extremamente hardcore” daqui para frente, significando longas horas de trabalho com alta intensidade. “Apenas um desempenho excepcional constituirá uma nota de aprovação”, diz ele. Elon Musk ainda afirma que, nesta nova fase, a plataforma será uma operação orientada principalmente por engenheiros: “aqueles que escrevem ótimos códigos constituirão a maioria de nossa equipe e terão o maior balanço.”

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Fracasso do Twitter Blue

O comunicado acontece uma semana após o lançamento do Twitter Blue com o selo de verificado — o primeiro grande produto desenvolvido por Musk, desde que assumiu como proprietário e CEO da plataforma. A proposta oferecia a marca de verificação para quem assinasse o plano de US$ 8 mensais, metade dos anúncios e prioridade na entrega das postagens e nos resultados de busca.

No entanto, o lançamento foi fracassado devido ao grande número de contas falsas que imitavam empresas e pessoas como o atual presidente norte-americano, Joe Biden, e o astro do basquete LeBron James — além de contas que se aproveitaram para espalhar golpes relacionados a criptomoedas. Na sexta-feira (11), o selo de verificado dessas contas foi desativado e diversos perfis foram suspensos.

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Por meio de um tweet, Musk anunciou que o serviço não seria cancelado e que seu relançamento acontecerá a partir de 29 de novembro, “para garantir que seja sólido como uma rocha”. Uma pessoa com conhecimento interno da empresa, disse ao Washington Post que, nas próximas duas semanas, os funcionários realizarão uma autópsia do lançamento, para entender por que os fakes saíram do controle.

Venda do selo de verificado ameaça a receita publicitária do Twitter

Fontes que preferiram não ser identificadas afirmaram ao Washington Post que o Twitter Blue não conseguiu ganhar muita força durante seu breve período online — sendo adotado por comunidades de nicho que ameaçam a receita publicitária da plataforma.

Um documento interno aponta que os usuários mais ativos da plataforma são os que tem mais probabilidade de contratar o serviço por assinatura, mas também são a principal base de publicidade da empresa. Dessa forma, o Twitter precisaria cobrar US$ 44 (R$ 236,92) mensais para recuperar o valor de publicidade, já que o Twitter cita a redução da exibição de anúncios como um dos benefícios.

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Além disso, uma análise de dados do Twitter compilados por Travis Brown, desenvolvedor de software de Berlim, aponta que a maioria dos usuários que se inscreveram no Twitter Blue para conseguir o verificado eram perfis que promoviam políticos de direita, especulação com criptomoedas e que vendiam conteúdo adulto, como pornografia.

Dados internos revelam que cerca de 150 mil usuários estavam inscritos no programa no momento da pausa, o equivalente a 0,06% dos 250 milhões de pessoas que usam o Twitter diretamente. Esse número geraria apenas US$ 14,4 milhões (R$ 77,45 milhões) anualmente enquanto ameaça a receita de anúncios, visto que, além dos anúncios reduzidos, os perfis fakes afastaram o investimento de grandes empresas na plataforma.

Na quinta-feira (10), com o lançamento do Twitter Blue com o selo verificado, um fake da farmacêutica Eli Lily anunciou que a companhia passaria a distribuiri insulina gratuitamente, levando à queda de 4,3% das suas ações. A empresa interrompeu os gastos de anúncios no site, o que pode ter custado milhões de dólares ao Twitter. Empresas como General Motors, Volkswagen e General Mills também anunciaram a suspensão da publicidade no Twitter depois que Musk assumiu.

Fonte: The Washington Post