Google pode ter que vender o Chrome para reduzir monopólio, diz site
Por André Lourenti Magalhães • Editado por Bruno De Blasi | •

Funcionários da equipe antitruste do Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA decidiram pressionar o Google para obrigar a empresa a vender o navegador Chrome, informa o site Bloomberg. A medida seria parte das consequências da ação judicial movida contra a Big Tech que determinou que a empresa possui um monopólio ilegal no mercado das buscas.
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A reportagem do portal revela que o DOJ vai encaminhar recomendações ao juiz federal Amit Mehta, responsável pelo caso, e deve ir além da venda do navegador: outras propostas voltadas a licenciamento de dados, inteligência artificial e Android também estariam na mesa.
A decisão, no entanto, fica a critério do juiz. As mudanças oficiais serão informadas durante audiência marcada para abril do ano que vem, enquanto a decisão final do caso sai apenas em agosto.
Mehta, no entanto, já assinou um documento que recomendava a venda de divisões da empresa, como Chrome e Android, e o fim de acordos da Big Tech com fabricantes para priorizar o buscador como opção padrão.
Por que o Chrome?
De acordo com fontes ouvidas pelo Bloomberg, a venda do Chrome seria importante para combater o monopólio porque o navegador representa um “ponto de acesso chave para que muitas pessoas usem o buscador”.
A medida poderia impactar toda a indústria do software, pois o navegador do Google é o mais usado em todo o mundo.
As fontes do DOJ interpretam que isso é importante para a publicação de anúncios pela empresa. Além de facilitar acesso ao buscador, a Big Tech teria acesso a dados sobre a atividade dos usuários e poderia ampliar o faturamento com vendas de anúncios personalizados.
A decisão por vender ou não o Chrome ainda dependeria de outras medidas adotadas pelo tribunal — caso outras punições ajudassem a criar um mercado mais competitivo, a empresa ainda poderia manter o controle do navegador. A matéria ainda informa que os reguladores antitruste do Departamento de Justiça desistiram de uma alternativa ainda mais severa que forçaria o Google a vender o sistema Android.
Entenda o caso
O processo foi aberto em 2020 e o julgamento ocorreu apenas em 2023. Relembre os principais acontecimentos:
- Em outubro de 2020, o Departamento de Justiça dos EUA abriu o processo EUA x Google com acusação de monopólio ilegal da empresa no segmento de buscas;
- O julgamento começou em setembro de 2023 e durou dez semanas. Na época, o tribunal avaliou acordos financeiros do Google com Apple e outras empresas para usar o buscador como opção padrão em dispositivos e navegadores;
- O juiz do caso, Amit Mehta, determinou em agosto de 2024 que o Google tinha um monopólio ilegal no mercado de buscas;
- As possíveis punições devem ser enviadas até o final deste ano. Em outubro, Mehta assinou um documento com algumas recomendações para a empresa, incluindo a venda de divisões internas, o fim dos acordos de exclusividade e a criação de mais telas de escolha para os usuários;
- A decisão final sobre o caso deve ser publicada em agosto de 2025;
- O Google já informou que vai recorrer da decisão.
O Departamento de Justiça dos EUA ainda investiga outras empresas, como a Meta, mas o caso do Google é o mais avançado no setor das Big Techs. Outro processo no país já determinou que o Gigante de Mountain View possui um monopólio no Android com a Google Play Store.
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Fonte: Bloomberg