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IBM anuncia chips quatro vezes mais rápidos que os atuais

Por| 09 de Julho de 2015 às 11h35

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IBM anuncia chips quatro vezes mais rápidos que os atuais
IBM anuncia chips quatro vezes mais rápidos que os atuais
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Para alguns especialistas, os anos em que a Lei de Moore estava em plena atividade no mercado de tecnologia – indicando que o poder de processamento dos chips deveria dobrar a cada dois anos – estavam chegando ao fim. Mas não mais, já que, segundo a IBM, já estão sendo desenvolvidos chips com quatro vezes mais capacidade de processamento que os atuais. Eles podem até não estarem disponíveis até 2017, mas compensarão pelo tempo perdido quando efetivamente forem lançados mais adiante.

Batalhando contra materiais e esquemas de produção, a indústria de semicondutores vinha lutando para garantir que mais e mais componentes chegassem ao mercado, com cada vez mais poder. Por outro lado, essa barreira começou a ser resolvida por desenvolvedores, que apostaram em softwares mais integrados e com um uso de recursos mais inteligente. O resultado dessa soma poderia até trazer a ideia de que grandes avanços não eram mais essenciais, mas a IBM e outras empresas que fazem parte de uma parceria para esse fim decidiram não pensar dessa forma.

A mágica da multiplicação do poder de processamento foi obtida a partir de uma liga de silício-germânio, que substituiu o primeiro material, usado anteriormente em estado puro. Com uma arquitetura de sete nanômetros, o resultado final foi um componente capaz de transmitir mais dados em um espaço menor, com velocidade e, acima de tudo, economia de energia. De acordo com os responsáveis pela invenção, até 20 bilhões de transistores poderiam ser colocados em um único chip, de acordo com as estimativas da tecnologia ainda em desenvolvimento.

Como sempre, a novidade vai exigir que as fabricantes criem instalações dedicadas para a produção em massa dos novos chips, outro fator que deve levar sua aplicação no dia a dia das pessoas para ainda mais adiante. Uma das principais preocupações aqui é o uso de luz ultravioleta extrema, necessária para criar os padrões nos chips a nível molecular. O problema é que até mesmo a menor vibração pode tornar esse trabalho impossível, o que já levou, no passado, empresas a investirem em instalações com complexos sistemas de isolamento. Agora, isso será uma necessidade ainda maior.

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Além disso, a nova arquitetura requer uma exposição maior aos raios. Sendo assim, para produção em massa, a ideia é não apenas permitir que exista o ambiente ideal para fabricação, mas também criar métodos baratos e rápidos de fazer isso, de forma a não criar gargalos de preço e disponibilidade. De nada adianta um chip caro e pouco usado, e como a ideia do consórcio é criar tecnologias populares, ainda temos um longo caminho a seguir a partir deste avanço.

E seguindo adiante, a IBM tem planos ainda mais ambiciosos. Ela diz que a arquitetura atual, de sete nanômetros, é apenas o começo e que, com a evolução da tecnologia, pode ser que o grupo de pesquisadores consiga chegar a um tamanho ainda menor, de até cinco nanômetros. Essa descoberta deve acontecer, se tudo correr bem, até 2018, ou seja, podemos esperar os primeiros componentes com tais novidades apenas para alguns anos depois disso.

De volta ao jogo

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Mais do que uma inovação, o anúncio feito pela IBM mostra que a empresa, outrora ícone da revolução dos computadores pessoais, está disposta a continuar trabalhando nesse ramo. Em 2014, a companhia vendeu seu setor de fabricação de chips para a GlobalFoundries como um dos passos de sua reorganização interna, mas, aparentemente, esse não foi o fim da atuação no mundo dos componentes.

Mesmo oficialmente à distância desse segmento, ela se uniu à GlobalFoundries no citado consórcio que foi responsável pela descoberta. A IBM investe, sozinha, US$ 3 bilhões nessa união de esforços para levar a tecnologia adiante e está aliada a empresas como Samsung e outros fabricantes de componentes. O governo norte-americano também faz parte da parceria, com o estado de Nova Iorque, onde fica a unidade de pesquisas, entrando também com uma boa parcela de fundos.

Resta, agora, um desafio antes que se possa dizer, efetivamente, que a IBM está de volta à vanguarda. Essa pesquisa não é a única acontecendo em prol de melhorias nos chips, mas com certeza é a que se encontra em estágio mais avançado. Agora, cabe às fabricantes adotarem as inovações e tecnologias propostas por elas para fabricar seus próprios equipamentos para consumo, algo em que o consórcio já está com pelo menos alguns passos adiante, apenas devido à presença de alguns fabricantes de peso entre os membros.

A única concorrência real, aqui, é a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, que afirmou que começa a produção de chips de sete nanômetros em 2017. A IBM não se assusta com isso, já que o foco é reduzir ainda mais o tamanho dos chips. Além disso, ela foi a primeira e exibir produtos do tipo em funcionamento, ainda que dentro de um laboratório, enquanto a rival somente fez anúncios do tipo sem efetivamente mostrar o produto.

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Aproveitando-se dessa vantagem, o consórcio deseja trabalhar ao lado de parceiros não apenas na criação dos chips em si, mas também em novos métodos de fabricação. O objetivo final seria entregar algo o mais próximo possível de uma solução completa e, acima de tudo, fazer com que a Lei de Moore continue valendo por mais algum tempo.

Fonte: The New York Times