Huawei cogita vender tecnologia 5G a comprador ocidental
Por Nathan Vieira |
Na última terça-feira (10), o veículo britânico The Economist conversou com ninguém menos que o fundador e CEO da Huawei, Ren Zhengfei, e conseguiu extrair do executivo uma informação inusitada: a fabricante chinesa de smartphones está cogitando vender uma das suas grandes apostas para o mercado, que é a tecnologia 5G.
No início do ano, a Huawei continuava firme e forte em seus planos em ser a primeira empresa a dar suporte total às redes 5G. O desafio da chinesa era convencer tanto os usuários de smartphones quanto as operadoras de telefonia a apostarem nos equipamentos da empresa. O problema é que que a empresa acabou perdendo muita credibilidade no final de 2018, por causa de diversas denúncias apontando que os equipamentos seriam usados pelo governo chinês para espionar outros países. Isso até envolveu uma grande novela com Donald Trump, já que o presidente dos EUA fez uma onda de proibições, com direito a idas e vindas.
Apesar de todos esses empecilhos, a empresa continuou sendo a única a oferecer soluções completas para a instalação e uso de rede 5G por um preço relativamente baixo, chegando até a garantir 30 contratos comerciais para instalação de redes 5G em vários lugares do mundo. No entanto, as especulações apontam que são justamente esses obstáculos como a perda de credibilidade por causa das acusações de espionagem e a onda de proibições de Trump que têm gerado a cogitação de vender a tecnologia 5G.
No momento, não ficou confirmado nem o preço do negócio 5G e nem quem estaria interessado em comprar. Na verdade, a única coisa que o CEO da Huawei disse foi que a ideia era vender para algum comprador que não tivesse sede na Ásia. Se essa tecnologia realmente fosse vendida, o comprador poderia modificar os elementos-chave e bloquear o acesso aos produtos como bem entendesse, e a Huawei daria acesso total ao seu portfólio 5G de licenças, códigos, projetos e experiência em produção. No entanto, parece que, por ora ,a Huawei ainda está apenas cogitando, e não bateu o martelo.
Fonte: The Economist via GSMArena