Empresa de escaneamento de íris pausa serviço no Brasil; entenda o caso
Por Emanuele Almeida • Editado por Bruno De Blasi |

A empresa de escaneamento de íris, Tools for Humanity (TFH) pausou os serviços oferecidos no Brasil nesta terça-feria (11). Isso porque o Conselho Diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) negou o recurso administrativo apresentado pela instituição que pedia um prazo adicional de 45 dias para implementar mudanças no aplicativo e interromper a oferta de compensação financeira realizada no projeto World ID.
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Segundo a ANPD, a compensação financeira oferecida pela empresa interfere no julgamento do usuário por ser um fator atrativo para autorizar a coleta de sua íris e o leva a aceitar sem considerar os riscos envolvidos, assim como a própria finalidade da coleta.
Em nota, a Tools or Humanity, responsável pelo projeto World ID, diz que respeita a decisão da ANPD, mas que será necessário tempo para cumprir a ordem data pela organização. "Estamos voluntariamente pausando o serviço de verificações. Os espaços físicos da World permanecerão abertos para fornecer educação e informações ao público", realçou a empresa.
Confira a nota da empresa na íntegra:
“A World respeita a decisão da ANPD. Como a ANPD está ciente, será necessário tempo para cumprir com a sua ordem. Para permitir que a World conclua as mudanças em coordenação com a ANPD e garanta conformidade durante esse processo, estamos voluntariamente e temporariamente pausando o serviço de verificações. Os espaços físicos da World permanecerão abertos para fornecer educação e informações ao público e pedimos desculpas por qualquer inconveniente aos que desejavam se juntar à World agora.
A World segue seu compromisso em cumprir com as leis nos mercados onde opera e continuará trabalhando para garantir transparência e entendimento público desse serviço essencial, que busca aumentar a segurança e confiança online na era da IA."
Por que o serviço foi pausado?
O ato de oferecer recompensação pelos dados coletados é um risco, segundo a ANPD. A pausa visa garantir os direitos fundamentais de privacidade e proteção dos dados pessoais.
Em novembro de 2024 foi instaurado um processo de fiscalização que começou a investigar o tratamento de dados biométricos dos usuários feitos pela empresa. A ação do projeto World ID funciona a partir da leitura da íris, que gera um código de identidade digital único que comprova que aquela pessoa é um ser humano e não uma inteligência artificial (IA).
A empresa que já escaneou os olhos de mais de 100 mil brasileiros oferecia 53 tokens worldcoin (cerca de R$ 400 na cotação atual) como recompensa aos usuários que cadastrassem sua biometria ocular.
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