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Diretor da Huawei diz que trégua não mudou situação da empresa nos EUA

Por| 12 de Julho de 2019 às 13h37

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As alterações no banimento da Huawei nos Estados Unidos não tiveram reflexo algum para a empresa chinesa, afirma seu diretor, Liang Hua. Em entrevista coletiva concedida na sede da companhia, em Shenzhen, Hua disse que nenhum benefício pôde ser observado como parte do afrouxamento dos termos e, na visão dele, as restrições devem ser revogadas imediatamente pelo governo norte-americano.

O passo atrás foi anunciado no início deste mês de julho pelo presidente Donald Trump. A Huawei permanece na chamada “lista de entidades” com as quais companhias com presença nos EUA não podem negociar de maneira alguma, mas aqueles cujos negócios dependerem da gigante chinesa poderão solicitar um regime de exceção. Os trabalhos deverão ser aprovados oficialmente pelo governo, após análise que leva em conta, principalmente, os possíveis riscos à segurança nacional.

Na visão de Liang, o afrouxamento não vem como uma boa notícia. Por mais que possa voltar a negociar com alguns de seus parceiros usuais, mesmo que em um regime de exceção, a Huawei taxa o banimento como “injusto e desleal” por atacar diretamente seus negócios. O executivo voltou a pedir pela retirada completa da fabricante e suas subsidiárias da lista de entidades, de forma que ela possa retomar seus negócios normalmente.

Enquanto isso não acontece, a Huawei continua se preparando para os números inevitavelmente negativos que virão neste ano. Após apresentar um aumento de 19,5% nas vendas em 2018, na comparação com 2017, a empresa cortou a previsão de crescimento de 30% para este ano. De acordo com o fundador da fabricante, Ren Zhengfei, o impacto negativo deve ser de US$ 30 bilhões, ao longo dos próximos dois anos, por conta do banimento, que impede a exportação de equipamentos para os EUA e acordos de fornecimento de chips a partir de companhias que atuam no país.

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Esta última questão parece estar resolvida, mesmo que em partes. Nesta semana, o governo norte-americano autorizou o licenciamento e exportação de chips, softwares e outras ferramentas à Huawei por empresas com presença nos Estados Unidos. A ideia, de acordo com a administração de Trump, é evitar que a medida em prol da segurança nacional também sirva como um fator de desvantagem para companhias do país; entretanto, a proteção digital continua sendo a prioridade e negócios desse tipo podem ser impedidos caso representem ameaças.

A notícia é boa para nomes como Intel e Google, principalmente pela continuidade do licenciamento do sistema operacional Android para os smartphones da marca. De acordo com Liang, a Huawei está estudando com a gigante novas maneiras de trabalhar em acordo com as leis e regras impostas pelos Estados Unidos, mas não parece estar muito disposta a abrir a mão em certos aspectos.

O executivo não entrou em detalhes, mas disse que a prioridade da companhia é manter em curso sua estratégia para o setor mobile. Por isso, mesmo que chegue a um acordo com os EUA e a Google para uso da edição padrão do Android, que é a principal opção no momento, ela não deve interromper o desenvolvimento de sua própria versão da plataforma, o Hongmeng OS. Uma decisão final nesse sentido, segundo ele, ainda não foi tomada.

Fonte: Associated Press