Donald Trump volta atrás e Huawei poderá voltar a fazer negócios nos EUA
O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou atrás e liberou a Huawei e outras empresas chinesas para fazerem negócios com companhias norte-americanas. A notícia vem em boa hora, já que a gigante chinesa da tecnologia já estava começando a se preparar para uma realidade bem mais difícil sem a parceria com empresas como Google e Facebook.
A decisão de Trump foi tomada após ele se reunir com o presidente chinês Xi Jinping na cúpula do G20, no Japão, no último fim de semana. “Empresas dos EUA podem vender seus equipamentos para a Huawei. Estamos falando de equipamentos nos quais não há grandes problemas de segurança nacional", explicou o presidente dos EUA. Ao todo, o fundador e principal executivo da Huawei, Ren Zhengfei, disse recentemente que a proibição faria a empresa chinesa de tecnologia — a terceira maior vendedora de smartphones do mundo — perder cerca de US$ 100 bilhões (R$ 384 bilhões, no câmbio atual) nos próximos dois anos.
Apesar das boas notícias, qualquer confiança mútua foi quebrada e é improvável que as coisas voltem a ser como eram antes.
President Trump has appeared to soften his tone on Chinese communications giant Huawei, suggesting that he would allow the company to once again purchase US technology https://t.co/4YNJCyKLTg pic.twitter.com/jr45f40ghP
— CNN International (@cnni) June 29, 2019
A inclusão da Huawei na "lista negra" dos EUA foi uma das mais recentes movimentações de Trump na cruzada comercial que ele vem promovendo contra a China e exemplifica quão dependente a fabricante se tornou dos EUA para simplesmente funcionar.
A Huawei tomou providências para proteger sua dependência dos EUA, incluindo o desenvolvimento de seu próprio sistema operacional para substituir o Android e seus próprios chips de backup. Embora o sinal agora esteja verde, é provável que a empresa continue desenvolvendo essas ideias para não se ver numa posição semelhante novamente no futuro.
Evidentemente, cortar relações com empresas fornecedoras de suprimentos dos EUA não é tarefa fácil, tanto em termos de software quanto de componentes. Resta saber se a Huawei conseguirá manter o atual nível de negócios — que inclui o despacho de 59 milhões de smartphones no último trimestre e receita total de US$ 107,4 bilhões (R$ 412,4) em 2018 — com componentes e software fora dos EUA, mas este episódio é um lembrete de que deve haver uma política de contingência sólida no caso de se tornar uma peça política de xadrez novamente no futuro.
Além de ajudar a Huawei, a decisão de Trump também favorecerá empresas como a Google, que investiram tempo e recursos significativos no desenvolvimento de um relacionamento com a chinesa. Isso é tão verdade que o próprio político reconheceu que as empresas de seu país vendem "uma tremenda quantidade" de produtos para a Huawei e que algumas delas "não estavam exatamente felizes por não poderem mais fazer isso".
Fonte: TechCrunch , UOL , CNN
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