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Saiba como a inflação na China pode afetar o mundo

Por| Editado por Claudio Yuge | 12 de Novembro de 2021 às 15h20

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Reprodução/Kyle Glenn/Unsplash
Reprodução/Kyle Glenn/Unsplash

Há algum tempo a China vem enfrentando uma grave crise energética que contribui com diversos apagões ao redor do país, causando cortes na produção das fábricas e desaceleração da economia chinesa, colocando em pauta o plano de transição para a energia limpa de Pequim, visto que o país aumenta o uso do carvão para atender a demanda das usinas de energia.

As regras impostas pelas autoridades chinesas contra o uso do carvão para tentar tornar o país neutro em carbono até 2060 se tornaram uma barreira, mesmo porque a China ainda depende do minério para suprir as indústrias, apesar do forte investimento em matrizes de energia renovável. E com o aumento da demanda de eletricidade, o preço do carvão foi empurrado para cima.

Com a alta do preço do mineral na China, o índice de preços ao produtor – que mede o custo dos produtos vendidos às empresas – registrou a maior alta em 26 anos, marcando um aumento de 13,5% em outubro em relação ao ano passado, segundo a firma Eikon Refinitiv. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor – que mensura a variação de preço de determinados produtos – da China registrou um aumento de 1,5% em outubro em relação a um ano atrás, o dobro da taxa do mês anterior e o ritmo de aumento mais rápido desde setembro de 2020.

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“O risco de estagflação está aumentando”, escreveu Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management. “A ambiciosa meta de neutralidade de carbono coloca pressão persistente sobre os preços das commodities, que serão repassados ​​às empresas”.

Devido ao aumento contínuo dos custos das matérias-primas, o lucro das empresas chinesas tem diminuído de forma significativa, situação que pode contribuir com a desaceleração das atividades ou até mesmo com a demissão de funcionários. Gigantes como Apple, Tesla e Toyota, por exemplo, tiveram que reduzir suas atividades em setembro deste ano por conta das restrições do uso de energia promovidas pelo governo chinês.

Além disso, empresas ao redor do mundo que importam produtos da China têm enfrentado dificuldades com portos congestionados, precisando esperar até semanas para desembarcar suas mercadorias, causando atrasos na entrega frente a um aumento do consumo global durante a pandemia, principalmente de produtos comprados em comércios eletrônicos do outro lado do mundo.

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A soma da disparada da taxa de inflação com a redução das atividades das fábricas chinesas e a crise no transporte marítimo podem trazer problemas para a cadeia logística global que pode sofrer com o desabastecimento afetando diretamente a população, uma vez que a falta de produtos disponíveis pode causar um aumento no preço.

A inflação crescente dos produtores está "alimentando a pressão ascendente sobre a inflação global", considerando o papel da China como a fábrica mundial e sua importância para a cadeia de fornecimento global, de acordo com Ken Cheung, estrategista-chefe de divisas asiático do Mizuho Bank.

Se Pequim quiser administrar esta crise sem afetar a economia global, provavelmente precisará aumentar suas importações de energia e até mesmo repensar temporariamente sobre o controle das emissões para enfrentar a escassez doméstica, podendo atrasar os planos de descarbonização do país.

Fonte: CNN,CNN