Alguns políticos dos EUA querem matar a Huawei, afirma fundador da marca
Por Rubens Eishima | 27 de Novembro de 2020 às 09h00
Em um discurso de despedida para os funcionários da ex-subsidiária Honor, o fundador da Huawei não poupou palavras contra as sanções impostas à marca pelo governo dos Estados Unidos. Segundo relatos de funcionários presentes ao evento, Ren Zhengfei declarou que “certos políticos norte-americanos querem nos matar, não apenas nos corrigir”, se referindo às acusações de que a marca representa um risco à segurança dos EUA.
- Huawei terá apenas 4% do mercado de celulares em 2021, preveem analistas
- Rede Limpa: ação dos EUA contra 5G da Huawei forma "guerra fria tecnológica"
- Se a Huawei fosse banida, o que aconteceria com o 5G no Brasil?
Zhengfei conclamou os agora ex-funcionários a se esforçarem para ultrapassar a Huawei, que vendeu a Honor a um grupo de empresas ligadas à cadeia de distribuição da marca. O objetivo do negócio é liberar a fabricante das sanções econômicas impostas à matriz, que bloqueiam o suprimento de componentes e tecnologias.
A fala do fundador lembrou ainda que a empresa pode superar as dificuldades, mas que milhões de funcionários diretos e indiretos estavam com seus empregos em risco.
“Não precisamos arrastar pessoas inocentes [para o problema] só porque nós [da empresa] sofremos”, teria dito Zhengfei.
O executivo desafiou os funcionários da nova empresa a enxergarem a antiga matriz como uma rival, tendo como “slogan para motivação” o objetivo de vencer a Huawei. “Somos seus rivais no futuro”, concluiu Ren.
Apesar da venda da Honor abrir espaço para a nova marca se livrar dos problemas enfrentados pela matriz, a empresa ainda tem um grande desafio pela frente. Além de precisar reestabelecer contratos próprios com fornecedores e distribuidores para provar sua independência, suas rivais chinesas — Xiaomi, OPPO e Vivo — já se preparam para tomar mercado da dupla Huawei/Honor, com aumento de previsão de vendas e a consequente expansão nas encomendas de componentes e capacidade produtiva.
Fonte: Reuters