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Você sabia que terremotos ajudam as árvores a crescerem? É o que diz este estudo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Novembro de 2021 às 12h30

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Markus Spiske/pexels
Markus Spiske/pexels

Os abalos sísmicos são responsáveis por alterar a superfície próxima ao seu epicentro — e isto não é novidade. No entanto, estes tremores produzem consequências que ficam registradas não apenas nas camadas geológicas, mas também nas árvores. Um novo estudo, conduzido pela Universidade de Potsdam, na Alemanha, revela como os terremotos podem contribuir com o crescimento das árvores ao mudar a disponibilidade de água subterrânea.

A pesquisa descobriu que, quando os tremores secundários diminuem, um considerável crescimento nas árvores é detectado e, agora, os pesquisadores encontraram evidências desta ligação. O hidrólogo Christian Mohr, da Universidade de Potsdam e principal autor do estudo, explicou que grandes terremotos podem aumentar a quantidade de fluxos de alimentação de água, elevando os níveis do lençol freático.

Dessa maneira, as raízes das plantas têm mais acesso ao recurso hídrico, que, em condições normais, apresenta limitação no fluxo de água subterrânea. "Se o crescimento das árvores é limitado principalmente pela água, as árvores deveriam, em teoria, registrar as respostas hidrológicas aos terremotos, alterando suas taxas de crescimento", acrescentou Mohr. Se a mudança no fluxo hidrológico contribui para o crescimento das árvores, esta relação, então, deve estar registrada nos troncos.

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Para avaliar esta hipótese, Mohr e sua equipe analisaram pinheiros da espécie Pinus radiata, localizadas no Chile, na região de Maule, que, em 2010, foi severamente afetada por um terremoto de magnitude 8,8. A partir da análise dos anéis dos troncos de árvores coletadas em 2014, os pesquisadores descobriram que algumas árvores localizadas no vale experimentaram um aumento temporário de crescimento logo após os tremores.

Além do crescimento dos anéis dos troncos das árvores, os pesquisadores também analisaram a proporção de isótopos de carbono nas células destas espécies. Tais evidências forneceram uma ampla perspectiva sobre a saúde, crescimento e disponibilidade de água para as árvores. Em contrapartida, algumas árvores localizadas nas encostas tiveram o mesmo comportamento, indicando que o efeito do terremoto foi leve e temporário — durando questão de semanas.

A descoberta revela como esta técnica pode ser aplicada nos estudos de terremotos antigos, pois, segundo os pesquisadores, ela mostra que as mudanças pós-sísmicas registradas nos anéis dos troncos e na quantidade de isótopos de carbono podem fornecer as respostas do crescimento das árvores e também as respostas fotossintéticas aos tremores. “Podem oferecer uma abordagem baseada em árvores para paleoseismologia", acrescentou a equipe.

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A pesquisa foi publicada na revista JGR Biogeosciences.

Fonte: ScienceAlert