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Como se sabe a idade das coisas e de eventos antigos da Terra?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Reprodução/Olaf Jöris
Reprodução/Olaf Jöris

Você já parou para pensar como é que os cientistas fazem para descobrir a idade de artefatos antigos e de acontecimentos do passado distante da Terra? Felizmente, a ciência tem algumas técnicas que permitem calcular a idade de rochas, fósseis e objetos a partir da leitura de informações físicas e químicas destes materiais. Por isso, é importante entender quais são os principais métodos de datação.

A ciência se vale de dois conceitos de datação — a relativa e a absoluta —, onde o ponto de partida para a apresentação dessas idades é o A.P. (Antes do Presente). Nessa demarcação, o presente é definido como o presente momento até o ano de 1950, quando começaram os testes nucleares pelo mundo — o que provocou uma considerável alteração na quantidade de carbono na atmosfera da Terra, que é um dos principais elementos usados pelas técnicas modernas da datação absoluta.

O que é datação relativa

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A datação relativa é baseada em princípios geológicos, como a horizontalidade das camadas geológicas ou a sobreposição dessas camadas em sítios arqueológicos. A partir deste método não é possível determinar uma data exata, mas, com ele, os cientistas conseguem deduzir alguns acontecimentos e estimar períodos. Normalmente, as camadas sedimentares mais inferiores são as mais antigas, enquanto as superiores são as mais recentes.

Por exemplo, se um fóssil é encontrado em uma camada de sedimentos previamente datada em cerca de 200 milhões de anos, é muito provável que este fóssil tenha a mesma faixa de idade. Inclusive, mesmo hoje, com as técnicas absolutas, a datação relativa é a primeira abordagem para se deduzir a idade de um fóssil. No entanto, para estimar exatamente a idade de um fóssil (e até mesmo da camada geológica), é necessário o uso dos métodos absolutos.

O que é datação absoluta

A datação absoluta é baseada em princípios físicos e químicos, além de testes mais aprofundados em laboratório. Por exemplo, a arqueologia utiliza o método da dendrocronologia para determinar a idade das árvores, a partir da análise dos padrões dos anéis em seu tronco. A data, então, é estabelecida de acordo com o clima das épocas — sendo uma das técnicas mais comuns para datar o clima de épocas passadas. Esta técnica também permite a datação de algumas estruturas antigas feitas em madeira.

Outra técnica de datação absoluta — talvez a mais conhecida — é o método do carbono-14 (C14), que se baseia no cálculo da meia-vida desse elemento. Enquanto um organismo está vivo (sejam humanos, animais ou plantas), ele troca carbono com o meio ambiente e mantém uma quantidade estável desse elemento em seu corpo. Quando ele morre, passa a perder carbono para o meio através do processo de degradação. Esta perda tem um tempo determinado para acontecer e este período é o tempo de meia-vida do elemento.

A meia-vida do carbono-14 é estimada em 5.570 anos, o que significa que, a cada 5.570 anos, o organismo morto terá metade da quantidade de carbono do que seria encontrado em um organismo vivo. A partir desta informação, é realizado um cálculo matemático que estima há quanto tempo o organismo morreu. No entanto, em algum momento a quantidade de carbono acaba e, por isto a datação por C14 é utilizada para determinar idades mais recentes, compreendidas entre 50 a 60 mil anos atrás — mais antigo do que isso, a quantidade de carbono é insuficiente para estimar uma data.

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Estimando datas muito antigas

Quando não é possível datar pela técnica do carbono-14, utilizam-se outros métodos, como a datação por potássio-argônio (K-Ar) ou urânio-tório (U-Th), que, assim como o c-14, baseiam-se no decaimento desses elementos radioativos. Estes métodos recebem o nome pelo qual o elemento pai (potássio ou urânio) espontaneamente se transforma no elemento filho (argônio ou tório), através do processo natural de decaimento destes elementos.

O tempo de meia-vida do potássio é estimado em 1,25 bilhão de anos; por isso a datação por potássio-argônio é muito utilizada para datar rochas metamórficas, ígneas ou vulcânicas — inclusive, serve para determinar a idade de algumas camadas de cinzas vulcânicas com mais de 100 mil anos. Já o método de datação por urânio-tório abrange entre 1 milhão a 4,5 bilhões de anos atrás, sendo a técnica mais utilizada na geologia, na paleontologia e até mesmo na astronomia, ao inferir a idade do Sistema Solar e da própria Terra através dos elementos radioativos encontrados em meteoritos, por exemplo.

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Métodos de datação complementares

Ainda, existem alguns outros métodos mais específicos, normalmente utilizados quando as principais técnicas não conseguem determinar a idade de algo. Por exemplo, a datação arqueomagnética determina a idade de algumas rochas através da análise da inversão dos polos magnéticos da Terra.

Outra técnica é a datação de aminoácidos, utilizada em diversos campos, que estima a idade de um espécime relacionando as alterações nas moléculas de aminoácidos com o tempo decorrido desde sua formação. Vale destacar que, à medida que a tecnologia avança, a ciência encontra novas ferramentas para superar as dificuldades de se datar a idade de algumas rochas e fósseis, obtendo dados cada vez mais precisos.

Fonte: Live Science, Phys.org, NIST