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Tristão da Cunha, ilha mais remota do mundo, veio da quebra de supercontinentes

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Spixey/CC-BY S.A-2.0
Spixey/CC-BY S.A-2.0

Tristão da Cunha é um arquipélago no Oceano Atlântico Sul que abriga o assentamento humano mais isolado do mundo. São cerca de 250 pessoas com cidadania britânica ultramarina vivendo na única ilha habitada do grupo — cujo nome também é Tristão da Cunha — numa comunidade capital chamada Edimburgo dos Sete Mares.

São seis ilhas vulcânicas situadas a 2.400 km ao sudoeste da Ilha de Santa Helena, outra posse britânica no oceano Atlântico. Com as ilhas Ascensão, Tristão da Cunha e Santa Helena formam o Território Ultramarino Britânico, com cerca de 3.250 km de extensão no meio do oceano, correndo do oeste da costa do Gabão, na África, até um ponto mais ao sul do que a Cidade do Cabo, na África do Sul.

A formação de Tristão da Cunha

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A ilha principal do arquipélago mede 12 km de ponta a ponta e abriga um vulcão cônico, chamado de Pico de Queen Mary, a 2.062 metros acima do nível do mar. Sua cratera central tem um lago em forma de coração que congela no inverno e degela no verão.

A principal atração turística, no entanto, fica para os observadores da vida animal, já que focas, albatrozes e pinguins-de-penacho-amarelo-do-norte (Eudyptes moseleyi) povoam a ilha. Tristão da Cunha só é acessível através de uma viagem de barco de seis dias a partir da África do Sul, e a maioria dos habitantes é composta de fazendeiros.

O arquipélago, acima de tudo, é uma enorme evidência de atividade geológica — mais especificamente, nas profundezas do manto da Terra. Cada ilha se formou a partir de picos de lava na crosta terrestre, a cerca de 400 km da Dorsal Mesoatlântica.

No local, as placas da América do Norte e do Sul encontram as da Eurásia e da África. Com o tempo, essas placas tectônicas se distanciaram uma da outra, permitindo que rochas derretidas emergissem para preencher o espaço. O arquipélago de Tristão da Cunha não é ligado à dorsal, mas se formou como resultado do magma ascendente.

As ilhas surgiram há éons, a partir do que a ciência chama de “ponto quente”, onde grandes plumas de material escaldante sobem a partir do manto, a camada intermediária da Terra.

Isso forma vulcões na crosta — neste caso, no que se chama de Ponto Quente da Cadeia de Walvis, formado entre a América do Sul e a África há cerca de 132 milhões de anos. Isso foi milhões de anos após os continentes compartilharem o supercontinente de Gondwana.

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À medida que os continentes se separaram e a crosta terrestre se deslocou para o oeste, abrindo o Ponto Quente da Cadeia de Walvis, os vulcões surgiram no espaço livre em uma linha horizontal, subindo até se tornarem as ilhas do arquipélago. À medida que eles se distanciaram, na crosta, do magma que os gerou, os vulcões ficaram inativos.

A ilha principal, Tristão da Cunha, é a segunda mais ao leste, cujo vulcão se extinguiu logo após os quatro anteriores: as ilhas de Inacessível, Nightingale, [do] Meio, Gonçalo Álvares (ou Gough) e Stoltenhoff. A ilha de Gonçalo Álvares foi a última delas, logo após Tristão da Cunha, completando o paradisíaco e curioso arquipélago.

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