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Ilha submersa na costa do Brasil está repleta de minerais preciosos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Março de 2024 às 14h33

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NOAA/Wikimedia Commons
NOAA/Wikimedia Commons

Há 1.200 km da costa do Brasil, há uma enorme ilha “perdida” e submersa, rica em minerais preciosos, como lítio e níquel. Apelidada de Elevação do Rio Grande, a estrutura rochosa se formou há aproximadamente 40 milhões de anos, durante o Eoceno.

A descoberta da ilha na costa brasileira foi feita por uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo membros da Universidade de São Paulo (USP). Há anos suspeitava-se da existência dessa porção de terra submersa, mas faltavam robustas evidências científicas. 

Após expedições marítimas e análises do solo, foi possível confirmar a existência da Elevação do Rio Grande (ERG). Com base nos achados descritos na revista Scientific Reports, dá para afirmar que, no passado, foi uma gigantesca ilha tropical, coberta por vasta vegetação.

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O que é Elevação do Rio Grande?

Apelidada de Elevação do Rio Grande, a ilha submersa da costa brasileira se espalha por uma vasta área de cerca de 150 mil km ao longo do Oceano Atlântico, com profundidades que variam de 700 m a 2 km, como se fosse uma colossal cordilheira.

“Geologicamente, conseguimos descobrir que as argilas [encontradas na ‘base’ da ilha] se formaram depois das últimas atividades vulcânicas registradas há 45 milhões de anos, ou seja, a formação foi entre 30 milhões e 40 milhões de anos atrás”, afirma Luigi Jovane, pesquisador Instituto Oceanográfico da  USP e um dos autores do estudo, para a Agência Fapesp.

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No estágio original, o solo da ilha submersa seria semelhante à terra vermelha (ou "terra roxa"), tipo de terra encontrado no interior de São Paulo, segundo o pesquisador Jovane, o que comprova a atividade vulcânica encontrada na formação oceânica. 

Minerais preciosos na costa brasileira

A partir dos materiais coletados na expedição, os cientistas identificaram a presença de argilas vermelhas com alguns minerais como caulinita, magnetita, magnetita oxidada, hematita e goethita — todos são associados com rochas vulcânicas. 

Além disso, foram encontradas áreas ricas em cobalto, níquel, lítio e terras-raras, como o telúrio, na Elevação do Rio Grande. Esses minerais são considerados como preciosos e de alto valor para a indústria energética, já que são essenciais para a transição dos combustíveis fósseis para fontes de energia mais limpas.

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Mineração é possível?

Por conta dos minérios, há interesse na extração das riquezas naturais da ilha submersa, mas a possibilidade ainda é incerta. Segundo o pesquisador Jovane, “é fundamental entender [em primeiro lugar] os serviços ecossistêmicos e os processos naturais que atuam na Elevação do Rio Grande”.

Após esta etapa, será possível realizar a avaliação de impacto ambiental e o cálculo desses impactos. Caso a extração demonstre ser viável e segura, será preciso estabelecer planos de mitigação de danos e contrapartidas de preservação ambiental.

No entanto, é válido destacar que, embora a ilha esteja na costa brasileira, ela não é propriamente um território do país, já que pode ser considerada parte das águas internacionais por conta da distância. “Está se discutindo hoje se essa área pode ser incluída na plataforma continental brasileira”, avisa o cientista.

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Fonte: Scientific Reports e Agência Fapesp