Tornado destrói prédio da Pfizer e causa atraso na entrega de remédios
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •

Após um tornado destruir parte de um depósito nos Estados Unidos, a farmacêutica Pfizer anunciou que ocorrerão atrasos nas entregas de medicamentos para o mercado norte-americano. O fornecimento de 30 tipos de remédios, incluindo anestésicos e analgésicos, como o fentanil, pode ser interrompido temporariamente. O estoque de vacinas, incluindo os imunizantes bivalentes contra a covid-19, não foi afetado pelo desastre.
Segundo a agência de notícias Reuters, a farmacêutica já avisou os hospitais dos EUA sobre os estragos e os impactos provocados pelo fenômeno meteorológico na sua fábrica, em uma carta enviada na última semana. Para evitar uma crise maior no desabastecimento, a Pfizer impôs limites temporários para a compra de novos medicamentos, enquanto a produção é restabelecida.
Tornado destrói prédio da Pfizer
Para entender o ocorrido, na última quarta-feira (19), um tornado — fenômeno caracterizado pela formação de uma coluna de ar que gira de forma violenta, levando o que encontra pelo seu caminho — atingiu parte das instalações da empresa em Rocky Mount, no estado da Carolina do Norte.
As autoridades locais apontam que o tornado chegou a ter 550 m de largura e a velocidade dos ventos foi estimada entre 219 e 266 km/h. Dentro da escala Fujita, que pontua os tornados conforme os danos que eles causam, ele foi classificado como EF-3 — é a quarta posição em uma classificação que vai até seis.
Após o incidente, imagens dos destroços do depósito destruído viralizaram nas redes sociais, como é possível ver a seguir:
Atraso na entrega de medicamentos
Segundo nota da empresa, de fato, “a maior parte dos danos foi causada no depósito, que armazena matérias-primas, suprimentos de embalagem e medicamentos acabados que aguardam liberação pela garantia de qualidade”.
O problema é que o centro de Rocky Mount é responsável pela fabricação de quase 25% de todos os remédios injetáveis estéreis para infusão da Pfizer, incluindo anestésicos, analgésicos, anti-infecciosos e bloqueadores neuromusculares. Juntos, eles representam quase 8% de todos os injetáveis usados nos hospitais dos EUA. É, por isso, que os atrasos nas entregas são prováveis.
“Após uma avaliação inicial, não parece haver grandes danos nas áreas de produção de medicamentos”, acrescenta a Pfizer. Só que, para evitar desabastecimentos imediatos, locais temporários de produção são buscados tanto dentro dos EUA quanto fora. O risco de atrasos no envio para outros países, como o Brasil, não foi apontado até o momento.