Temporada de furacões no Atlântico será "extraordinária", prevê NOAA
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Para os meses entre junho e novembro, os meteorologistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos EUA, preveem uma temporada de furacões no Atlântico “extraordinária”, devido à alta intensidade. São esperados 7 grandes furacões, quando a média histórica é de 3.
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"Esta temporada parece ser extraordinária de várias maneiras, com base em nossos dados e modelos", explica Rick Spinrad, oceanógrafo e administrador da NOAA, em entrevista coletiva.
Há 85% de chances desse cenário acima do normal previsto para as regiões do Oceano Atlântico, do Mar do Caribe e do Golfo do México se confirmar ao longo dos próximos meses.
Tempestades e grandes furacões
Como prevê a NOAA, em seis meses, devem ocorrer de 17 a 25 tempestades tropicais (ventos de 62,7 km/h), sendo que de 8 a 13 vão se tornar furacões (ventos de 119 km/h). Desses furacões, é provável que de 4 a 7 tenham grandes proporções (ventos de 178,6 km/h).
Em uma temporada de furacões no Atlântico “normal”, o esperado é a ocorrência de 14 tempestades tropicais, sendo que 7 se tornam furacões. No entretanto, apenas 3 são classificadas como grandes furacões.
Na história recente, os maiores recordes de grandes furacões foram registrados nos anos de 2005 — o ano do furacão Katrina e Rita — e 2020 — ano dos furacões Hanna e e Isaías —, com 7 grandes furacões. Em 2024, esse recorde pode se repetir, com consequências ainda desconhecidas para as regiões próximas.
Temporada de furacões no Atlântico extraordinária
Não existe uma única causa para explicar a temporada extraordinária de furacões no Atlântico. Entre os dois principais fatores, estão:
- Transição de El Niño para La Niña nos próximos meses, o que está associado com a maior ocorrência de tempestade tropicais e, consequentemente, de furacões;
- Temperaturas muito elevadas da superfície do mar. Isso é um risco, já que as águas quentes fornecem maior energia para o crescimento de tempestades;
Além disso, é preciso considerar os efeitos das mudanças climáticas. Sozinhas, elas não criam furacões, mas aumentam a intensidade de fenômenos meteorológicos extremos, como demonstraram diferentes estudos.
Evitando tragédias climáticas
“O mau tempo e as emergências [climáticas] podem acontecer a qualquer momento, e é por isso que os indivíduos e as comunidades precisam estar preparados hoje”, avisa Erik A. Hooks, vice-administrador da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), em nota.
“Já estamos vendo tempestades se movimentando por todo o país [EUA], o que pode trazer perigos adicionais, como tornados, inundações e granizo”, aponta Hooks.
“Adotar uma abordagem proativa ao nosso cenário climático cada vez mais desafiador hoje pode fazer a diferença na forma como as pessoas poderão se recuperar amanhã”, completa Hooks. Outros países localizados na região do Atlântico também devem se antever a esses possíveis cenários, incluindo o Brasil.