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Sítio fossilífero da Escócia é "Pedra de Roseta" das primeiras formas de vida

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Março de 2023 às 18h17

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Jpwilson/Domínio Público
Jpwilson/Domínio Público

Graças a novas tecnologias de análise, a ciência está descobrindo que uma já importante fonte de fósseis da Escócia, com 407 milhões de anos, é ainda mais valiosa para análises da origem da vida, provendo informações a nível molecular dos organismos do passado em melhores condições do que se pensava. O local fica na área rural do nordeste do país, na vila de Rhynie, e foi descoberto em 1912. As “digitais químicas” estavam mineralizadas e preservadas em cherte, um mineral endurecido feito de sílica com origem no período Devoniano.

Métodos não-destrutivos e aprendizado de máquina foram utilizados no estudo de restos fósseis coletados pelo Museus Nacionais da Escócia e as universidades de Aberdeen e Oxford, mas cuja análise mais profunda foi feita pela Universidade de Edimburgo. Os cientistas chamam a fonte escocesa de fósseis de "Pedra de Roseta" da vida antiga, já que, como a antiga pedra multi-linguística ajudou cientistas a desvendarem hieróglifos, a vida preservada poderá nos revelar os segredos das primeiras formas de vida do planeta.

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Criaturas desconhecidas do passado

A técnica inovadora utilizada foi a espectroscopia FTIR, onde se emprega a luz infravermelha na coleção de dados em alta resolução. Informações moleculares incríveis puderam ser obtidas das células, tecidos e organismos preservados na rocha. Como já se sabia quais formas de vida os fósseis representavam, foi possível descobrir assinaturas moleculares que ajudam a distinguir, com eficiência, fungos, bactérias e outros grupos de organismo.

Essas assinaturas foram usadas para identificar alguns dos membros mais misteriosos do ecossistema de Rhynie — incluindo os enigmáticos nematófitos, criaturas tubulares extintas dos períodos Devoniano e Siluriano que só são achadas em sedimentos dessas épocas e trazem características tanto de fungos como de algas.

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Por isso, era difícil classificá-las em qualquer das categorias. Com a nova tecnologia, se definiu que é improvável serem líquens ou fungos. Os dados coletados na pesquisa foram alimentados a um algoritmo de aprendizado de máquina se tornando então capaz de diferenciar organismos e melhorar o potencial de selecionar, com maior eficiência, dados coletados de outras rochas que contenham fósseis, especialmente os misteriosos.

Como o método é rápido e não-invasivo, ele representa uma oportunidade nova, única e mais profunda de estudarmos a diversidade da vida passada na Terra. Especialistas frisaram o valor de combinar ciências como a física e a química com a paleontologia, trazendo novos insights e tecnologias para analisar as primeiras formas de vida do nosso planeta.

Fonte: Nature Communications