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Secar a estratosfera pode reduzir as temperaturas no planeta

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Março de 2024 às 11h50

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Ojosujono96/Freepik
Ojosujono96/Freepik

O mundo está ficando mais quente em consequência do aquecimento global. Uma das saídas é reduzir a liberação dos gases do efeito estufa, como dióxido de carbono, mas seria possível baixar as temperaturas de outra forma? Em busca dessa resposta, pesquisadores propõem a Desidratação Estratosférica Intencional (ISD). De forma simples, a proposta é secar a estratosfera

A ideia de secar parte do vapor d’água da estratosfera — a camada atmosférica com a base situada a 10 km de altitude da superfície e o seu topo está a 50 km, em média — é mais uma controversa estratégia de geoengenharia, como a que propõe criar um “manto” para cobrir a Terra e refletir a radiação solar, resfriando o planeta. Ambas despertam bastante ceticismo.

Todo o conceito ainda não está pronto para a implementação, mas os detalhes da ISD foram descritos em artigo publicado na revista ScienceAdvances. A pesquisa foi liderada por cientistas do Laboratório de Ciências Químicas (CSL) da NOAA, nos EUA.

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Por que remover o vapor d'água?

O gás carbônico é o maior motor das mudanças climáticas e da intensificação do efeito estufa, mas o vapor d’água encontrado na estratosfera é muito mais abundante. Ele é responsável por quase metade do efeito estufa natural da Terra.

Se for possível remover uma parte dessa água em estado gasoso, desidratando a camada repleta de gases, a ideia é que o efeito estufa, conhecido por aquecer o planeta, seja reduzido. 

Como secar a estratosfera?

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Apesar da desidratação final, toda a estratégia de ação depende do congelamento. "O vapor de água puro [na estratosfera] não forma cristais de gelo facilmente”, explica Joshua Schwarz, físico da NOAA e o principal autor do estudo, em nota. Então, é preciso induzir esse processo.

A missão pode ser feita através de injeções direcionadas de pequenas partículas de núcleos de gelo, enviadas por aeronaves de alta altitude. Isso contribuiria para a formação de blocos de gelo. Assim, o que era vapor vai se condensar e cair, desidratando parcialmente a atmosfera e diminuindo a concentração dos gases do efeito estufa.

Simulando os efeitos práticos

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Para testar os conceitos, foi usado um modelo computacional que simula as condições da estratosfera. Por enquanto, os resultados que podem ser obtidos com a atual tecnologia são muito baixos.

Após injetar as partículas que estimulam o congelamento, isso implicaria em uma redução no forçamento radiativo de ~0,03 W/m 2. O resultado é um setenta avos (1/70) do aquecimento causado pelas emissões de gás carbônico feitas pelo homem desde 1750 no planeta (2,2 W/m 2).

“É um efeito muito pequeno”, resume o cientista Schwarz. A conclusão demonstra que, de forma isolada, a Desidratação Estratosférica Intencional não vai resolver o problema do planeta. No entanto, pode contribuir, de forma coletiva, com outras estratégias de geoengenharia.

Fonte: Science Advances e NOAA