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Redução de emissões de gases poluentes pode evitar 4,5 milhões de mortes

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Novembro de 2021 às 11h27

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Maxim Tolchinski/Unsplash
Maxim Tolchinski/Unsplash

Em uma nova pesquisa, cientistas da NASA, Duke University e Columbia University, liderados pelo cientista Drew Shindell, analisaram os efeitos da melhora do ar vinda da redução das emissões de fontes diversas, como a queima de combustíveis fósseis, processo que emite dióxido de carbono (um dos gases que contribui para o aquecimento global). De acordo com as projeções do estudo, o aumento da qualidade do ar pode melhorar a saúde humana e vai além, ajudando também a evitar prejuízos econômicos.

A Organização Mundial da Saúde estima que a exposição ao calor, causada pelo aumento das temperaturas globais, representará o maior impacto na saúde vindo das mudanças climáticas. Em paralelo a isso, a queima dos combustíveis fósseis libera poluentes como o enxofre e óxido de nitrogênio, compostos relacionados a mortes prematuras e doenças respiratórias. Nesse cenário, a equipe tomou como base o limite de aquecimento global de 1,5 ºC e analisou como as emissões podem afetar a saúde pública em diferentes estados dos Estados Unidos.

Eles usaram projeções realizadas a partir de bases de dados de saúde pública, junto de um modelo computacional desenvolvido no Goddard Institute for Space Studies, da NASA, para simular flutuações na poluição do ar e exposição ao calor. O modelo também considerou possíveis mudanças demográficas e econômicas ao redor do mundo, junto dos efeitos que elas podem trazer nos próximos 70 anos. Como resultado, eles descobriram que mortes prematuras por poluentes microscópicos no nível do solo seriam reduzidas em todo o país até 2030. Já no contexto global, a pesquisa mostrou que reduzir as emissões ao longo dos próximos 50 anos para cumprir a meta de manter o aquecimento global abaixo de 2 ºC poderá evitar 4,5 milhões de mortes prematuras.

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Essa redução pode se estender também para 1,4 milhão de hospitalizações e internações de emergência, 300 milhões de dias de trabalho perdidos, 1,7 milhão de casos de demência e 440 milhões de toneladas de plantações perdidas a menos. De forma geral, cerca de dois terços desses benefícios seriam alcançados somente se os Estados Unidos reduzissem suas emissões. “As reduções nas emissões podem nos ajudar a evitar mudanças climáticas desastrosas a longo prazo”, disse Shindell. “Mas os benefícios quantificáveis para a saúde, agricultura, bem estar, despesas médicas, trabalho e economia são claramente impulsionados pelo ar limpo a longo prazo”.

Shindell explica que a equipe descobriu uma diferença real ao longo do tempo: é necessário investir grandes valores agora para lidar com as mudanças climáticas e permitir a transição da economia para a energia renovável, para os veículos elétricos e outros aspectos. “Isso economiza dinheiro a longo prazo, mas no curto, não traz realmente os benefícios da redução da mudança climática que superem os custos, porque o clima é lento e não responde tão rapidamente”, observou.

Os benefícios da redução reduzida ao calor demorariam mais para ser percebidos. As mortes por exposição prematura ao calor caíram principalmente do noroeste do Pacífico ao Centro Oeste superior, mas isso aconteceria somente em meados de 2070. Entretanto, naquela década, a exposição ao calor nos Estados Unidos poderá causar duas vezes mais morte que a poluição do ar. Por isso, os autores destacam que lidar com a questão agora valerá a pena, já que ao tentar evitar mortes por exposição ao calor no futuro, a poluição do ar já poderia ser reduzida em curto prazo.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: NASA