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Por que as nuvens dos hemisférios Norte e Sul são diferentes?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA
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As nuvens do hemisfério Norte e Sul possuem algumas características que as diferenciam umas das outras. Há muito tempo os cientistas sabem disso, só não entendiam como essa diferença era produzida. Agora, um estudo liderado pelo Instituto Leibniz de Pesquisa Troposférica (TROPOS) parece ter compreendido parte dessa dinâmica.

Os pesquisadores levantaram três anos de dados atmosféricos em três locais específicos do planeta. Dois no hemisfério Norte — em Leipzig, Alemanha, e em Limassol, no Chipre — e um no hemisfério Sul — em Punta Arenas, no Chile.

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O objetivo foi entender como os aerossóis de poluentes e as gotículas de água nas nuvens se comportavam sobre cada um desses locais. O hemisfério Sul se destaca por um ar mais limpo porque ele concentra mais oceanos do que continentes. Mas, além de ter um ar mais limpo, o hemisfério Sul, por concentrar mais água do que o Norte, também apresenta uma maior umidade.

Um resultado disso, é a formação de nuvens mais brancas e, portanto, mais reflexivas e com baixa concentração de cristais de gelo.

Outras causas para a diferença entre nuvens dos hemisférios Norte e Sul

Ainda assim, a equipe observou outras causas que contribuem para a formação de nuvens mais limpas no hemisfério Sul. A pesquisa demonstrou que as nuvens são frequentemente influenciadas pelas chamadas ondas de gravidade atmosférica.

Estas ondas são formadas basicamente pelo forte vento que vem do oeste do Pacífico e, ao colidir com a Cordilheira dos Andes, esta massa de ar se desloca verticalmente. Então, criam-se as tais ondas de gravidade.

As ondas filtram as nuvens, permitindo que as gotículas de água insistam mesmo sob baixa temperatura. “São os principais responsáveis ​​pelo excesso de gotículas de nuvens em temperaturas abaixo de - 25 °C", disse Martin Radenz, principal autor do estudo.

Agora a equipe quer descobrir se as ondas de gravidade influenciam a formação das nuvens apenas sobre o Chile ou se a mesma dinâmica ocorre em outras regiões do Oceano Antártico, mas os recentes resultados já ajudarão no aprimoramento dos modelos climáticos.

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O estudo foi apresentado na revista Atmospheric Chemistry and Physics.

Fonte: Atmospheric Chemistry and Physics, Via ScienceAlert