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Plásticos reciclados podem não resolver poluição — podem até piorar!

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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LightFieldStudios/envato
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Às vésperas de uma nova rodada de negociações para a adoção de um tratado internacional contra a poluição plástica, a ONG Greenpeace divulgou um relatório em que afirma que a reciclagem não é uma medida eficaz para lidar com o problema. O processo poderia, na verdade, ser prejudicial ao ambiente pois o material seria mais tóxico que o plástico original.

Embora uma solução frequentemente apontada para a poluição plástica seja a de economia circular — através da reinserção do produto descartado na forma de matéria-prima — o grupo ambientalista afirma que “os plásticos são inerentemente incompatíveis” com essa abordagem. Para a ONG, o foco da humanidade não deve estar em formas de reaproveitar o plástico, e sim em tirá-lo, o máximo possível, de circulação.

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No último ano, 173 países se comprometeram, em conferência da ONU, a assinar um acordo com obrigações legais de combater a poluição plástica no mundo, lidando com todo o ciclo de vida do material — de sua produção até sua destinação final. Com um encontro marcado em Paris na próxima semana, as negociações já têm sido alvo de críticas, pois estariam deixando de fora diversas comunidades de países em desenvolvimento.

O Greenpeace teme que, sem essas presenças nos debates, os interesses corporativos prevalecerão em detrimento de melhores práticas ambientais. Graham Forbes, líder da campanha da ONG contra os plásticos, afirma que a indústria “continua a colocar a reciclagem como solução, quando a toxicidade aumenta no processo.”

O aumento de toxicidade debatido pelo grupo aconteceria na reciclagem pois ela acumularia aditivos químicos — substâncias adicionadas para conferir aos plásticos propriedades como cor ou transparência, rigidez ou maleabilidade, entre outras — e poluentes como benzeno e dioxinas. Além disso, o processo poderia liberar microplásticos no ambiente.

Com a produção de plástico projetada para triplicar nos próximos 40 anos, o Greenpeace — assim como cientistas ambientais — pede que o tratado assinado seja ambicioso em suas metas. Para o grupo, isso significa a eliminação de plásticos de uso único e a minimização da produção do material, com o reaproveitamento ao máximo de tudo que é fabricado.

Fonte: Greenpeace