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Perda acelerada de florestas de montanha ameaça a biodiversidade mundial

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Old Photo Profile/CC-BY-2.0
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Ao monitorar florestas de montanha por todo o mundo por quase 20 anos, cientistas descobriram que esse ecossistema está decaindo rapidamente. Desde o ano 2000, foram 78,1 milhões de hectares, ou 7,1% do total, um pouco menos do que a área do estado do Mato Grosso. Mais de 85% de todas as espécies de mamíferos, pássaros e anfíbios vive em ambientes montanhosos, especialmente em suas florestas.

Embora o terreno em declive já tenha ajudado a proteger as florestas de montanha, elas passaram a ser mais exploradas desde a virada do século XXI, quando áreas de floresta plana foram se esgotando ou passaram a ser protegidas. Uma equipe de cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, então, acompanhou a distribuição e perda dessas florestas por todo o mundo anualmente de 2001 a 2018.

Quantificando tanto o ganho quanto na perda de área florestal, os pesquisadores estimaram as mudanças na cobertura em locais com elevações e tipos de floresta diferentes, como as boreais, temperadas e tropicais, observando também o impacto das perdas na biodiversidade. Isso é importante, entre outros fatores, para saber como e quanto as áreas disponíveis para espécies florestais vão mudar em resposta ao aquecimento global.

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O que derruba as florestas de montanha

A indústria madeireira, segundo os cientistas, foi a principal causa da perda de florestas de montanha por todo o mundo, chegando a 42%. Incêndios florestais ficaram em segundo, com 29%, enquanto as queimadas e a agricultura itinerante representaram 15% da perda, e a agricultura permanente ou semi-permanente, 10%. Cada um dos fatores, no entanto, tem importância diferente em cada local do mundo. Perdas significativas ocorreram na Ásia, América do Sul, África, Europa e Austrália, mas não na América do Norte e Oceania.

A perda de florestas de montanha vem acelerando, com a taxa anual subindo 50% de 2001-2009 a 2010-2018, quando foram perdidos 5,2 milhões de hectares por ano. Segundo os autores, a aceleração da perda provavelmente se deu por conta da expansão agricultural rápida em áreas de terra alta na parte continental do sudeste asiático, bem como maior exploração madeireira pela perda ou proteção de florestas de planície.

As florestas tropicais de montanha foram as principais afetadas, com 42% do total global perdido, e também apresentaram a taxa de perda mais acelerada — muito embora tenham a maior taxa de rebrota em comparação com as regiões temperadas e boreais. Sinais de rebrota foram observados pelos pesquisadores em 23% das áreas que perderam floresta.

Áreas protegidas sofreram menos perdas do que as não-protegidas, mas os cientistas chamam a atenção para o fato de que esse cuidado pode não ser o bastante para preservar espécies ameaçadas de extinção. Espécies sensíveis em locais ricos em biodiversidade têm problemas críticos, muito além da prevenção de perda florestal. Manter a integridade das florestas em áreas grandes o suficiente para permitir movimentos naturais e espaço para espécies abrangentes é imprescindível para sua preservação.

Por fim, nota-se a importância de considerar os meios de subsistência e bem-estar dos humanos na hora de planejar intervenções e estratégias de proteção das florestas, adaptando novas medidas levando em conta o contexto e condições de moradores próximos, reconciliando as necessidades das florestas com a produção de alimentos e nosso bem-estar.

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Fonte: One Earth

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