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Florestas degradadas não estão conseguindo se regenerar adequadamente

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Março de 2023 às 16h25

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Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real
Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real

Um estudo realizado por uma equipe internacional de pesquisadores — incluindo cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) — mostrou que florestas tropicais degradadas por atividades humanas não têm conseguido se regenerar de maneira adequada, prejudicando seu potencial de retirar carbono da atmosfera.

Grandes aliadas da humanidade na luta contra o aquecimento global, as florestas tropicais armazenam grandes quantidades de carbono em suas árvores. Pelo menos, deveria ser assim. A pesquisa publicada hoje (15) na revista Nature revela que esse potencial vem sendo abalado em áreas que já sofreram desmatamento e estão se regenerando.

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Uma área florestal recém desmatada, quando começa a se recuperar, ela assume um estágio que especialistas chamam de regeneração inicial. Conforme as primeiras espécies vegetais se desenvolvem e outras começam a ocupar o terreno, ela passa a ser uma floresta secundária. O processo exige não só tempo, mas também que a área não sofra novas perturbações.

Com cerca de 20 anos de regeneração, uma floresta secundária já apresenta 80% das espécies originais, segundo dados da Universidade de Wageningen, na Holanda. Cinco décadas depois do corte, a área alcança um estágio muito semelhante à floresta nativa, também chamada de floresta primária.

Os pesquisadores, pela primeira vez, estimaram o potencial global de absorção de carbono por florestas em estágio de regeneração. Os resultados mostram que, embora seja importante manter as florestas nativas em pé, é preciso garantir que as áreas já degradadas tenham o tempo adequado para se recuperar.

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Estas áreas têm removido anualmente pelo menos 107 milhões de toneladas métricas de carbono da atmosfera. A quantidade, porém, equivale a 26% do que é emitido através do desmatamento.

Para chegar a estas conclusões, o estudo usou dados de satélites para analisar as florestas na Amazônia, na África e em Bornéu, no sudeste asiático. As principais fontes de perturbação identificadas nas áreas de regeneração foram as queimadas e a extração seletiva de árvores cuja madeira tem grande valor comercial.

Luiz Aragão, diretor da divisão de Observação da Terra e Geoinformática do INPE, diz que “focar na proteção e restauração de florestas degradadas é uma solução eficiente para construir mecanismos robustos de desenvolvimento sustentável em países tropicais.” Os pesquisadores ressaltam não somente o papel ambiental das áreas, mas também o benefício socioeconômico que a regeneração das florestas pode prover às populações locais.

Fonte: Nature Via: Phys.org