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Pássaro com dois sexos tem um lado do corpo de cada cor

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Dezembro de 2023 às 19h20

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Alejandro Bayer Tamayo/CC-BY-2.0
Alejandro Bayer Tamayo/CC-BY-2.0

Você já ouviu falar do pássaro saí-verde? Normalmente, fêmeas da espécie têm a plumagem na cor verde, e os machos, na cor azul. Em casos extremamente raros, no entanto, um indivíduo pode acabar tendo metade do corpo de cada sexo — e o que acontece com suas cores? Você acertou: cada lado do corpo é de uma cor, como podemos ver nas belas e intrigantes fotografias do ornitólogo amador John Murillo, que notou um espécime assim na Colômbia, registrando-o várias vezes entre 2021 e 2023.

O saí-verde (Chlorophanes spiza) diferenciado estava na Reserva Natural Demostrativa Don Miguel, que fica próxima à cidade colombiana de Caldas. Ele tem o que se conhece como ginandromorfismo bilateral, onde um lado de um organismo exibe características masculinas, e o outro, femininas. Isso ocorre em vários tipos animais, especialmente quando há dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas são notavelmente diferentes, tanto em cores quanto em estrutura corporal.

O segundo saí-verde bicolor

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Nos pássaros, isso costuma acontecer quando há um erro na meiose, ou seja, a divisão celular dentro do ovo, sendo então fertilizado duplamente por dois espermatozoides diferentes. É a segunda vez na história que o fenômeno é notado, com outro espécime raríssimo tendo sido registrado em 1914. Na ocasião, a ave era azul no lado esquerdo e verde no lado direito, exatamente o contrário do indivíduo atual.

Não há como saber se os órgãos internos do pássaro também mostram características masculinas e femininas ao mesmo tempo, já que ele não foi capturado. Em outros casos, no entanto, cientistas estudaram outras espécies de ave com ginandromorfia bilateral e constataram que os animais tinham um ovário de um lado e um testículo do outro, então isso provavelmente ocorre no saí-verde visto recentemente.

O comportamento da ave era comum, mas ela tendia a evitar outros pássaros da mesma espécie, que também a evitavam. Outros animais com a condição já foram vistos conseguindo se reproduzir, mas outros eram estéreis. Como nunca se viu esse saí-verde em específico com um par, acredita-se que ele seja incapaz de ter filhotes.

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Fonte: Journal of Field Ornithology, University of Otago