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Paraíso perdido abrigou humanos e afundou há milhares de anos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA/USGS
NASA/USGS

Arqueólogos descobriram, nas profundezas marinhas do noroeste australiano, um território perdido que já foi habitado pelos primeiros seres humanos a chegarem no continente. A civilização que morou no local chegou ao ápice há aproximadamente 20.000 anos, mas teve as terras perdidas graças a mudanças climáticas milenares, afundando no oceano com inundações advindas do descongelamento do final da Era do Gelo.

O território submerso perdido da Austrália consistia de um arquipélago repleto de planícies, desfiladeiros e algumas cascatas, formando lagos de água doce nas extintas ilhas. Estima-se que as estruturas naturais tenham ocupado cerca de 400.000 km², quase duas vezes o tamanho do arquipélago que forma o Reino Unido. 

Ponte perdida para a Austrália 

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O achado foi descrito em um artigo publicado na última segunda-feira (15) na revista científica Quaternary Science Reviews por cientistas das Universidades de Queensland e Wollongong. Segundo eles, a extinta faixa de ilhas pode ter servido como um auxílio na passagem dos primeiros humanos que chegaram à Austrália, uma ponte com diversos estágios. Os ancestrais dos aborígenes atuais teriam vindo de onde hoje é a Indonésia, do grupo chamado Wallacea. 

Durante a última Era do Gelo, há dezenas de milhares de anos, a Austrália ficava ligada às ilhas da região no que se chamava de Continente de Sahul. A população assentada na Plataforma Noroeste, como está sendo chamado o arquipélago afundado, ficou estimada pelos cientistas entre 50 mil e 500 mil pessoas, quantidade comportada pelos territórios.

Entre 70 mil e 61 mil anos, as ilhas ainda estavam expostas, e, em algum momento após esse período, começaram a afundar. Já entre 52 mil e 49 mil anos, o território submergiu quase por completo, deixando poucas ilhas expostas. No final da última Era Glacial, há 11.500 anos, a Plataforma Noroeste já não existia mais, desaparecendo completamente entre as águas.

Fonte: Quaternary Science Reviews

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