Onda de calor não afetará o RS, mas pode trazer temporais para o estado
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |

Diversas partes do Brasil estão sofrendo com a onda de calor extremo que deve se alongar e talvez até aumentar nos próximos dias, mas nem todas — na região sul, um estado tem previsão diferenciada. É o Rio Grande do Sul, que deve receber chuvas e apresentar temperatura mais amena, mas que também está sob alerta de transtornos causados pelo clima, como ventania forte, tempestades, queda de granizo e inundações.
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A razão para que o RS esteja isolado do intenso calor assolando outras partes do Brasil é a mesma dessas altas temperaturas, ou seja, é por conta do bloqueio atmosférico, também referenciado como bolha de calor. Essa condição paira sobre o Centro-Oeste do país, abarcando regiões do Sudeste e Nordeste, além dos estados de Rondônia, Tocantins e mais.
Como o bloqueio atmosférico afeta o Rio Grande do Sul?
Como o nome do fenômeno indica, as altas pressões que causam o bloqueio atmosférico impedem que a frente fria atualmente sobre o RS suba para outras regiões. Enquanto os estados mais ao norte não conseguem formar nuvens, ficando com ar quente e seco, a bolha de calor mantém persistentes os ventos quentes e úmidos que vêm da Amazônia até o Rio Grande do Sul.
Isso não deve diminuir a temperatura, mas contribui para a formação de áreas de instabilidade, segundo a MetSul Meteorologia, com chuvas temporais frequentes e abafamento entre as precipitações. O clima fica ameno, com Porto Alegre tendo máxima de temperatura variando entre 24ºC e 26ºC durante a semana.
Segundo a previsão da instituição, o estado deverá sofrer com chuvas todos os dias desta semana — vale apontar que isso não deverá ocorrer de forma contínua e em todo o estado, tendo intervalos de melhoria, mas as pancadas deverão ser bastante frequentes.
O RS já passou por dificuldades no início do mês de setembro, com volume de chuva chegando a mais de 400 mm em alguns locais, mas a semana pode fazer com que isso chegue até 500 mm, atingindo médias históricas para o mês em certos municípios.
Modelos meteorológicos de diversos institutos, como ECMWF (Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo) e Icon, mostrando altas tendências de chuva no Rio Grande do Sul, embora não com volumes tão extremos como nas semanas anteriores. Há risco potencial de alagamentos e inundações localizadas, bem como provável queda de granizo.
No Paraná e em Santa Catarina, eventos isolados de chuva poderão ocorrer, com chance de temporais localizados. Mesmo com o tempo seco, o excesso de calor pode, eventualmente, criar núcleos isolados e passageiros de chuva forte e até tempestades no Centro-Oeste e Sudeste do país, segundo a MetSul.