Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Antigo vulcão submarino semelhante ao "Olho de Sauron" é descoberto na Austrália

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Julho de 2021 às 11h40

Link copiado!

Phil Vandenbossche/Nelson Kuna/CSIRO,
Phil Vandenbossche/Nelson Kuna/CSIRO,

A 280 km do sudeste da Ilha Christmas, no território australiano, um grupo de pesquisadores encontrou a caldeira de um antigo vulcão submarino a mais de 3.100 metros abaixo da superfície. Por conta de seu formato, a equipe apelidou a estrutura de “Olho de Sauron”, em referência à trilogia Senhor dos Anéis. A descoberta foi feita pelo sonar do navio de pesquisa oceânica RV Investigator, durante a exploração aos Territórios do Oceano Índico da Austrália (IOT, na sigla em inglês), liderada pela Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO).

Enquanto a equipe de pesquisadores mapeava o fundo do oceano próximo à Ilha Chirstmas, uma grande estrutura apareceu nas telas do navio científico. Com um formato oval a caldeira do antigo vulcão tem cerca de 6,2 km por 4,8 km de diâmetro, e sua borda tem uma altura estimada de 300 m — o que seriam as pálpebras. No meio, engue-se um pico também com 300 m de altura, lembrando a pupila de um olho.

Continua após a publicidade

Quando o magma derretido na base de um vulcão se eleva, ele deixa para trás câmaras vazias e, por conta de sua fina crosta, parte da estrutura desaba. Com isso, surge a caldeira, que se assemelha a uma cratera. Tim O’Hara, curador sênior do Museum Victoria, explica que “um dos poucos sinais reveladores, é a presença de jangadas de pedra-pomes leves flutuando na superfície do mar depois de serem sopradas de um vulcão submarino”. No entanto, essas pedras logo se afundam quando se encharcam de água.

Graças ao sonar do RV Investigator, a equipe identificou outras estruturas proeminentes próximas ao “Olho de Sauron”. Mais ao sul da Ilha Christmas, um mapeamento posterior revelou uma montanha marítima menor e repleta de pequenos cones vulcânicos, apelidada de Barad-dûr (“Fortaleza Negra“), também inspirada em Senhor dos Anéis. Seguindo para o sul, outro monte submerso com um topo plano, batizado de Ered Lithiu (“Montanha das Cinzas”), seguindo as referências da trilogia de J. R. R. Tolkien.

As três estruturas estão localizadas no aglomerado de montanhas submarinas Karma, a qual os geólogos estimam ter mais de 100 milhões de anos. Ao que tudo indica, elas se formaram próximas a uma antiga cordilheira marítima quando a Austrália estava mais ao sul, perto da Antártida. “O cume plano de Ered Lithui foi formado pela erosão das ondas quando o monte submarino se projetou acima da superfície do mar, antes que o monte submarino voltasse lentamente para o fundo do oceano macio. O cume de Ered Lithui está agora 2,6 km abaixo do nível do mar”, acrescenta O’Hara.

Continua após a publicidade

Outro fator interessante desta descoberta é a diversidade de espécies marinhas que se adaptaram à estas estruturas. “Estrelas frágeis, estrelas do mar, caranguejos e vermes se enterram ou patinam na superfície arenosa”, aponta O’Hara. A expectativa é que as próximas expedições do projeto revelem ainda mais desta biodiversidade local, pois a equipe acredita que muitas espécies novas para a ciência serão descobertas ali.

Além de pesquisadores do CSIRO, a expedição mais recente contou com a participação de cientistas de diversos museus pelo mundo, de universidades e do programa australiano Bush Blitz. O trabalho se encontra próximo do fim da primeira parte da exploração da região da Ilha Christmas. A segunda parte será pela região da Ilha Cocos, a noroeste da Austrália, agendada para o ano que vem.

Fonte: ScienceAlert