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Oceano Atlântico esfria em velocidade recorde e pode afetar clima mundial

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Thierry Meier/Unsplash
Thierry Meier/Unsplash

Nos últimos três meses, a temperatura das águas do oceano Atlântico equatorial aumentou em velocidade recorde. Este padrão de “Niña Atlântica” ocorreu antes da transição esperada do evento La Niña no Pacífico, e pode causar efeitos significativos no clima de todo o mundo.

A mudança para temperaturas mais baixas em ambos os oceanos vem após um ano de recordes de calor tanto em terra quanto em alto mar. Muito disso se deve ao aumento das emissões dos gases causadores do efeito estufa, junto do El Niño no Pacífico tropical em 2023. 

“Estamos começando a ver que as temperaturas globais médias do oceano estão diminuindo um pouco”, comentou Pedro DiNezio, da Universidade do Colorado Boulder.

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A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) prevê que as temperaturas globais da superfície dos oceanos em julho foram um pouco menores que aquelas desta época no ano passado.

Portanto, chegamos ao fim de uma sequência de 15 meses de recorde das temperaturas médias nos oceanos.

O El Niño no Pacífico chegou ao fim em maio, e a  NOAA estima que as condições da La Niña sejam mais frias que o comum entre setembro e novembro, como resultado de ventos de troca, que fazem com que a águas mais frias no fundo dos oceanos subam.

Por outro lado, o El Niño está relacionado a ventos de troca mais fracos, os quais reduzem o movimento da água mais fria. Este ciclo anual é chamado de Oscilação Sul do El Niño, e é uma das principais causas de variabilidade natural no clima global. 

Assim como aconteceu no Pacífico, o Atlântico equatorial sofreu com temperaturas do El Niño maiores que o comum em 2023, e a temperatura da superfície do mar foi a maior das últimas décadas.

“Este é o último episódio em uma sequência de eventos para um sistema climático que saiu dos trilhos por vários anos”, observou Michal McPhaden, do NOAA.

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Especialistas consideram que, se as temperaturas permanecerem 0,5 °C menores que a média por pelo menos mais um mês, então é possível dizer oficialmente que houve uma “Niña Atlântica”. As duas possíveis La Niñas devem afetar os padrões meteorológicos ao redor do mundo devido aos efeitos na temperatura e umidade. 

A do Pacífico costuma causar tempo seco nos Estados Unidos e úmido no leste da África, enquanto a Niña atlântica tende a reduzir a precipitação na região de Sahel, na África, e impulsioná-la em partes do Brasil.

Também é possível que causem efeitos opostos na temporada de furacões do Atlântico: a do Pacífico deve aumentar as chances de furacões no Atlântico em setembro, enquanto a do Atlântico pode enfraquecer condições (como ondulações atmosféricas) necessárias para a formação do fenômeno. 

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Fonte: NewScientist