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Número exorbitante de micróbios vive no ecossistema subterrâneo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Fevereiro de 2024 às 14h07

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Jean-Daniel Paris/LSCE/IPSL
Jean-Daniel Paris/LSCE/IPSL

Abaixo da superfície da Terra, há uma infinidade de seres vivos, cada vez mais estudados pelos cientistas. Recentemente, geofísicos se surpreenderam ao descobrir que o ecossistema subterrâneo abriga muito mais criaturas do que imaginávamos — são bilhões de bactérias vivendo em uma biosfera cujo tamanho também surpreende.

O primeiro cálculo do tamanho da vida na subsuperfície do planeta foi apresentado em 2018, quando se reportou que cerca de 70% de todos os micróbios terrestres vive abaixo da crosta. Eles representam entre 15 bilhões e 23 bilhões de toneladas de carbono, centenas de vezes mais do que a massa de carbono de todos os humanos.

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Mesmo com investigações como essa, a ciência conhece apenas uma parcela minúscula dos microorganismos subterrâneos. Acredita-se que a diversidade genética do local seja comparável — ou mesmo supere — a da vida na superfície. Por conta disso, os cientistas deram ao ecossistema o apelido de “Galápagos subterrânea”.

Quais seres vivem no subterrâneo?

As criaturas encontradas pelos cientistas incluem bactérias e seus primos evolucionários, as arqueas, estes dois os dominantes na região subterrânea. Há, no entanto, alguns eucariontes, como um nematoide (um tipo de verme redondo) encontrado a 1,4 km de profundidade, em uma mina de ouro na África do Sul.

Há dez anos, os pesquisadores coletaram amostras em apenas alguns locais, todos eles onde já se esperava encontrar vida. Com coletas cada vez mais profundas, no entanto, notou-se que há vida subterrânea em praticamente todos os lugares, mesmo que tenhamos perfurado muito pouco da biosfera profunda.

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A equipe de 2018 reuniu dezenas de estudos feitos sobre perfurações entre 2,5 km e 5 km de profundidade, tanto no leito marinho quanto nos continentes. Surpreendentemente, os cientistas descobriram que a biosfera da subsuperfície tem quase o dobro do volume de todos os oceanos.

Com o calor e a pressão intensos, a falta de luz e escassez de nutrientes, não se esperava encontrar tanta vida no subterrâneo profundo. Descobrir mais sobre as criaturas poderá nos dizer mais sobre questões sobre o limite da vida, não só na Terra como em outros planetas ou mesmo galáxias. Estamos longe de saber tudo sobre os ecossistemas profundos do planeta.

Fonte: DeepCarbon, Science Daily