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Estes micróbios podem ajudar a entender como a vida teria existido em Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Fevereiro de 2022 às 11h40

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Justin Wang
Justin Wang

Espécies de microorganismos que vivem em um lago extremamente tóxico na Costa Rica podem ajudar os astrobiólogos a entenderem como a vida pode ter existido em lugares extremos como Marte — se não agora, em algum momento de seus 4,5 bilhões de anos.

As condições para que a vida como a conhecemos ocorra são raras. Ainda assim, em alguns ambientes mortais para a maior parte das espécies, alguns microorganismos conseguem viver e se alimentar de substâncias tóxicas, até mesmo sem a presença de luz solar.

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A pesquisa, liderada pela University of Colorado, investigou alguns micróbios que vivem em um dos lugares mais inóspitos do mundo, chamado Laguna Caliente. Trata-se de um lago quente e ácido, localizado em um das crateras do vulcão Poás, na Costa Rica.

A incrível capacidade de adaptação destes organismos — conhecidos como extremófilos — para sobreviver em um ambiente tão hostil pode fornecer algumas pistas de como micróbios teriam vivido em Marte quando o planeta ainda era jovem, quente, úmido e cheio de vulcões ativos.

Embora apenas alguns tipos de microorganismos tenham sido encontrados no lago em questão, os pesquisidores encontraram uma infinidade de maneiras pelas quais eles conseguem sobreviver.

Vida em lugares extremos

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O Laguna Caliente é um dos lagos mais tóxicos da Terra. Sua água é uma mistura de enxofre líquido — o qual produz chuvas ácidas no local rotineiramente — e metais pesados. Em 2013, foi descoberta uma espécie de micróbio do gênero Acidiphilium vivendo nessas condições extremas.

Em 2017, o vulcão Poás entrou em erupção e os pesquisadores voltaram ao lago para coletar amostras e analisar como a atividade vulcânica teria impactado a população de micróbios encontradas ali anteriormente. As amostras foram submetidas a sequenciamento genético e metagenômico para identificar qualquer outra espécie presente.

Além da espécie Acidiphilium, os pesquisadores encontraram um pequeno número de outros micróbios vivendo no lago, mesmo após a erupção vulcânica. A pesquisa descobriu algumas bactérias com genes responsáveis por torná-los resistentes ao ácido, bem como genes que o fazem resistentes ao calor, além de genes que permitem que estes microorganismos se alimentem de substâncias tóxicas como o enxofre, ferro e arsênico.

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Os pesquisadores só não aguardavam por tamanha variedade deles, sobretudo por conta da baixa biodiversidade do lago. “Faz sentido que seja assim que a vida se adaptaria a viver em um lago de cratera vulcânica ativa", disse o astrobiólogo Justin Wang, principal autor do estudo.

Os astrobiólogos acreditam que a vida na Terra tenha surgido nas fontes hidrotermais no fundo dos oceanos, onde microorganismos teriam encontrado a proteção contra a radiação do jovem Sol. Talvez o jovem planeta Marte também possa ter abrigado ambientes similares a este.

O estudo foi apresentado no periódico Frontiers in Astrobiology.

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Fonte: Frontiers in Astrobiology, Via EurekAlert!