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Existe vida em Marte? Talvez analisar o subterrâneo marciano responda à questão

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NASA
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Hoje em dia, quando fazemos a pergunta "existe vida em Marte?", não estamos mais considerando encontrar seres humanoides e esverdeados andando pela superfície do planeta, mas sim pensando em possíveis formas de vida microbiana que, de repente, já existiram por lá e sobrevivam em algumas partes muito específicas do Planeta Vermelho. E, considerando que temos um conhecimento cada vez mais aprimorado da diversidade geológica marciana, cientistas empenhados em bater o martelo na questão da "vida em Marte" consideram, cada vez mais, explorar o subterrâneo do planeta.

Esse tema foi recentemente abordado em uma conferência realizada no Novo México, e uma das pautas discutidas entre astrobiólogos foi justamente os benefícios da coleta de amostras do terreno marciano para buscar por bioassinaturas — algo que será feito com a vindoura missão Mars 2020, da NASA, a ser lançada neste ano.

Os participantes da conferência, em geral, concordaram que os melhores lugares onde procurar vida em Marte seriam as cavernas profundas do subsolo, além de áreas com sal e gelo — como os polos, por exemplo. É que, enquanto a superfície fria e árida do planeta é hostil à vida como a conhecemos, a subsuperfície pode, em teoria, ter ambientes habitáveis de longa duração, em áreas onde ainda pode existir água.

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De acordo com Vlada Stamenković, cientista da NASA, "a superfície de Marte é muito oxidante e tem muita radiação, onde a água líquida não é estável por um período prolongado, sendo o pior lugar para procurar por vida marciana; mas as águas subterrâneas podem ser o único habitat onde a vida pode existir em Marte, se ainda existir hoje em dia". Por isso, Stamenković levanta a importância de novas missões presenciais estudando águas subterrâneas no Planeta Vermelho.

Já quanto a cavernas, descobertas nos anos mais recentes, há a suspeita de que esses locais abriguem vida microbiana até os dias atuais, já que ficaram protegidos dos perigos que aconteceram a superfície ao longo dos anos. Aqui na Terra, exploradores de cavernas antigas mostraram evidências de atividade microbiana, incluindo bactérias, descobrindo que as condições das cavernas são tipicamente diferentes, mas consistentes e mais benignas à vida do que a superfície. Então, o mesmo conceito pode ser aplicado a Marte.

Penny Boston, astrobióloga e consultora sênior na NASA, levanta que explorar cavernas não é algo tão perigoso quanto muita gente pensa. "No caso de cavernas naturais, elas tiveram períodos de tempo geologicamente longos para se estabilizar", em comparação com as minas sustentadas por estruturas humanas e, por isso, "é mais provável que uma catedral desmorone em você do que uma caverna natural" como as encontradas em Marte.

E, para Kevin Webster, cientista do Instituto de Ciências Planetárias em Tucson, Arizona, ao pensar nas cavernas marcianas, é perfeitamente possível medir o ar dessas cavernas em busca de componentes reativos, indicadores de que ali há algum tipo de vida, usando técnicas remotas, além de explorações locais. Bioassinaturas no ar oferecem uma maneira prática de procurar tipos variados de vida, "mesmo que não compartilhe nossa mesma bioquímica; portanto, cavernas marcianas devem ser perseguidas", disse.

Fonte: Space.com